«Quanto a mim, despeço-me, com muita pena, mas tem de ser». Foi com estas palavras que Manuela Moura Guedes se despediu do “Jornal Nacional” da TVI a 16 de dezembro 2005.
Numa entrevista à plataforma ‘Júlia’, de Júlia Pinheiro, a antiga jornalista confessa que «tinha mesmo de sair porque sabia que me iam pôr fora do ecrã».
Os motivos para o afastamento, que foi voluntário, prendeu-se com o novo paradigma na quatro. «Havia novos donos na TVI que não gostavam de mim, do meu jornalismo e antecipei-me para que não houvesse problemas na TVI», referiu.
Líder de audiências na altura – como é ainda hoje – a estação de Queluz não poderia passar por um abanão. Foi o que pensou Manuela Moura Guedes. «A TVI tinha tido feito um grande percurso para se pôr de pé, com recuperação financeira e de audiências», disse a Júlia Pinheiro, acrescentando que «ficar podia pôr em causa certos postos de trabalho».
A saída de antena e do jornalismo deixou entristeceu a ex-jornalista: «Fiquei triste. E pensei que era melhor pôr-me de lado e dar a entender às pessoas que estava cansada». Moura Guedes confirma ainda: «Foram razões políticas que estiveram subjacentes à minha saída».
Volvidos estes anos todos, há um certo arrependimento. Se fosse hoje, a generala talvez não tivesse procedido da mesma forma e não se tivesse ausentado voluntariamente da antena da TVI.
«Não devia ter aceitado a decisão da administração. Fui-me abaixo na altura», disse e acrescentou que «havia um controlo quase completo dos meios de comunicação social [por parte do governo de José Sócrates]».
A entrevista completa de Manuela Moura Guedes pode ser vista na íntegra no vídeo publicado acima.