[Raio Z] Entrevista a Ana Varela: “É errado afirmar que os “Morangos” formavam atores.”

‘Morangos com Açúcar’, ‘Pai à Força’, ‘T2 para 3’ ou ‘Uma Noite de Paz’, são apenas alguns dos projetos que constam no currículo de Ana Varela.

À frente da agência de atores H!T, Ana Varela é um dos novos talentos da representação em Portugal.
Fique a conhecer esta atriz em mais um Raio Z.

Zapping: Integrou o elenco da série ‘T2 para 3’, uma série online. Como foi fazer parte deste projeto pioneiro?
Ana Varela: Foi muito bom e deixa muita saudade. Na altura, em que pouco se ouvia a palavra “viral”, o “T2” era realmente pioneiro. Hoje, sabemos que era o futuro.

Z: A sua personagem, na altura, exigiu algum trabalho de pesquisa?
AV: Todas as personagens exigem um trabalho de pesquisa. Recordo-me, por exemplo, que, na altura, tive de aprender as noções básicas de fotografia. No entanto, a “Clara” tinhas bastantes semelhanças comigo o que facilitou, em parte, o meu primeiro desafio na interpretação.

Z: Integrou depois o elenco de ‘Morangos com Açúcar’. A Isabel tinha o sonho de ser bailarina. Como foi dar vida à Isabel e como foi gravar as cenas de dança da sua personagem?
AV: Foi bastante exigente. Fazer “Morangos” por si só é já bastante intenso. Dar vida a uma “bailarina” teve o dobro da exigência: além de trabalhar a personagem, tinha também de ensaiar diariamente as coreografias. No entanto, aprendi imenso com este projeto e agradeço ter feito parte dele.

Z: Sente que os ‘Morangos com Açúcar’ foram de facto uma escola de atores?
AV: Acho que os “Morangos” foram uma escola no sentido em que te obrigavam a assimilar um conjunto de técnicas (apenas para TV) num curto espaço de tempo, sem uma pedagogia forte e com um elevado nível de exigência. No entanto, é errado afirmar que os “Morangos” formavam atores.

Z: Fez parte do telefilme ‘Noite de Paz’ na RTP. Quais foram as principais diferenças entre gravar os ‘Morangos’ e gravar este projeto?
AV: Os “Morangos” eram uma série juvenil TVI e ‘Noite de Paz’ um telefilme RTP. As diferenças são várias, mas a principal é a disponibilidade (tempo, cuidado, meios técnicos, etc) que existiu para fazer um e outro.

Z: Deu vida a Laura na série ‘Pai à Força’. Sente que precisava de fazer uma personagem mais adulta?
AV: Sim. Claramente precisava de fazer uma personagem adulta! Estava um pouco cansada dos dilemas da adolescência (risos).

Z: A Laura era uma vilã que não olhava a meios para atingir os fins. Sente que este tipo de personagens é mais aliciante para os atores?
AV: Talvez. Um dos grandes gozos que a nossa profissão tem é o facto de nos podermos extrapolar por completo, de podermos experienciar facetas que não fazem parte do nosso modus operandi. E, nesse sentido, a Laura foi muito aliciante para mim.

Z: Está à frente da agência HIT. Como tem sido este projeto?
AV: A HIT é o projecto de uma vida. É um prazer ter ajudado a formar esta agência de atores em plena altura de crise e vê-la a crescer e a vingar no mercado a cada dia que passa. No entanto, durante este ano, a minha grande aposta será a minha carreira de atriz.

Z: Já sabe quando vamos poder voltar a vê-la na TV?
AV: Só pequenas participações. Projetos de longa-duração, reserva-os o futuro.

Z: Perguntas Rápidas:
Maior Vício… o trabalho;
Livro/Filme/Música/Série Favoritos… ‘Vai aonde te leva o coração’, Filmes Clássicos , ‘Whatever Lola Wants’ by Sarah Vaughn, ‘O Sexo e a Cidade’;
Na TV não dispenso… Filhos da PUB;
A pessoa que mais admiro é… As mulheres em geral!
Não vivo sem… a minha filha;
Não saio de casa sem… o telemóvel;
Um dia corre bem quando… o sol brilha;

Z: Pergunta Final:
A sua vida dava uma novela? Porquê?
AV: Sim. Pois é repleta de acção, com muito drama à mistura 

Entrevista de Ricardo Neto
Revisão de Inês Santos