Quem é quem? Algumas personagens de “Na Corda Bamba”, a novela da TVI

Fernanda Sequeira Lobo (Alexandra Lencastre) 

A expectativa dos outros sobre mim não é e nunca será a coisa mais importante da minha vida. Não vou mudar para agradar a ninguém, até porque nunca ninguém mudou para me agradar. Eu só não deito a minha família inteira no divã do meu consultório porque, eticamente, uma psicóloga não pode atender a sua filha, o seu ex-marido, a gata do sogro… Deve ser por isso que eu fumo tanto. Eu sempre fiz tudo pela Lúcia. Enquanto o pai dela, o Pedro, era um eterno despreocupado, e o meu segundo marido, o Mário, era um irresponsável – sim, eu tenho atração por trastes. Algum problema? – eu trabalhei e estudei e cuidei da casa. A vida é curiosa. A Lúcia sempre reclamou que eu exigia demasiado dela. Se ela está à espera que eu lhe peça desculpa por lhe querer bem, pode esperar três encarnações. Até porque ela faz o mesmo com os filhos. Aliás, pior. Eu sim, tenho razões de sobra para detestar a minha filha. O meu casamento com o Mário acabou por culpa dela. E não me peça para dizer o que aconteceu porque é demasiado cedo para revelar algo tão sórdido. O pior é que essa tempestade de areia vai voltar. A última coisa de que eu precisava era ter o Mário novamente na minha vida. Não tem onde cair morto e sempre com aquela prepotência, aquela exuberância circense, cheio de carícias inconvenientes, com festinhas para aqui, um abraço para ali, aqueles beijos babados… Bem, eu aqui a falar, a falar, e ainda nem mencionei a minha outra filha, a Joana. Deve estar a pensar que eu não gosto dela. Pelo contrário. As pessoas conformadas são extremamente desinteressantes, é só isso.

Gaspar Lobo (Sinde Filipe)

Depois de anos desaparecida, a minha neta Lúcia surge casada e com três filhos. Ela reaparece justamente no dia em que estou a enterrar a minha companheira de mais de cinquenta anos, a Natália. A Lúcia era a nossa neta favorita. Imagine a situação: eu a despedir-me do amor da minha vida e a reencontrar a neta que julgava morta. Quanta emoção. Nunca vou esquecer este dia, apesar de não ter muitos mais pela frente. Eu sofro de uma doença pulmonar, mais especificamente doença pulmonar obstrutiva crónica. Não uso bengala, mas carrego uma garrafa de oxigénio para cima e para baixo. Eu, que desejava morrer em paz, com a chegada da Lúcia vou ter tudo menos sossego. Porquê? Porque a minha mulher tinha um diário com informações que comprometem a Lúcia, informações essas que eu não posso contar agora. O problema é que eu não sei onde raios ele foi parar. Está lançada a caça ao tesouro. Resta saber o que vai acontecer quando ele for encontrado. As pessoas são capazes de tudo!

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