Quem é quem? Algumas personagens de “Na Corda Bamba”, a novela da TVI

Beatriz Varela (São José Correia) 

Acredito que já tenha percebido que esta novela é um thriller. O suspense é uma constante. Nada é previsível, quando tudo parece caminhar numa determinada direção, há uma revelação surpreendente que desvia o enredo noutro sentido. É aqui que eu e o meu marido César entramos. O nosso núcleo vai surgir no meio da trama e vai estar bem no olho do furacão. Nós, a Lúcia e o Pipo em espiral: dois casais, uma atracão fatal, um crime iminente. Vou explicar. Eu e o César somos um casal feliz. O nosso casamento só não é perfeito porque eu tenho um problema que impede que a nossa felicidade seja plena. Mas este é um assunto delicado sobre o qual prefiro não falar. Ele é um fotojornalista que também faz fotografia artística, eu uma consultora imobiliária na Diamond Homes. É lá que me vou cruzar com a Lúcia e a partir daí é apenas uma questão de tempo até ao inevitável. O que é que se pode esperar de amizades perigosas? Sexo, medo, sangue? No início, a minha relação com a Lúcia será amigável. Somos colegas de trabalho, eu ajudo-a sempre que ela me pede… Considero-a uma amiga em quem posso confiar. Até que… O alarme soa. O Pipo é um homem violento e imprevisível. A Lúcia é uma mulher sinistra, sabe-se lá do que é capaz. O que vem a seguir parece-me óbvio.

César Varela (Marco Delgado) 

Não sei como posso explicar o que é viver em terror dia após dia. O terror de magoar quem se ama, o terror de cometer uma loucura. Numa situação limite ninguém sabe do que é capaz. Talvez seja uma boa ideia você conhecer-me melhor, assim é mais fácil compreender como é que a situação vai chegar a este ponto. A minha grande oportunidade como fotojornalista surgiu na revista “Focus”. Daí a publicar o meu primeiro livro de fotografia de viagens foi um pequeno passo. Estive dois meses na Antártida a fotografar os efeitos das alterações climáticas. Hoje também faço fotografia artística. Já expus em Lisboa, Berlim e Amsterdão. Num jantar cá em casa com a Lúcia e o Pipo, eles ficaram a saber que a Beatriz é estéril e que o facto de não termos constituído família era um espinho na nossa plenitude como casal. O Pipo e a Lúcia começaram o interrogatório a que já estávamos habituados. Eu e a Beatriz explicámos que a adoção foi descartada por várias razões. Jamais iríamos esconder a verdade à criança. Viver uma farsa estava fora de questão, ela tinha de saber que era adotada. Mas e depois no futuro? Ela iria atrás dos pais biológicos? Que atitude teriam, do que seriam capazes? Pior, qual seria o impacto disso nas nossas vidas? Mais ainda: que tipo de herança genética essa criança iria trazer na bagagem? Adotar uma criança não é o mesmo que comprar uma t-shirt. A Lúcia finalizou a conversa com uma última pergunta constrangedora: se nunca me tinha passado pela cabeça deixar a Beatriz por uma mulher que me desse filhos. Lembro-me perfeitamente do olhar dela quando eu respondi que nunca faria uma coisa dessas. Agora que já nos conhece aos quatro e ao labirinto de diferenças em que estamos metidos, percebe o meu medo? Qual de nós é que vai conseguir sair são e salvo? E a que preço?

Pages: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11