Quem é quem? Algumas personagens de “Na Corda Bamba”, a novela da TVI

Nuno (Nuno Pardal) 

O meu irmão deve achar que é o Steven Spielberg, que as ideias dele são sempre um grande sucesso. Estes conflitos com o Filipe incomodam-me. Nós só nos temos um ao outro. Sempre fomos amigos e agora passamos o tempo a discutir. É a papelaria, é a Sara… Mas porra, o gajo chega aqui e passa-me a perna. Veja lá se não tenho razão. A Sara teve uma grande paixão aí por um tipo. Ela evita falar sobre o que aconteceu. Eu só vou saber que esse gajo era o Pipo, o marido da Lúcia, mais tarde. Até lá, só sei que ela teve um caso com um homem casado, o pai do Edu, que, reza a lenda, acabou por desaparecer com outra. Assim que vim morar com a Sara descobri que aquela pirosice “ela é a mulher da minha vida” afinal faz sentido. Eu fiquei ali, pacientemente à espera do meu momento. Não queria avançar sem ter a certeza que ela também sentia o mesmo por mim. Andámos ali num jogo de sedução até que… aconteceu. Só que o que para mim era uma relação a sério, para ela era uma coisa descomprometida. A Sara, com aquele espírito desprendido dela, não queria a responsabilidade e as obrigações de uma relação clássica, com as satisfações, ciúmes, cedências… Eu acreditava que, com o tempo, o nosso envolvimento, inevitavelmente, ia ser como eu queria: total. Mas com a chegada do meu irmão tudo se desmoronou. Ele apaixona-se por ela e ela por ele. E pronto, está dado o tiro de partida para a loucura. A Sara não tem coragem de me pôr na rua, eu também não vou sair. O meu irmão, irritado com isto tudo, sai de casa da Sara. E para onde? Para o apartamento da frente, do senhor Brito, só para provocar. Agora veja a situação: o namorado dela é ele, mas quem vive com ela sou eu. Como é que isto pode acabar bem?

Joana Veloso Magalhães (Teresa Macedo)

Sou uma mulher feliz, apaixonada pelo meu marido, o Óscar, trabalho como personal trainer num ginásio… A vida corre-me bem. Seria ótimo que uma pessoa pudesse ser feliz para sempre. Já percebeu, não é? Vou parar ao fundo do poço. Eu e o Óscar estamos a separar-nos. Não, não há terceiros, simplesmente, ele seguiu numa direção e eu noutra. Acontece. O que não devia acontecer é continuarmos debaixo do mesmo teto. Nenhum de nós tem condições financeiras para ir cada um à sua vida. Enquanto a casa não for vendida, só nos resta continuar nesta paz podre. Não é que passemos a vida a discutir, até porque nos contemos muito por causa do Tiago, o nosso filho. Agora sou empresária. Antes da minha avó morrer, os meus avós decidiram distribuir a herança. Com a minha parte do dinheiro e um pequeno empréstimo, abri um estúdio de Air Yoga. Como a minha vida profissional passou a ocupar a maior parte do meu dia, tudo mudou. Uma mulher não pode dedicar-se a uma carreira, não pode por momento nenhum deixar o marido e o filho de lado. Cai o Carmo e a Trindade. Porra! Mas isso não vai mudar nunca? Como se isso não bastasse, a conflituosa da minha irmã, a Lúcia, que andou desaparecida durante anos, inferniza-me a cada segundo da minha existência. Porquê? Como ninguém sabia se ela estava viva, morta ou tinha sido abduzida, ela não foi contemplada na distribuição de bens. O mantra favorito dela é “metade do teu negócio é meu”. Ah, ah, ah. Deixa-me rir. Essa minha irmã é uma caixinha de surpresas. Sim, porque já deu para perceber que ela está a esconder alguma coisa. E a única maneira dela me deixar em paz é fazê-la preocupar-se com o que realmente interessa: os problemas dela. A nossa relação é meio esquizo. Hoje somos grandes amigas, amanhã as piores inimigas. Se eu a vou ajudar ou prejudicar, isso depende do que eu sentir quando descobrir o que ela esconde.

Óscar Magalhães (Pedro Granger)

Sempre pensei que o meu casamento com a Joana ia durar para sempre. Eu sei que nós já não temos mais nada para dizer um ao outro, que o silêncio se tornou incomodativo, mas custa terminar uma história de amor sem ter acontecido nada de grave. Não apareceu uma paixão inesperada, uma traição, um segredo cabeludo… Imagino que esteja curioso para saber como é que chegámos a este ponto. Tudo começou quando a Joana decidiu abrir aquele maldito estúdio de Air Yoga. Ela passa o tempo todo lá, pendurada naqueles lenços, de cabeça para baixo… Eu e o Tiago somos praticamente inexistentes. Antes, nós partilhávamos as tarefas em casa. Agora, além de ser contabilista, sou pai e mãe, mulher-a-dias, cozinheiro, motorista… Eu vivo uma solidão a dois. Mas a cereja no topo do bolo ainda está para vir. Numa noite de copos, com a carência a mil, eu e a Joana acabámos na cama. Resultado: uma gravidez indesejada. Esse momento “love is in the air” ressuscitou uma esperança de que as coisas entre nós iam voltar a ser como dantes. Pura ilusão!

Tiago Magalhães (Lourenço Conde)

Eu fiquei super contente quando soube que ia ter um irmão. Até pensei que os meus pais já não se iam separar por causa disso. Fogo… fui bué ingénuo. Se o ambiente lá em casa já não ‘tava bem, agora transformou-se num filme de terror. O meu pai parecia o Hulk, gritava até ficar verde. Disse que já não ia cada um pro seu lado, que não ia ter um filho pro ver só de quinze em quinze dias. A minha mãe, em versão Darth Vader, pronta para o combate, ameaçava incendiar a casa e acabar com aquilo tudo duma vez por todas. ‘Tá curioso pra saber o desfecho dessa saga familiar, né? Realmente, é surpreendente… por isso é que eu não vou contar agora.

Pages: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11