«A decisão da TVI de sair da CAEM revela mau perder», Luís Marques arrasa posição da TVI

Luís Marques quebrou o silêncio à Notícias TV

O diretor-geral da SIC e presidente da CAEM em fim de mandato, Luís Marques, atirou-se à postura da TVI, que abandonou a CAEM com a RTP e afirma que se tratou de «mau perder» por parte da estação de Queluz.

Numa entrevista à Notícias TV, Marques afirma que «A decisão da RTP e TVI de saírem da CAEM foi extemporânea e, no caso da TVI, revela algum mau perder» e continua afirmando que lamenta a situação e que «é preciso analisar as posições da TVI em detalhe porque mudou várias vezes de posição».

O responsável regressa onde tudo começou: «No verão de 2010, quem pediu uma auditoria à Marktest foi a TVI, defendeu um concurso para um novo operador de audimetria, contrariando um acordo que tinha com a SIC e RTP. Foi a TVI que apoiou a escolha da GfK. E agora é extraordinário que a TVI seja contra a GfK. Não é estranho? A SIC e RTP estiveram sempre contra, mas a coisa fez-se. A SIC teve sempre uma posição de defesa da autorregulação e da CAEM».

A RTP, que também saiu da CAEM teve, na opinião do gestor, uma «posição mais coerente» pois sempre foi contra a GfK mesmo antes desta começar a medir, ao invés da TVI que fez força para que este sistema se implantasse.

Luís Marques afirma ainda que a estação de Queluz não estava habituada, nas palavras dele, ao contraditório e que perdeu a votação por uma maioria esmagadora e, depois, saiu. «A TVI não estava habituada a ter contestação [na CAEM] e não lida bem com posições contrárias. A TVI perdeu a votação na assembleia geral por 85%. Não foi 50 nem 51%. Perdeu na secção de meios, na direção e na assembleia. Portanto, abandonar a CAEM nestas circunstâncias mostra uma estranha forma de entender a democracia», afirmou.

Apesar de afirmar que o painel da GfK «não é perfeito porque não há painéis perfeitos», o diretor-geral de Carnaxide afirma que todos os pressupostos como classes ou faixas etárias foram aprovadas em CTC (comissão técnica) que é formada pelos responsáveis de audiências de cada canas e dos meios. Foram estes que verificaram e deram o aval, a 100%, ao painel, depois das correções de que foi alvo.

A RTP e TVI propuseram pagar e fazer uma nova auditoria aos dados GfK, mas a CAEM recusou (por 85% dos votos). O organismo que representa todos os anunciantes, todas as agências de publicidade, as distribuidoras de televisão por cabo (como MEO e ZON) e os canais, achou que se tinha saído de uma auditoria e que não era necessária outra. Apenas RTP e TVI se opuseram.

«O CTC [que representa todos] considerou o painel válido. Fazer mais uma auditoria seria manter a instabilidade, a desconfiança e isso é insustentável para o mercado», disse Luís Marques acerca desta questão, que opôs todos os anunciantes, agências, distribuidoras de cabo e SIC à posição da RTP e da TVI.

O responsável adianta ainda que, tal como está no caderno de encargos, estão previstas 3 auditorias e que a próxima será já em 2014. Quanto a uma possível volta da RTP e TVI à CAEM, Luís Marques espera «sinceramente» que ela aconteça.