[Raio Z] Entrevista a José Boavida: “Nós estamos a trabalhar para o público e é ele que é juiz do nosso trabalho.”

‘Bem-Vindos a Beirais’, ‘Morangos com Açúcar’, ‘Inspetor Max’ ou ‘Conta-me Como Foi’ são apenas alguns dos sucessos que constam no currículo de José Boavida.
Nascido a 23 de Agosto de 1964, em Castelo Branco, José António de Almeida Martins Boavida interpreta atualmente o machista Manuel na série de horário nobre da RTP.

Numa entrevista animada, José Boavida revela-se em mais um Raio Z!

 

Zapping: Grava ‘Bem-Vindo a Beirais’ há um ano. Já se sente um beiralense?
José Boavida: Sim, sinto-me um verdadeiro Beiralense. Sinto que o Carvalhal, terra onde é gravada a série ‘Bem-vindos a Beirais’, acolheu de forma simpática esta extensa equipa de ‘Beirais’, fazendo com que nos sintamos em casa.

Z: O Manuel é um homem machista. Sente que é um pouco a personificação do velho estereótipo masculino?
JB: O Manuel Pedroso é um pouco machista nalgumas atitudes que toma porque são fruto de uma educação retrógrada que, infelizmente, ainda existe na sociedade portuguesa, e não só. Mas o Manuel Pedroso é um homem honesto, vertical, com as suas convicções e quando percebe que está errado, dá o braço a torcer.

Z: Como se preparou para dar vida ao Manuel?
JB: Como em quase todas as personagens que faço, estudando a fundo o seu comportamento e como se enquadra no núcleo da história, de forma a que seja totalmente verdadeiro. Depois é dar-lhes vida e coerência.

Z: ‘Bem-Vindo a Beirais’ tornou-se um pequeno sucesso. É estimulante saber que o seu trabalho está a ser reconhecido?
JB: Claro que é estimulante. Nós estamos a trabalhar para o público e é ele que é juiz do nosso trabalho. Quando é reconhecido é motivo de grande satisfação e dá muito mais alento para prosseguirmos o nosso caminho.

Z: Já foi abordado na rua?
JB: Sim, já fui inúmeras vezes abordado e alvo de trocadilhos referentes à profissão de mecânico. É bom e é divertido.

Z: A série já foi renovada para a sua quarta temporada. O que podemos esperar do Manuel daqui para a frente?
JB: Bom, essa pergunta é mais direccionada para os guionistas da série, mas espero que o Manuel se mantenha no motor de ‘Beirais’ e contribua, também ele, para a continuação deste grande sucesso da RTP1. ‘Bem-vindos a Beirais’ é uma série totalmente portuguesa, daí o público rever-se naquela aldeia.

Z: Seria possível, em Portugal, criar-se um sistema de séries semelhante ao que existe nos Estados Unidos?
JB: Claro que é possível. Assim os investidores mudem a sua maneira de ver o mercado, porque ele tem dado bons indicadores de que as séries são um excelente investimento e investe-se cá dentro, no que é genuinamente português.

Z: Gravar uma série é diferente de gravar uma novela?
JB: Sim, o ritmo é mais pausado (ligeiramente). Dá mais tempo para um melhor resultado final.

Z: De todas as personagens que já fez qual foi a que lhe deu mais trabalho de construção?
JB: Todas elas dão muito trabalho, porque emprestamos os nossos sentimentos todos os dias a personagens que por vezes são bem diferentes de nós.

Z: Perguntas Rápidas:
Maior Vício… Teatro.
Não vivo sem… Mar.
Não saio de casa sem… Sapatos. Não quero ser apanhado descalço!
Um dia corre bem quando… Quando deito a cabeça na almofada e durmo profundamente.

JB: Pergunta Final:
A sua vida dava uma novela? Porquê?
JB: Sim. Porque sou um ser solidário e quero uma sociedade mais justa.

Entrevista de Ricardo Neto
Revisão de Margarida Costa