Festival Eurovisão 2014: A crítica às semifinais

Hoje, pelas 20h, é transmitida na RTP1 a Grande Final do 59º Festival Eurovisão da Canção. Quem sairá vencedor na guerra pelos 12 pontos? Uma pergunta que terá resposta no final desta noite, por agora vamos apenas olhar sobre as semifinais, que aconteceram esta semana.

1ª SEMIFINAL

A primeira semi-final da 59ª edição do Festival Eurovisão da Canção ficou marcada pelo regresso de Portugal à competição, com um tema fresco e alegre que trazia uma esperança renovada aos corações dos fãs portugueses. Contudo, para surpresa de muitos, e expectável segundo a opinião de outros, Suzy e a canção “Quero Ser Tua” ficaram-se por esta fase.

A forma como iniciaram o espectáculo foi especial e fazia mote ao slogan deste ano, com caras de jovens europeus a cantar em uníssono a canção vencedora do ano passado, “Only Teardrops”. Apesar do efeito dos painéis led fazerem-me comichão quando vi as primeiras imagens, gostei bastante do palco e como ficava bonito em televisão. Aquela espécie de lago que circundava o palco ficou bastante bem conseguida. No entanto, ressalto a má realização dinamarquesa, com muitos planos de câmara afastados, que veio a prejudicar alguns países que apostaram sobretudo na performance ao vivo, como é o caso da Estónia, que foi considerado o flop desta semi-final. De um modo geral, gostei da equipa de apresentadores, principalmente da dupla masculina.

Na 1ª semi-final estavam presentes as grandes potências do bloco ex-soviético (Rússia e Ucrânia), que a par com o Azerbaijão e a Arménia, ameaçavam a passagem da participação portuguesa à final. Sem grandes surpresas, todos estes países classificaram-se. Adorei a actuação da Mariya e apostaria até que ganhou o televoto. Quem esteve igualmente muito bem foi a Hungria e o Montenegro, sendo este último uma das grandes surpresas! Por fim, a Valentina assegurou finalmente, à 3ª tentativa, o seu bilhete para a grande final e, a meu ver, merecidamente. A Islândia roubou, em certa medida, as atenções a Portugal, dado que ambos tinham canções de algum modo semelhantes. E por fim, temos a Holanda, que foi o verdadeiro dark horse desta noite e que com uma actuação simples mas eficaz deu um salto enorme na cada de apostas!

por Tiago Vale

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2ª SEMIFINAL

E depois de assistir a uma 1ª semifinal que me deixou com os sentimentos à flor da pele, com várias tristezas, eis que chega a segunda das três partes que compõem todos os anos, o nosso festival favorito.
O show começou muito bem, com um excelente espectáculo a encher o palco do B&W Hallerne. Não demorou muito até termos em palco os três apresentadores da edição, que na minha opinião, não se destacaram muito, pois mal dei por eles.

Malta foi o primeiro país a pisar o palco, e nos seus led’s, uma ideia muito boa e que está muito na moda, as selfies. Foi um ínicio agradável para o espectáculo, de uma canção com qualidade e que mereceu a passagem à final.

Israel veio de seguida, demonstrar o que é força e garra, mas que infelizmente não foi suficiente para levar o país mais longiquo da competição até à final, mesmo sendo um dos favoritos.
O terceiro país foi a Noruega, que com uma bonita balada e a bela voz de Carl Espen, enterneceram os telespectadores, e o júri ainda mais.

De seguida, chega-nos a Geórgia, com a canção mais no-sense da edição. Não passagem mais do que óbvia, e leva-me a perguntar porque raio é que um país decide participar com algo assim… Mas todos os países já tiveram o seu momento podre no ESC.

Da Polónia, chega-nos as eslavas boazonas, ou como quem diz, Cleo e as suas amigas lavadeiras e batedeiras… Uma actuação muito divertida e com bastantes atributos, que não devem ter deixado ninguém indiferente.

Seguiu-se um curto intervalo, mas nada parou, porque toda a arena esperava a diva da edição, que actuaria de seguida. Eis que chega ao palco Conchita Wurst, da Áustria. Quem esperava uma joke entry, enganou-se, pois acabou de assistir à melhor actuação do Festival Eurovisão da Canção 2014. Absolutamente brilhante e arrebatador. Um dos potenciais vencedores do ano! Depois de Conchita, a Vilija da Lituânia não fez mossa nenhuma. Música fraca e sem interesse.

A Finlândia actuou de seguida, com a canção mais rockeira da edição. Não acho que tenham estado bem vocalmente, mas os fãs do género, viraram-se para esta entrada, certamente, o que lhes valeu a final. O país que actuou de seguida, foi a Irlanda, na voz de Kasey Smith e do grupo Can-Linn. Uma das minhas favoritas do ano, mas que ao vivo perdeu o brilho e não se destacou minimamente. Uma pena.
Da Bielorrússia, temos Cheesecakes, diz o TEO. Um cheesecake que lhes valeu mais uma presença na final. Na minha opinião, uma das melhores actuações da noite. A Tijana da Macedónia bem tentou dar o seu melhor, mas acabou sendo esquecida e a ter o mesmo desfecho que a sua irmã teve há seis anos atrás.

As últimas quatro canções da noite, conseguiram o passaporte para a final. Da Suíça, o jovem Sebalter arrebatou a audiência com a sua canção folk carregada de assobios. Da Grécia, os FreakyFortune, acompanhados por Riskykidd, trouxeram alegria ao palco de Copenhaga, onde até saltos em trampolim tiveram lugar. A Eslovénia levou à Eurovisão uma das suas melhores canções, com um instrumental excelente e uma interpretação exemplar, por parte de Tinkara Kovac. E finalmente, os repetentes Paula Seling & Ovi, que volvidos quatro anos, representaram novamente a Roménia, a meu ver com uma canção bem mais fraca que a primeira, mas ainda assim, com uma excelente actuação.

Tenho a apontar também o excelente interval act, que trouxe a Austrália até à Europa, incluindo uma fantástica actuação por parte da cantora Jessica Mauboy. Gostei também do número de dança que incluiu pessoas de todas as idades e nacionalidades, antes de serem apresentados os resultados. Foi muito bem conseguido.

Falando agora dos resultados, não tive nenhuma grande surpresa. Talvez o facto de Israel se ficar por aqui, tenha sido o maior choque, no entanto, algo me dizia que isso poderia acontecer. Fiquei também triste pela não qualificação da Irlanda, que trocaria de bom grado pela Finlândia.
No geral, um bom espectáculo, com melhores resultados do que na terça-feira e que se resume a Conchita Wurst mais o resto.

por Rafael Lopes

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Apesar de Portugal ter falhado a qualificação, este é um espectáculo televisivo a não perder. Especialmente num ano em que não há apenas um grande favorito à vitória.
A crítica ao maior certame televisivo não fica por aqui. Voltamos depois da final para discutir os resultados.