Polémica do ‘beijo gay’: Produtora de “Jikulumessu” pede desculpa e muda a história

jikulumessu“Jikulumessu”, a novela angolana que chega em breve ao horário nobre da RTP1 está a gerar polémica.

Depois da exibição de um beijo gay entre duas personagens masculinas e da posterior suspensão da trama na antena da TPA, a Semba Comunicação, produtora de “Jikulumessu” decidiu colocar água na fervura e emitiu um comunicado à imprensa.

No texto divulgado a produtora africana admite que algumas «imagens emitidas podem ter ferido susceptibilidades» e por esse facto pede «sinceras desculpas a todos que se tenham sentido ofendidos».

Alvo de uma enorme campanha nas redes sociais, contra e a favor da exibição da cena, a Senba decidiu mudar o rumo à história e acabar com o romance homossexual em “Jukulumessu” tomando a «decisão de fazer algumas correcções na representação de alguns conteúdos mais sensíveis ».

O ator Pedro Hossi que interpreta uma das personagens alvo da ira de alguns espectadores saiu em defesa da novela: «esta personagem é um “presente”, e que, apesar de não ser homossexual, se o fosse, não teria o menor problema em assumir essa condição», disse.

Leia o comunicado na íntegra:

Comunicado

A telenovela Jikulumessu aborda vários assuntos socialmente sensíveis, com particular destaque para a violência juvenil, delinquência, corrupção, poligamia, homossexualidade e a prostituição, por forma a chamar à atenção para a sua existência e suscitar um debate saudável sobre os mesmos.

Esse debate visa encorajar o diálogo na sociedade sobre a tolerância e o respeito por todos os grupos sociais, como consagrado na Constituição da República.

Assenta, também na convicção de que não há qualquer choque entre as tradições de um País e o espírito de respeito e tolerância que são alicerces de uma sociedade democrática. O respeito da igualdade na diferença faz parte desse espírito.

Reconhecemos, todavia, que algumas imagens emitidas possam ter ferido susceptibilidades e algumas pessoas as podem ter considerado impróprias. Desrespeitar e ofender nunca foi o nosso propósito. Por isso, pedimos sinceras desculpas a todos que se tenham sentido ofendidos.

Tomamos, assim, a decisão de fazer algumas correcções na representação de alguns conteúdos mais sensíveis para assegurar que a abordagem dos mesmos em Jikulumessu mantém o valor pedagógico inicialmente pretendido.

Luanda, 3 de Fevereiro de 2015
Direcção-Geral