RTP1 transmite clássicos do cinema português : “A Canção de Lisboa” e “O Pátio das Cantigas”.

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Na semana em que se celebra o Dia de Portugal, Camões e das Comunidades, os casamentos de Santo António e as Marchas de Populares da cidade de Lisboa, a RTP1 transmite, na próxima quarta-feira (dia 10) e no próximo domingo (dia 14), dois dos mais icónicos filmes portugueses de todos os tempos: “A Canção de Lisboa” e “O Pátio das Cantigas”.

Quarta-feira, 10 de junho, às 14h15: “A CANÇÃO DE LISBOA”

Vasco Santana, Beatriz Costa e António Silva na mais admirável, inspirada e irresistível comédia portuguesa de sempre.

Vasco Leitão, estudante de Medicina em Lisboa, vive da mesada de umas tias de Trás-os-Montes que nunca vieram à capital e o consideram um excelente aluno. Porém, Vasco prefere os retiros de fado, os arraiais, os bailes e as mulheres bonitas. Especialmente Alice, uma costureira do Bairro dos Castelinhos, o que não agrada ao seu pai, o intratável alfaiate Caetano, que conhece bem o rol das dívidas do Vasco e a sua vida de boémio. Um dia, o Vasco chumba no exame, é posto pelo seu senhorio na rua e, para cúmulo, aparecem as tias decidem vir à capital.

Cottinelli Telmo é aquilo que se pode chamar um caso singular do Cinema Português. Arquiteto de formação, assina o primeiro filme sonoro em Portugal, que é também a sua única longa-metragem, já que morreu prematuramente.

“A Canção de Lisboa” é ainda a primeira grande comédia populista do cinema português, o género de maior sucesso de sempre em todo o cinema nacional, e hoje continua a ser aclamado como um filme de culto. Dos diálogos inspirados ao humor irresistível, onde a tradição da Revista e a comédia de costumes se fundem de forma notável, “A Canção de Lisboa” é, sem exagero, um dos mais célebres e admiráveis filmes portugueses de sempre, a que não é alheio o talento de um elenco portentoso com o mítico trio Vasco Santana/Beatriz Costa/António Silva à cabeça.


Domingo, 14 de junho, às 15h30: “O PÁTEO DAS CANTIGAS”

Um típico bairro lisboeta por ocasião das festas dos Santos Populares, através de um fabuloso jogo de equívocos e duplos sentidos numa comédia inesquecível, com Vasco Santana, António Silva e Ribeirinho.

Num típico pátio lisboeta, por altura das festas dos Santos Populares, um punhado de gente simples vive o seu quotidiano, os seus sonhos, desilusões, paixões, ciúmes e alegrias numa atmosfera quase encantada.

Alfredo é um bom rapaz cujo irmão Carlos, um estouvado, namora a frívola Amália. A irmã desta, Suzana, ama por sua vez Alfredo. Narciso, o pai de Rufino e seu sócio na leitaria do bairro, é um bêbado crónico e um virtuoso da guitarra. Rosa, uma bem disposta viúva que vende flores, é por sua vez cortejada por Narciso e pelo intratável e arrogante Evaristo, o merceeiro, pai da invejosa e mimada Celeste. A rivalidade entre Narciso e Evaristo vai ao rubro numa noite de bailarico no pátio que termina numa autêntica batalha campal. Por fim, tudo se compõe entre os vários pares amorosos e no pátio a vida segue serenamente.

“O Pátio das Cantigas” de 1941, é uma das mais célebres e amadas comédias populistas do cinema português. Ribeirinho, Lopes Ribeiro e Vasco Santana captaram e registaram com humor e sensibilidade toda a atmosfera lisboeta, bairrista e popular por ocasião das festas dos Santos Populares, a partir de um punhado exemplar de personagens tipificadas, envolvidas nas suas querelas, confrontos, desejos pessoais e num primoroso jogo de diálogos, com duplos sentidos e um irresistível sabor revisteiro. Tudo isto, servido por uma realização discreta e eficaz num filme que conta com gaffes memoráveis, como o de Vasco Santana regressando a casa bêbado e tentando obter lume de um candeeiro da via pública, que lhe vai servir de “guia” até chegar à cama.

Mas o que há de mais notável em “O Pátio das Cantigas” é sem dúvida o espantoso jogo da representação, do mau génio e arrogância de António Silva às atribulações do tímido Ribeirinho, passando pelas calinadas, verbais e melódicas, de Laura Alves e, acima de tudo, pela alegria ébria e pela insolência provocadora de Vasco Santana.