RTP vai deixar de competir com os privados, afirma o futuro presidente da empresa

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A nova administração da RTP – que ainda não entrou em funções – pretende uma «identidade forte» com conteúdos «não concorrenciais» com SIC e TVI.

A eficiência, o controlo de custos e a modernização são os eixos que devem servir de trave mestra aos senhores que se vão seguir à equipa de Alberto da Ponte.

Com uma visão de programação sem obsessão com audiências, Gonçalo Reis, futuro presidente da RTP afima ao Expresso que «a RTP deve assumir-se como um operador com uma lógica de programação absolutamente complementar e não concorrencial com os privados. Creio que só isso é que justifica a sua existência como operador público».

O gestor vai mais longe e resume os objetivos do seu mandato: «Acredito que o serviço público de rádio e televisão deve ter conteúdos de qualidade, diferenciadores, promover a criatividade e a produção nacional, ser aberto à cultura, às artes e à ciência, divulgar talentos e criatividade. Esse deve ser o ponto central a partir do qual tudo o resto deriva. Quanto mais claro e assumido for esse posicionamento, mais forte será a RTP».

Gonçalo Reis afirma ainda que Nuno Artur Silva é a pessoa indicada para concretizar a estratégia de programação de «serviço público institucional de qualidade, mas não aborrecido» e sem interesse principal nos números de audiências.

«Creio que a RTP não deve concorrer com os privados, mas sim emitir e produzir conteúdos diferenciadores, sofisticados e de qualidade. As audiências e a recetividade do público são uma consequência desse desígnio. Deve ser esse o DNA da RTP. É isso que lhe dá carácter», termina o gestor.

Gonçalo Reis contou ainda ao Expresso qual o seu programa preferido da atual RTP: «Estou a adorar a série “Borgen”, que é emitida pela RTP2».