[Raio Z] Entrevista a José Carlos Garcia, ator de “Sal”, da SIC

À conversa com o Raio Z temos hoje José Carlos Garcia, um dos atores que vai participar na próxima série de humor da SIC, “Sal”. Bem disposto, o artista fala da importância da comédia nos dias de hoje, do seu papel na série e do quão difícil foi reviver a realidade dos retornados.

Numa altura em que a ficção e a realidade se misturaram, José Carlos Garcia fala-nos das dificuldades que teve com a sua personagem em “Depois do Adeus”, da sua relação com a guerra e da exigência que uma série de época tem.

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Zapping: Esteve em Cabo Verde a gravar a série “Sal” para a SIC. Como foi esta experiência?

José Carlos Garcia: Correram muito bem as filmagens, com uma equipa extraordinária e a série tem uma qualidade imensa… É sempre um luxo fazer uma série onde só se filmam praticamente exteriores.

Z: Pode avançar algo sobre a sua personagem nesta série?
JCG:
 Sim, faço uma personagem inspirada numa figura real e local, o Emídio, que consegue arranjar praticamente tudo… Do mais simples ao mais irreal.

Z: Como é fazer comédia numa altura em que o país está como está?
JCG:
 Comédia sempre se fez, independentemente do estado do país… A comédia teve uma função social e, se calhar, agora mais do que nunca é preciso rir, é preciso provocar e fazer passar a informação de uma outra forma. A comédia leva ao entendimento.

Z: A comédia faz falta aos portugueses?
JCG:
 Faz falta a toda a gente!

Z: “Depois do Adeus” foi uma das suas últimas grandes participações em TV. Como foi representar uma realidade que lhe é tão próxima?
JCG:
 Foi um privilégio fazer parte de um projeto desses. No entanto a guerra nunca me trouxe boas memórias, e houve todo um passado emocional que despertou ao reviver certos momentos desta história e destas personagens. Nem sempre foi fácil.

Z: As séries de época têm uma exigência extra no trabalho de ator?
JCG:
 Normalmente sim. No caso de “E Depois do Adeus” houve um trabalho sobre a maneira de falar das personagens que era muito própria da altura e do local onde as personagens viviam.

Z: Ultimamente temo-lo visto a trabalhar regularmente com a SP Televisão. Sente-se um ator da casa?
JCG:
 Praticamente em Televisão só trabalhei com a SP… Portanto, acho que sim.

Z: “Laços de Sangue” ganhou um Emmy, parte do prémio também é seu?
JCG:
 Uma ínfima parte sim… O prémio é de todos os que participaram, produziram e trabalharam na novela.

Z: Acha que os portugueses dão valor a este tipo de prémios?
JCG:
 Acho que sim, embora os prémios não sejam a única maneira de reconhecer e validar o trabalho de alguém ou de algum projeto.

Z: O seu regresso às novelas acontecerá em breve?
JCG:
 Em breve vou estar no pequeno ecrã com “Os Nossos Dias” na RTP1.

Z: Perguntas Rápidas:
Maior Vício… Fumar (pior vicio!)
Livro/Filme/Música/Série Favoritos… Mobydick (o livro que estou a ler neste momento), Paris Texas ou Underground em relação aos filmes. Adoro ouvir Bach. Série não tenho favorita…
Na TV não dispenso… Ver um bom filme.
A pessoa que mais admiro é… A minha mãe.
Não vivo sem…Uns bons sapatos.
Não saio de casa sem… Sem as chaves de casa, senão não entro!
Um dia corre bem quando… Não chove!

Z: Pergunta Final: A sua vida dava uma novela porquê?
JCG:
 Não, não dava uma novela… Dava para dois ou três episódios no máximo.

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Entrevista: Ricardo Neto
Revisão: Margarida Costa