Crítica: Final de “Amor à Vida”

“Amor à Vida” terminou na passada sexta-feira, na SIC. O Zapping convidou um forista, que assistiu à novela, para nos deixar uma crítica a esta novela de Walcyr Carrasco. De seguida podemos ver as palavras do Pedro sobre esta novela da SIC.

A tarefa de Amor à Vida não era fácil, tinha de manter a fasquia estabelecida por “Avenida Brasil”. Pelo primeiro episódio deu para perceber que a novela iria ter uma carga dramática muito superior à sua antecessora.
A primeira semana conquistou-me totalmente, foi um misto de acontecimentos marcantes na novela, destaco a fuga da Paloma com o Ninho, o roubo do bebé da Paloma e a “adoção” do  bebé, por parte de Bruno.
O que mais me surpreendeu na novela foi a forma como entrelaçaram a história do Bruno com o desaparecimento da filha de Paloma. Houve a coincidência da mulher e do filho do Bruno terEM morrido no parto, e a filha da protagonista, Paola Oliveira, ter preenchido esse vazio. Mais tarde, a “filha” do Bruno adoece e é tratada pela Paloma. Ao longo da trama os dois apaixonam-se e graças a um transplante de fígado, doado por Paloma à Paulinha, a mãe descobre a sua filha desaparecida.

Foi o Félix que deu os melhores momentos à novela, desde as várias tentativas de afastamento da Paloma à Paulinha (rapto no Perú, falsificação de testes de ADN, entre outros), à sua história de homossexualidade, Félix mostrou estar à altura de Carminha( vilã de Avenida Brasil),  no papel de vilão.

A fase mais fraca da novela foi quando o César se separa da Pilar, durante quase dois meses a novela tornou-se entediante, os episódios baseavam-se no processo de divórcio e nas personagens secundárias. A transformação do Félix para menino do bem teve uma duração exagerada, e proporcionou alguns dos momentos mais “patéticos da novela” quando o Félix mostrou todo o seu lado de bicha a vender “Hot Dogs”. A novela só voltou a erguer-se quando a Aline começa a vingança contra o César.

Quanto às tramas paralelas, destaco:
Valdirene e Márcia – A história destas duas rendeu-me muitas gargalhadas mas só mesmo nos primeiros meses, ao longo do tempo a história da Valdirene tornou-se muito repetitiva, e bateu no fundo quando ela decidiu juntar-se ao “milionário” e quando entrou no BBB. Achei essas cenas desnecessárias. A história da mãe da Valdirene foi muito mais completa, a junção com o Atílio foi o ponto de viragem da personagem e mais tarde a aproximação do Félix.
Perséfone, Michel, Patrícia, Guto e Sílvia
Destas cinco personagens a Perséfone era a minha preferida, adorei a história de auto-aceitação e acho que é um exemplo a seguir por todas as mulheres. A Patrícia e o Michel chegaram a enjoar com tanta “aproximação” e “separação”, o Guto e a Sílvia idem. O que era uma história divertida ao início tornou-se confusa e por vezes chata.
Leila & Thales
A história destes dois foi crescendo e tornando-se interessante, o golpe que fizeram à Nicole foi um dos melhores momentos de toda a novela. Mas a partir da morte da Nicole a dupla foi perdendo interesse. Uma das coisas que menos gostei na novela foi o aparecimento da “Nicole” depois da morte e o aparecimento da irmã. A dupla para mim acabou depois da morte da Nicole e era o que devia ter acontecido.
O autismo de Linda
Foi uma história emocionante de um amor aparentemente impossível entre Linda e Rafael que deu ainda mais e ênfase ao titulo da novela “Amor à Vida”. De todas as tramas paralelas esta foi uma das melhores porque felizmente não se perdeu ao longo do tempo.
Aline e a Vingança
De todas as tramas paralelas esta foi mesmo a melhor. A par de Félix, Aline foi um dos maiores destaques da novela. Graças a esta vilã, o César separou-se da mulher com quem tinha um casamento de muitos anos, ficou cego, cortou relações com os filhos e ainda perdeu todo o dinheiro. Outra das surpresas desta vingança foi a aliança com Ninho e a morte da tia da Aline. Por tudo isto é justo dizer que Aline levou novela ao colo nos últimos 4 meses.
Amor à Vida Vs. Avenida Brasil
Decidi fazer esta comparação por Avenida Brasil ter sido considerada uma novela diferente do habitual. A história de Amor à Vida é muito mais completa do que a de Avenida Brasil, tem mais drama e é mais emocionante, mas foi prejudicada pelas personagens secundárias que chegaram a tornar a novela entediante e pela viragem do Félix que demorou demasiado e aconteceu cedo de mais.

No final a novela redimiu-se de todos os males, e para mim foi o melhor final de todas as novelas que já vi. Ao contrário de várias novelas, Amor à Vida não se esqueceu de nenhuma personagem, tiveram todas um final definido. A morte da Aline desiludiu-me passou quase despercebida no último capítulo. O sofrimento de Paloma no processo de gravidez foi também um dos destaques do final. Destaco também a aproximação da “ratinha” com o Félix.

No entanto, a cena mais emocionante do episódio foi quando o César admitiu o amor pelo Félix. Quando o César estende a mão a Félix, fecha um ciclo e esse simples gesto faz o telespectador recordar toda a história destas duas personagens e essa “magia” raramente consegue ser transmitida no final das novelas, mas nesta conseguiu.