[Raio Z] Entrevista a Teresa Tavares: “Gosto muito de trabalhar em Portugal, mas quando surgem boas oportunidades pego na mala e vou para onde for.”

Nasceu a 29 de dezembro de 1982. Teresa Tavares é uma das atrizes da nova geração que conta com mais sucessos no currículo. ‘Anjo Selvagem’, ‘Jardins Proíbidos’, ‘Morangos com Açúcar’, ‘Floribella’ ou ‘Laços de Sangue’ são apenas alguns dos projetos que já integrou.
Apaixonada pelo teatro, Teresa frequentou a Escola Superior de Teatro e Cinema. Protagonista do filme ‘Star Crossed’ do realizador Mark Heller, Teresa é uma jovem apaixonada e lutadora.

Fique a conhecer melhor Teresa Tavares em mais um ‘Raio Z’!

Zapping: Apesar de não ter sido o seu primeiro papel, tornou-se conhecida pela sua participação em ‘Anjo Selvagem’. Como foi dar vida à São? Como se preparou para esta personagem?
Teresa Tavares: Foi muito interessante e aprendi imenso. Lembro-me que no início vivia num convento que era gravado em Colares e passava lá todo o tempo que podia. Contracenava com o maravilhoso Canto e Castro (era ele o Padre que tomava conta de mim), de quem tenho as melhores recordações. Que ator e que ser humano incrível! Estar com ele, ter a oportunidade de contracenar com ele todos os dias foi uma escola só por si. Na altura era muito nova, ainda não tinha encontrado um método de trabalho, ia respondendo por instinto e acho que fez todo o sentido ser assim. A São era isso. Guardo grandes recordações desses tempos.

Z: Integrou o elenco de ‘Morangos com Açúcar’. Quando gravava a série imaginava que iria estar no ar por tanto tempo?
TT: Não, de todo. Quem é que iria imaginar? Quando comecei a gravar achei que ia durar 9 meses – 1 ano, como geralmente acontece com as séries. E, naturalmente, que também não estava à espera daquele sucesso todo, foi uma surpresa para todos nós.

Z: Alguma vez sentiu que o facto de ser uma “ex-moranguita” a prejudicou?
TT: Nunca senti isso na pele, embora acredite que haja pessoas que possam ter olhado para mim dessa forma, neste ou naquele momento. Mas sinceramente não me parece que alguma vez tenha sido prejudicada por isso. A verdade é que quando fiz os ‘Morangos’ já trabalhava há alguns anos como atriz e as pessoas começavam a conhecer o meu trabalho, portanto não me associavam só à série. Aliás, durante bastante tempo achei que me associavam mais ao ‘Anjo Selvagem’ (que também tinha tido imenso sucesso), do que aos ‘Morangos’.

Z: Fez par romântico com João Batista em ‘Morangos com Açúcar’ e em ‘Os Serranos’. Quando o contracena é o mesmo, é difícil criar uma separação entre as duas personagens?
TT: Não, não é nada difícil. Até porque nesses dois casos as personagens eram bastante diferentes. Quando se começa um novo projeto não se está a pensar no anterior. É outra coisa. O facto de contracenar com o mesmo ator até ajuda porque já nos conhecemos, já temos uma empatia e acabamos por estar mais à vontade logo à partida. Ainda por cima o João Baptista é um poço de talento, é sempre ótimo trabalhar com ele, divertimo-nos muito os dois. Já tenho saudades!

Z: ‘Os Serranos’, ‘Câmara Café’ e até as suas participações nas novelas ‘Floribella’ e ‘Flor do Mar’, foram projetos em que teve de explorar o lado cómico. É fácil fazer comédia?
TT: Bem, a questão não é a facilidade, é a precisão. Na comédia, ou estás completamente lá, ou completamente ao lado, não se vai lá por aproximação. É uma questão de escuta profunda e de talento, claro. É o tal timing. Mas como dizia o Raúl Solnado: ‘Fazer comédia não é difícil. Ou é fácil ou é impossível’. E ele sabia do assunto como ninguém.

Z: Em 2009 fez parte do elenco do filme ‘Star Crossed – Amor em Jogo’, um projeto que contou com vários atores internacionais. Como foi integrar este elenco?
TT: Foi maravilhoso. Um grande desafio porque, não só foi a minha primeira protagonista em cinema, como foi o primeiro filme que fiz falado em inglês, com toda uma equipa que não conhecia, enfim, era tudo novo. Adorei trabalhar com o Mark Heller, de quem ainda hoje sou amiga. Aprendi muito com todo o processo, com os outros atores, com a equipa e abriu-me horizontes a todos os níveis.

Z: Muitos colegas seus têm partido para o estrangeiro, em busca de trabalho lá fora. É um objetivo seu?
TT: Eu tenho tido alguns trabalhos fora de Portugal e sabe sempre bem sentir que o nosso trabalho não tem fronteiras, que pode chegar mais longe e há oportunidades lá fora. Gosto muito de trabalhar em Portugal, mas quando surgem boas oportunidades pego na mala e vou para onde for, com todo o meu entusiasmo. Até agora tenho tido ótimas experiências. Venham mais!

Z: Integrou o elenco de ‘Laços de Sangue’. A Catarina foi um desafio?
TT: Todas as personagens são um desafio. A Catarina era uma personagem de televisão muito interessante, muito humana, muito rica e com um percurso que abordava questões tão importantes hoje em dia, como o desemprego, com a qual, infelizmente, tantos portugueses se identificam. Era uma lutadora, um exemplo de determinação e coragem e acho que isso tocou o público. Ainda hoje, na rua, as pessoas me falam dela com muito carinho.

Z: Como recebeu a notícia de que a trama tinha vencido um Emmy Internacional?
TT: Fiquei contente, claro. Sabe sempre bem!

Z: Perguntas Rápidas:
Maior Vício… café.
Livro/Filme/Música/Série Favoritos… ‘Os passos em volta’, Herberto Helder / ‘Persona’, Bergman / ‘The time is now’, Moloko / ‘Homeland’.
Na TV não dispenso… séries e mais séries. E notícias também.
A pessoa que mais admiro é… a minha mãe.
Não vivo sem… o cheiro a maresia. E quando estou longe do mar sinto muita, muita falta.
Não saio de casa sem… as chaves, para lá voltar a entrar!
Um dia corre bem quando… chego ao fim do dia com um sorriso aberto na cara, enquanto vejo o por do sol

Z: Pergunta Final:
A sua vida dava uma novela? Porquê?
TT: Talvez por ser tão imprevisível. Mas então seria certamente uma daquelas novelas cheias de twists, pelo menos por agora!

Entrevista de Ricardo Neto
Revisão de Margarida Costa