[Raio Z] Entrevista a Miguel Costa: “Tenho uma relação muito afetiva com a SP Televisão.”

‘Velhos Amigos’, ‘Liberdade 21’, ‘A Família Mata’, ‘Maternidade’, ‘Perfeito Coração’, ‘Conta-me como Foi’, ‘Dancin’Days’ ou ‘Os Nossos Dias’, são apenas alguns projetos do ator Miguel Costa.
Nascido a 13 de março de 1977, Miguel é um dos atores mais requisitados pela SP Televisão. Divertido e bem humorado, Miguel fala-nos do seu percurso até aqui, da comédia e da produtora para a qual trabalha.
Numa entrevista a não perder, é Miguel Costa em Raio Z!

Zapping: Apesar de ainda poder ser vista na RTP, as gravações da novela ‘Os Nossos Dias’ já acabaram. Como foi dar vida ao taxista Sidónio?
Miguel Costa: Foi excelente, foi um privilégio dar vida ao Sidónio num projeto muito exigente, mas com uma equipa fantástica, muito generosa. Tenho muita sorte, tenho tido a sorte de trabalhar em projetos tão diferentes e desafiantes como este.

Z: O que nos pode contar sobre esta personagem?
MC: O Sidónio é um bom rapaz. Ponderado, correto, idóneo, trabalhador, desportista e defensor acérrimo dos direitos dos trabalhadores. E vai lutar por melhores condições de trabalho.

Z: Integrar um projeto a meio faz com que tenha mais dificuldades a compor a personagem?
MC: A responsabilidade é maior, já que entrei para um núcleo tão bom e em que todos os atores estavam em tão grande sintonia. O núcleo dos táxis. Mas receberam-me tão bem (toda a equipa aliás) e como já tinha trabalhado com todos e são todos meus amigos e grandes atores, foi muito mais fácil. Estou muito grato à Sandra Faleiro, à Ana Guiomar, ao Rui Melo e ao Joaquim Nicolau. O meu sentimento de gratidão estende-se a toda a equipa, mas estes quatro são muito especiais para mim. Apesar de ser o núcleo cómico dos ‘Nossos Dias’, o Sidónio é um pouco o contraponto dos outros personagens dos táxis. É mais sério e mais contido, o que foi bom para mim, para fugir ao lado mais caricatural das últimas personagens que fiz. Foi muito bom.

Z: A novela deu origem a uma peça de teatro. Como correu este espetáculo?
MC: Correu muito bem. Foi mais um grande desafio. A RTP e a SP lançaram esta ideia, e lá fomos nós. Acho uma excelente ideia a todos os níveis: é uma excelente forma de promoção a uma novela e dá trabalho a muita gente por mais tempo. Correu muito bem, mesmo.

Z: Este é mais um papel cómico no seu currículo. Sente que as pessoas já o veem como um “ator de comédia”?
MC: Apesar de estar inserido no núcleo cómico, o Sidónio é menos caricatural, como já referi. É mais sério, digamos assim. Eu gosto muito de comédia, como gosto de drama, de tragédia, mas tenho sido muito solicitado para comédia em televisão. Tenho tido a sorte de participar em excelentes projetos e isso, para mim, é o mais importante. É serem bons projetos. Como a televisão traz maior visibilidade, acho que me associam a uma imagem mais cómica. Aceito isso como algo positivo, mas não encerro na comédia o meu estilo de trabalho.

Z: Falou-se recentemente que a novela poderá ter uma segunda temporada. Gostava que se confirmasse?
MC: Gostava, gostava. Como gostei muito da primeira temporada, gostava que houvesse uma segunda.

Z: A maioria dos seus trabalhos em televisão foi com a SP Televisão. Já tem uma ligação afetiva à produtora?
MC: Tenho uma relação muito afetiva com a SP Televisão. Já considero uma casa para mim, por me tratarem tão bem. Desde a ‘Liberdade 21’ que trabalho na SP, tenho crescido e aprendido muito nos excelentes projetos para que me têm chamado. Estou muito grato pelo que me têm dado e dou tudo para retribuir da mesma forma. Sinto-me um sortudo por poder trabalhar regularmente na SP Televisão. Tenho lá grandes amigos, pessoas que admiro muito, tanto pessoal como profissionalmente, em todos os setores. Foi durante as gravações da segunda temporada de ‘Maternidade’ que soube que ia ser pai, foi durante as gravações de ‘Dancin’ Days’ que nasceu a minha filha, é uma casa muito especial para mim. Sinto como uma família para mim. Mesmo quando não estou em nenhum projeto as pessoas interessam-se. Há um lado muito humano para além do lado profissional. Digo-o com gratidão, não para dar graxa [risos].

Z: De todos os papéis que já fez, qual foi aquele que lhe deu mais trabalho a construir?
MC: Isto pode parecer uma resposta politicamente correta, mas não é: todos dão muito trabalho, mas no sentido positivo. Todos. Destaco o personagem que fiz em ‘Liberdade 21’, o Bruno Saraiva, um advogado estagiário, era algo contido e tímido, os textos eram excelentes mas muito técnicos, foi excelente. Depois o Constantino de ‘Perfeito Coração’: um miúdo mecânico de automóveis, e para preparar e construir o personagem fui estagiar como aprendiz de mecânico numa oficina. Durante um mês trabalhei no duro das 8 da manhã as 17h. Foi fundamental para mim, ninguém desconfiou que eu era ator, porque até então tinha feito principalmente teatro, e aprendi bastante, o que foi fundamental para compor o personagem. O Ivo de ‘Dancin Days’… O Sidónio, que no meio da loucura saudável dos outros taxistas, obrigava a que não me deixasse levar, porque o Sidónio era o contraponto…todos desafiantes, mesmo os que não referi aqui.

Z: Depois de várias personagens cómicas, fazer um vilão é uma ambição?
MC: Gostava! [risos] Porque não? Gostava mesmo. Mas acima de tudo gosto de bons projetos.

Z: Perguntas Rápidas
Maior Vício… Desporto
Livro/Filme/Música/Série Favoritos… livro: ‘Primeiro Amor’ de Samuel Beckett e ‘Morreste-me’ de José Luís Peixoto; Filme: ‘1984’; Música: ‘Do Me a Favor’ dos Arctic Monkeys; Série: ‘Sopranos’.
Na TV não dispenso… as notícias.
A pessoa que mais admiro é… é não uma mas 4: o meu pai, a minha mãe, a minha mulher e a minha filha.
Não vivo sem… a minha família e os meus amigos.
Não saio de casa sem… telemóvel.
Um dia corre bem quando… chego ao fim do dia feliz, junto dos que mais amo e com o sentimento de missão cumprida.

Z: Pergunta Final:
A sua vida dava uma novela? Porquê?
MC: Não sei se dava. Tenho tido as minhas tristezas e as minhas alegrias, mas as alegrias são tão maiores… Felizmente, e espero que assim continue, não tenho passado por experiências muito dramáticas na minha vida pessoal.

Entrevista de Ricardo Neto
Revisão de Inês Silva