[Raio Z] Entrevista a João Fernando Ramos: “A RTP é uma televisão plural e isenta.”

Natural da Lousã, João Fernando Ramos era, até há bem pouco tempo, o diretor da RTP Porto. Pivô do principal bloco de notícias da RTP2, João fala-nos do seu percurso e do que está para vir. Numa altura em que prepara um novo formato informativo para a RTP2, o jornalista revela-nos o que podemos esperar deste novo noticiário e dos seus objetivos para o programa. Um fã das redes sociais e de corridas de carros, chegou mesmo a participar numa das edições do Rali Portugal. Fique a saber um pouco mais sobre João Fernando Ramos, pois hoje ele está em Raio Z! Zapping: Deixou recentemente o cargo de chefia que tinha na RTP Porto. O que nos pode dizer sobre esta decisão? João Fernando Ramos: Foi uma decisão que tomei em consciência, depois de um episódio desagradável que pertence ao passado. Nesta altura estou muito motivado com este novo desafio de construir um jornal novo e de o levar à antena da RTP 2, dentro de muito pouco tempo. Gosto muito deste novo papel. Foi um desafio muito motivador da nova direção de Informação. Z: Sabemos que tem Facebook e Twitter. Neste momento, as redes sociais são um instrumento importante para a informação? JFR: Sim. São uma fonte de notícia, uma boa forma de percebermos o que as pessoas pensam sobre cada um dos temas dos nossos dias. Z: Vai coordenar e será também pivô do principal bloco informativo da RTP2. Quais são as suas perspetivas para esta nova experiência? JFR: Estamos ainda a preparar o Jornal. Vai ter um novo conceito e é um desafio muito interessante. Espero que quem gosta de notícias se identifique com este novo conceito e que marque sempre encontro com a nossa equipa às nove, na 2. Z: Quais serão as principais diferenças entre um noticiário da RTP1 e da RTP2? JFR: Vão ser muitas. O ‘Jornal-2’ vai explicar melhor as notícias mais marcantes do dia, com a análise de quem sabe verdadeiramente de cada temática. Teremos um painel muito alargado de comentadores em todo o país e teremos uma visão verdadeiramente global da atualidade. Vamos trazer à antena da RTP figuras do Porto, de Coimbra, de Faro, de Lisboa, de Évora, etc… Teremos quem sabe a comentar num olhar mais atento. Z: A estação pública é muitas vezes acusada de falta de isenção. Sente que, por ser um canal do estado, estarão sempre condicionados aos olhos do público? JFR: A RTP é uma televisão plural e isenta. Somos o órgão de comunicação social mais escrutinado em Portugal. Z: Faltam mais blocos informativos na televisão generalista portuguesa? JFR: Julgo que não. Temos muitos boas alternativas e este Jornal da RTP 2 é mais uma que queremos tornar numa das marcas de qualidade da nossa oferta. Z: A RTP tem um programa de investigação, o ‘Sexta às 9’. Era o tipo de formato que lhe daria gozo apresentar? JFR: Não. Gosto muito deste registo que vamos assumir na RTP 2, e que já tinha ensaiado no ‘24 Horas’. Z: Para os laicos sobre o assunto, como funciona ao certo a redação de um canal de informação 24 horas por dia? JFR: 24 horas por dia, sempre atento ao que está a acontecer. É uma redação que não dorme. Z: As audiências são quem, no fundo, comanda a televisão? JFR: São importantes. Trabalhamos para o público e é importante perceber se somos uma oferta válida. Z: Nunca pensou deixa de lado a informação e dedicar-se ao entretenimento? JFR: Curiosamente comecei na televisão no entretenimento. Vim para a informação por opção clara. Adoro o meu trabalho e é um privilégio trabalhar numa equipa como esta da RTP. Z: Perguntas Rápidas: Maior Vício: (nada) Livro/Filme/Música/Série Favoritos: Livros com história e boas estórias, música que me surpreenda, ‘Bem Vindos a Beirais’… Na TV não dispenso: As notícias, o ‘5 Para a Meia Noite’ e pouco mais… A pessoa que mais admiro é: Muitas. Obviamente os meus pais, a minha mulher e os meus filhotes. Não vivo sem: Emoções… Não saio de casa sem: Um sorriso e vontade de viver cada minuto do novo dia. Um dia corre bem quando: Acaba numa jantarada de amigos, daquelas que não se contam, mas que são sempre tão saborosas. Z: Pergunta Final: A sua vida dava uma novela? Porquê? JFR: Não sei. Mas vivi momentos bem divertidos… Entrevista de Ricardo Neto Revisão de Inês Silva