“Portugal no Coração” sai do ar e RTP aposta em cinema

Tal como aconteceu no Natal, a RTP1 aposta em cinema falado em português no lugar do “Portugal no Coração” nesta semana da Páscoa.

A partir de amanhã, chega “O Grande Elias”, pelas 15H54. Na terça-feira, a RTP transmite “João Ratão”, quarta, “Fado, História d”uma Cantadeira” e na quinta-feira “Sonhar é Fácil”.

“O Grande Elias”:

Um fabuloso jogo de equívocos e duplos sentidos numa comédia inesquecível, com António Silva, Ribeirinho e Milú

Uma família modesta (pai, mãe e filha) recebe generosas quantias em dinheiro de uma tia do Brasil, que os julga ricos.

Quando um dia chega a notícia da visita da tia do Brasil, tudo entra em polvorosa, no sentido de manterem a mentira.Realizado em 1950 por Artur Duarte, uma comédia inesquecível que é uma referência do cinema português.

“João Ratão”:

Os costumes populares, entrosados por conflitos românticos

A comédia musical como raro exemplo da participação portuguesa na I Grande Guerra, única em representação ficcional. Para tal, foram construídos – nos estúdios da Tobis Portuguesa – um abrigo subterrâneo, uma trincheira e as linhas alemãs, por soldados do exército sob orientação de oficiais.

“Fado, História d”uma Cantadeira”:

Perdigão Queiroga realizou em 1948 um dos melhores melodramas do cinema português, imortalizando Amália ao lado de Virgílio Teixeira, António Silva e Vasco Santana

Em Alfama, a cantadeira Ana Maria estreia-se em público num retiro de fado, alcançando um grande êxito. A sua carreira arranca subitamente, levando-a de seguida até ao teatro e a percorrer o circuito da vida boémia de Lisboa. Apesar de tudo, Ana Maria não se deixa contagiar pelo sucesso e continua ligada ao seu homem de sempre, o Júlio guitarrista. Mas a atracção por uma vida de luxo e celebridade acaba por complicar tudo e Júlio começa a pensar em partir para África.

“Fado, a História de uma Cantadeira”, realizado em 1948 por Perdigão Queiroga, é sem dúvida um dos melhores melodramas do cinema português dos anos de oiro. É também um dos filmes onde o fado e as personagens e os ambientes lisboetas em que nessa época se apoiava, e de que se alimentava, melhor estão representados. No fundo, esta excelente obra de Queiroga sobre a vertiginosa trajectória de uma fadista de Alfama dividida entre o sucesso e as suas origens populares, é acima de tudo uma assumida homenagem a Amália Rodrigues, razão primeira e fundamental do fascínio e do êxito deste filme, que os anos nunca fizeram esquecer. Pelo contrário, rever Amália neste filme é sempre um prazer irresistível, não só pela sua magnética presença mas também porque estava rodeada por um elenco notável, em que se contam os nomes de Virgílio Teixeira, António Silva, Vasco Santana ou Eugénio Salvador.

“Sonhar é Fácil”:

A solidariedade entre pessoas com poucos recursos financeiros e a sua luta contra os mais ricos…

O senhor Silva sempre teve um sonho: viver no campo e tornar-se agricultor. Esse sonho torna-se realidade quando é informado que uma velha tia lhe tinha deixado em herança uma quinta. Por isso ele deixa para trás o seu andar alugado em Lisboa e com a mulher e a filha parte imediatamente para a sua nova vida. Mal lá chega, descobre que afinal nem tudo são rosas, sobretudo por causa de um vizinho industrial rico que estraga a vida a toda a aldeia.

Mas o senhor Silva não é homem de desistir e surge-lhe a ideia de formar uma cooperativa popular que vai dar a volta à situação…

António Silva empresta o seu enorme talento a este filme, eficazmente realizado por Perdigão Queiroga.