A TVI e a RTP1 decidiram abandonar a CAEM, medidora oficial das audiências em Portugal, depois de esta ter recusado os vários pedidos das duas estações de generalistas de uma auditoria final ao serviço de audimetria, corrigida recentemente.
«A TVI não abdica desse princípio. Tentámos, várias vezes, que os nossos pedidos fossem atendidos, a própria GFK não se opunha a uma validação do painel, mas a direcção da CAEM ignorou-os…», explica o diretor da TVI à TV Guia.
Luís Cunha Velho considera a atitude uma derrota para a auto-regulação, e não deixa de insistir neste ponto fundamental: na falta de credibilidade e de transparência da GFK para medir as audiências em Portugal. «Dois dos principais players do mercado pensam assim.»
Nos últimos dias, a secretária-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) disse que a posição da RTP e TVI «menospreza» os restantes associados, alertando para as consequências desde conflito.
«Não fazemos futurologia… O que exigimos é que haja uma auditoria feita por uma empresa independente, cujos custos seriam suportados pelas duas empresas. Apenas isso. Se isso acontecer, aceitaremos os resultados, sejam eles quais foram», reponde Cunha Velho, destacando que «tanto na Marktest como na GFK somos os primeiros no day time e no prime time. Só pedimos credibilidade.»
Com tudo isto, o diretor-geral da TVI garante que «durante este último ano e meio, a TVI perdeu milhões de euros», o que também ajudou na rutura com a CAEM.