Os dias, por mais que pareçam repetir-se, têm as suas particularidades dentro do sistema penitenciário.
Quem convive com essa realidade, sem descanso, sabe que nada se repete, nada é previsível. Mas um sinal é capaz de fazer acender o alerta máximo: o silêncio.
O carcereiro Adriano (Rodrigo Lombardi) sente que algo está prestes a acontecer. E o que poderia ser apenas mais uma rotina de trabalho tem tudo para se transformar em caos.
Este é o ponto de partida de “Carcereiros”, série com estreia marcada na Globo para o dia 22, às 22h. Vencedora do prestigiado prémio MIPDrama Screenings em abril último, em Cannes, a série da Globo em coprodução com a Gullane Filmes e a Spray Filmes terá a sua estreia mundial em televisão em Portugal.
Na trama, os passos de Adriano são acompanhados por Valdir (Tony Tornado) que, após décadas a trabalhar em presídios, corrobora a tese de que algo está para acontecer.
O que vem a seguir são os dilemas que Adriano tem de enfrentar ao lado dos colegas, que têm personalidades e objetivos distintos nesta carreira.
Enquanto uma das áreas da prisão já foi reivindicada pelos presidiários, Adriano e Valdir são feitos reféns numa outra ala. A única condição para que sejam liberados é que Adriano tire Binho (Diogo Salles) do local onde a rebelião já acontece e leve-o ao pai, conhecido como Engenheiro (Thogun Teixeira), onde ele e o colega estão encurralados.
É o tipo de situação em que o carcereiro não tem escolha. Ou resolve ou aceita que a sua vida e a de Valdir chegarão ao fim.
Este é apenas mais um dia na rotina da Vila Rosário. Os problemas parecem terminar quando Adriano deixa a penitenciária para trás.
Ele volta para casa, humilde e não necessariamente da maneira como gostaria que fosse, e depara-se com questões que não podem ser resolvidas da mesma maneira que tem aprendido a lidar ao longo da vida.
«As pessoas tinham que visitar um presídio e saber como é viver ali, para saber o preço que se paga quando você está em um lugar como este. Qual é o valor que a vida toma quando você está em um sistema penitenciário? Este já foi um sistema de correção, mas, hoje, é um sistema de penitência», destaca o protagonista, Rodrigo Lombardi.
Assinada por Fernando Bonassi, Marçal Aquino e Denisson Ramalho, escrita com Marcelo Starobinas e livremente inspirada no livro homónimo de Drauzio Varela, a obra tem direção geral de José Eduardo Belmonte e direção de episódios de Belmonte e Fernando Grostein.
A série conta ainda com um grande número de participações especiais nos seus episódios. Cada um deles terá histórias com início e fim, dando destaque a uma determinada personagem, que é interpretada por nomes como Matheus Naschtergaele, Chico Diaz, Thogun Teixeira, Projota, Letícia Sabatella, Carol Castro, Caco Ciocler, Gabriel Leone, Samantha Schmutz, entre outros.
Segundo o autor Marçal Aquino, a série revisita o universo prisional, porém de um ponto de vista original: o do agente penitenciário. «Criamos personagens que narram o duro quotidiano da prisão, evidenciando os embates e tensões entre o Estado e o crime», diz.
Fernando Bonassi, também autor da obra, completa: «A realidade dos presídios brasileiros, que se manifesta quase diariamente na forma de rebeliões, massacres e fugas, nos influenciou muito mais do que a ficção disponível sobre o assunto, como livros, filmes, peças e seriados».
“Carcereiros” venceu a segunda edição do MIPDrama Screenings, evento que marca a abertura do MIPTV, uma das principais feiras do mercado de televisão do mundo que acontece em Cannes, França.
A série concorreu na categoria ‘Full Episodes’ com produções do Reino Unido, França, Rússia e Suécia, e foi escolhida pelo ‘Grand Jury’, composto por renomados escritores, diretores e produtores executivos da indústria televisiva.
A obra foi a única representante latino-americana entre as 12 séries selecionadas para exibição exclusiva no evento, que contava com um público seleto.
Nunca antes exibida em televisão, “Carcereiros” é uma das séries exibidas pela Globo nas noites de domingo a partir do dia 22 de outubro, junto com “A Fórmula”, “Vade Retro” e “Sob Pressão”.