ESC 2013 – A Crítica [Edição 1]

Por João Leite e Tiago Vale
Por João Leite e Tiago Vale

Nos próximos dias 14, 16 e 18 de maio realizam-se as semifinais e a grande final do Festival Eurovisão da Canção 2013 e, apesar de Portugal não estar presente devido à crise que enfrentámos, o Zapping não deixa de estar em cima do acontecimento. Durante os próximos dias vão poder acompanhar aqui uma análise anterior e posterior aos espectáculos da semana eurovisiva.

Começamos por analisar as canções e o que poderá acontecer na 1ª semifinal, que se realiza dia 14.

Apesar de ser a semifinal mais curta da história das semifinais na Eurovisão (16 músicas lutam por um dos 10 lugares disponíveis na final), a 1ª semifinal deste ano não deixa de ser das mais interessantes e das que mais pode surpreender.

Depois de ouvir todas as músicas e ter espreitado os ensaios de cada uma delas, adivinhar quem são os dez países que vão conseguir um passaporte até à final é complicado. Não só pela qualidade aproximada das canções, mas porque o sistema de votação para este ano mudou ligeiramente, tornado tudo muito mais renhido e imprevisível (e assim é que é divertido). Ainda assim há países que, este ano, têm o seu destino fácil de prever:

  • Dinamarca: o electro-pop com toques de folk dinamarquês é o grande favorito à vitória. Um lugar nos primeiros dez na final está garantido.
  • Ucrânia: uma grande voz feminina, uma balada fortíssima e uma actuação que nos lembra um conto de fadas (até com a presença de um gigante verdadeiro). Um país tão forte no festival como a Ucrânia não vai ficar de fora da final (nem do top10).
  • Moldávia: uma das performances mais marcantes da noite virá de Aliona Moon e do seu vestido que além de ter imagens projectadas cresce ao longo da canção até aproximadamente cinco metros de altura. Uma das maiores surpresas dos ensaios.
  • Holanda: os Países Baixos, fartos de resultados medíocres, apostam fortíssimo este ano com uma balada melancólica fantástica, interpretada por Anouk (cantora de grande sucesso, intérprete do tema Nobody’s Wife). A interpretação da cantora é fantástica e, depois de tantos anos, a Holanda vai merecidamente à final.
  • Outros países como a Rússia, com uma balada banalíssima, e a Bielorrússia, com um pop latino, também estarão quase de certeza na final.

Todos os outros restantes países estão na luta pelos quatro lugares disponíveis. O mais provável é que eles sejam ocupados pela Sérvia, Estónia, Chipre e Croácia. Mas as restantes músicas também têm uma palavra na disputa e podem deixar fora qualquer uma daquelas quatro, porque todas elas têm pontos negativos que podem prejudicar a tão desejada apuração.

  • Sérvia: vai ser a última a actuar e a música vai ficar na cabeça de todos, mas a coreografia e as roupas exageradas podem passar uma imagem infantil, já que a música é cantada em sérvio e poucos telespectadores vão perceber a mensagem da mesma.
  • Estónia: esta música pode passar completamente despercebida por ser uma balada simples, mas esta simplicidade pode também jogar a seu favor. O apoio do júri será crucial.
  • Chipre: outra balada que, se passar, ficará nos últimos lugares vagos. A seu favor tem o facto de Despina Olympiou, a intérprete, ser bastante bonita, cantar muito bem e ter uma boa presença de palco. Mas o Chipre nunca é um país de grandes resultados e também terá de contar com o apoio do júri.
  • Croácia: outra que deverá ter o júri a seu favor porque traz uma música clássica com toques tradicionais croatas que não vai conquistar grande parte do público.

Mas, como disse anteriormente, qualquer um destes países pode ser destronado por Montenegro, Áustria, Bélgica, Eslovénia, Irlanda ou Lituânia. A 1ª leva um rap com toques electrónicos que tem feito imenso sucesso nos Balcãs e uma actuação que ninguém irá esquecer (os dois rappers estão vestidos de astronautas e a outra intérprete de cyborg). A sua passagem depende muito do voto do público. A Áustria e a Bélgica levam músicas pop banais (mas muito radio friendly), que são bem cantadas, mas o facto de terem performances banais e virem de países com resultados fracos ao longo dos anos não lhes é nada favorável. A Eslovénia e o seu dubstep pode ir á final, já que este tipo de música está muito na moda actualmente, a Irlanda e o seu dance pop podem também conseguir passar, mas a Lituânia é quem terá, provavelmente, menos chances de um resultado positivo. O seu pop/rock é demasiado banal (assim como a performance) e Andrius, o intérprete, olha para a câmara de forma assustadora, sem carisma nenhum.

A primeira semifinal deste ano será uma das mais competitivas e uma das mais entusiasmantes de assistir dos últimos anos, todas as canções são no mínimo razoáveis e as grandes favoritas estão cá presentes. A não perder.

Notas finais:

    • Pode conferir todas as canções e todos os ensaios no canal oficial da Eurovisão no Youtube.
    • O palco do festival deste ano é excelente e a iluminação e as imagens projetadas nos LEDs, na maioria das prestações, são excelentes. Ainda não se sabe como tudo funcionará na TV, mas a Suécia é bastante competente e projetou o espetáculo como um grande evento de televisão, por isso só se pode esperar boa coisa.
    • Quem está em Portugal e quer assistir em directo pode sintonizar o canal 231 na ZON dia 14 peças 20h ou vê-lo no computador no stream oficial do ESC, no site da Eurovisão. A RTP1 vai emitir a semifinal em diferido pelas 22h45.
    • Dia 13 de Maio será publicada a análise à 2ª semifinal.

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