“MasterChef Portugal”: Manuel Luís Goucha reage à polémica das cabeças de porco

Imagem: Facebook Manuel Luís Goucha

Conforme noticiado, o apresentador foi fortemente criticado nas redes sociais por partilhar uma fotografia de cabeças de porco dispostas nas bancadas dos concorrentes de “MasterChef Portugal”.

Este sábado, Manuel Luís Goucha escreveu um longo texto no seu blog Cabaré do Goucha, onde reagiu à polémica:

Esta foi a foto que publiquei há dias para promover no meu mural do facebook o episódio do MasterChef que acabaram de ver. Ela diz respeito à primeira prova do programa, a da caixa mistério, que exigia que os concorrentes preparassem uma receita usando partes de uma cabeça de porco. “Nojo, barbaridade, exposição de animais mortos como troféus”… tudo valeu para criticar a minha publicação, chegando-se ao ponto de pôr em causa a minha honestidade enquanto defensor dos direitos dos animais. Compreendo que a fotografia possa ter chocado quantos se recusam a comer alimentos de origem animal, seguindo outros regimes alimentares bem diferentes do meu e do da maioria. Pessoas que certamente se recusam a entrar num qualquer talho, onde a cabeça de porco se exibe tal e qual, inteira ou em metades, ou num mercado de peixe, onde as diversas espécies se mostram de olhos brilhantes, guelras avermelhadas… enfim, com sinais de fresquidão.

Sei o que é pertencer a uma minoria, ainda que nunca tenha usado do achincalho nem depurulentos argumentos para reclamar respeito para com as minhas diferenças. Não aceito é que me queiram catequizar. Sou como sou e não como gostariam que fosse. Com muitas dúvidas e contradições com certeza, mas respeitador da liberdade alheia. O mural onde publiquei a dita foto, tal como este blogue, são meus, espaços livres do meu pensar, do meu querer, da minha forma de estar e de ser. Abomino todo e qualquer fundamentalismo, por pretender asfixiar aquilo que tenho como vital: a liberdade. Sou dos que come carne e peixe, e não me venham dizer que tal regime alimentar nega a defesa dos direitos dos animais. Não gosto de “puxar dos galões”, mas lá vai ter que ser: quem usa o seu trabalho como tribuna para denunciar situações de abandono e de maus tratos? Quem, emprestando gratuitamente imagem a uma marca de prestígio como é a Pedigree, consegue assim doar toneladas, sim toneladas, de ração aos canis em dificuldades? Quem recolhe animais abandonados (cinco de sete) fazendo deles a sua “família”? Tenho a certeza que muitos dos que enfileiraram o coro de protestos mais não são que os mesmos falsos moralistas e hipócritas de sempre.

E depois convenhamos: MasterChef é uma competição de culinária, com provas criadas e regulamentadas internacionalmente. Não é um programa de decoração (para isso a TVI já tem o “Querido Mudei a Casa”). Desta vez o que se pedia era que cozinhassem com uma cabeça de porco, tal como já aconteceu noutros países. E assim foi: os concorrentes deram o seu melhor, atirando-se à cabeça como “gato a bofe.