[Raio Z] Entrevista a Francisco Froes: “É benéfico interpretar personagens mais novas do que eu. É da forma que tenho uma carreira mais longínqua.”

Afastado da ficção nacional, Francisco Froes é um dos vários atores que procura alcançar o sucesso lá fora.
Com séries como ‘Morangos com Açúcar’ e ‘Rebelde Way’ no currículo, Francisco Froes fala-nos de como “nasceu” a sua paixão, dos seus objetivos e do futuro no estrangeiro.
Numa entrevista descontraída, é Francisco Froes em mais um Raio Z!

Zapping: Iniciou a sua carreira em ‘Morangos com Açúcar’. Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco da série?
Francisco Froes: Na altura a minha vida era o Bodyboard e eu assinei com a agência L’Agence, com a ideia de fazer uns trocos em anúncios de televisão. Surgiu um casting para a série, fiz, passei à fase do teste de imagem e fiquei com o papel.

Z: O seu personagem era estrangeiro, que trabalho de composição exigiu o seu Michael?
FF: Para ser sincero, eu não fazia ideia o que era ser ator na altura. A minha única preocupação era fazer das palavras dele minhas, para que soasse tudo da forma mais natural possível. A própria personagem em si também não tinha muita influência estrangeira nela. Eu era um filho de pais portugueses emigrantes, ou seja, a personagem não tinha sotaque e nos próprios textos não vinham estrangeirismos.

Z: Olha para os ‘Morangos’ como a sua escola enquanto ator?
FF: Não tanto pela parte técnica da representação, mas sim pela experiência de câmara que ganhei por estarmos a gravar 6 dias por semana sem parar. Há muitas questões técnicas quando se grava televisão e cinema, como por exemplo, descobrirmos a câmara quando a nossa contra cena nos tapa, que vamos aprendendo e ganhando destreza sobre elas por estarmos constantemente a gravar. Mas “a minha escola enquanto ator” foi a Neighborhood Playhouse em Nova Iorque, onde estudei durante dois anos e onde aprendi tudo o que sei sobre representar. Até lá, apenas usava o meu senso comum.

Z: Integrou o elenco de ‘Rebelde Way’, como foi dar vida ao Álvaro?
FF: O Álvaro foi umas das personagens mais divertidas que tive o prazer de fazer. Uma personagem com aquela instabilidade mental e agressividade nas ações, acho que é o desejo de qualquer ator.

Z: No decorrer da trama, o seu personagem tem uma aproximação com Rodrigo (João Godinho). Como foi gravar estas cenas?
FF: Não foi nada de mais, porque a própria cena também não era nada de mais.

Z: O Álvaro era louco. Teve alguma preparação especial para interpretar este personagem?
FF: Não diria uma preparação especial. Eu, através do meu senso comum e daquilo que tinha lido sobre a representação, procurava sempre perceber o que é que a cena exigia e de onde é que vinham as ações do Álvaro. Sabendo o que sei hoje, depois de ter estudado, teria feito uma preparação diferente.

Z: Quais foram as principais diferenças entre gravar ‘Morangos com Açúcar’ e ‘Rebelde Way’?
FF: Pessoalmente, houve uma maior maturidade quando interpretei o Álvaro. Quanto às novelas, foram ambas um prazer de gravar e recordo-as como grandes tempos da minha vida.

Z: Integrou o elenco do telefilme da RTP ‘Noite de Paz’. Sente que precisava de se descolar da imagem de adolescente?
FF: Não, antes pelo contrário. Como ator, é benéfico interpretar personagens mais novas do que eu. É da forma que tenho uma carreira mais longínqua. Mas foi uma experiência divertida interpretar uma personagem já trabalhadora e mais madura. Juntando ao facto de ser o Jorge Cardoso o realizador, com quem gosto muito de trabalhar.

Z: Está atualmente em Los Angeles. O seu principal objetivo neste momento é construir uma carreira internacional?
FF: Sim. Neste momento tenho Green Card (Visto de Residente Permanente) e não me vejo a sair daqui nos próximos tempos. As coisas vão avançado por cá, devagarinho mas estão bem encaminhadas. Aqui tenho tido a oportunidade de participar em projetos que me dão aquilo que eu procuro artisticamente.

Z: É possível que o voltemos a ver na televisão em Portugal?
FF: É, claro. Não há nada como irmos para fora para começarmos a dar valor ao que temos. Portugal é o melhor país do mundo. Não digam a ninguém. Tenho um orgulho enorme em ser português e vou querer sempre trabalhar em Portugal. Inclusive começar a produzir projetos meus aí.

Z: Perguntas Rápidas:
Maior Vício… Bodyboard.
Livro/Filme/Música/Série Favoritos… Robinson Crusoe/Tantos, e por várias razões, não faz sentido escolher só um/Reggae e Tech House/’Breaking Bad’, ‘Game of Thrones’, ‘Suits’, ‘Entourage’, ‘Californication’.
Na TV não dispenso… Ver o Sporting e o Real Madrid a jogar.
A pessoa que mais admiro é… A minha namorada, Rita Castelo Branco.
Não vivo sem… Ela. Mas infelizmente vivo.
Não saio de casa sem… Fechar a porta.
Um dia corre bem quando… Respiro.

Z: Pergunta Final:
A sua vida dava uma novela? Porquê?
FF: Sim. Porque a vida de qualquer pessoa dava.

Entrevista de Ricardo Neto
Revisão de Inês Silva