«A GfK é o bode expiatório para os erros que a TVI tem cometido», Luís Marques

Audiências

Luís Marques, numa entrevista à Notícias TV, culpa a própria TVI pelos resultados nas audiências. «A GfK é o bode expiatório para os erros que a TVI tem cometido na programação. A força da TVI sempre esteve na ficção. Nos últimos anos está a tornar-se numa estação de reality shows e o público não é o mesmo. Com esta estratégia a TVI desprotegeu o acesso ao “Jornal das 8”, a primeira linha de primetime e deu oportunidade à SIC de crescer, que já estava forte. é uma opção legítima, mas não podem querer ter sol na eira e chuva no nabal», disparou.

À mesma revista, o diretor-geral da SIC afirma que todos os painéis são suscetíveis de levantar dúvidas: «Suspeitas há sempre, é preciso é fundamentá-las, provar que este painel é mau. Ninguém consegue provar. É o melhor painel, tem 1046 lares em Portugal. O da Marktest produzia cerca de 800».

Quanto à perda de audiências da RTP, a estação que mais tem perdido audiências, o responsável da SIC afirma que se calhar é melhor olhar-se para a grelha da estação pública antes de emitir juízos: «É preciso ver que conteúdos é que a TVI ou a RTP têm, se são mais competitivos. Já alguém se perguntou se a programação da RTP sofreu ou não algum tipo de erosão por modelos que, se calhar, se esgotaram. O problema é que se discutem audiências como se fossem uma realidade abstrata. Porque é que a SIC não pode considerar que estava a ser prejudicada pela Marktest?», questiona.

Luís Marques é claro e afirma que «Há uma guerra pelo investimento publicitário». Os cinco a dez milhões que a TVI diz ter perdido por causa deste painel, na opinião do responsável não há uma relação causa-efeito. «É mérito nosso. Não foi a GfK que nos deu. São os nossos conteúdos, é a nossa área comercial que está a trabalhar melhor. O que é que posso fazer?», questiona.

O ainda presidente da CAEM não se arrepende de ter aceitado o cargo e não acha que vá ficar associado a um período negro da televisão portuguesa.

Em 1998 houve mudanças drásticas no painel de audiências que vigorava na altura e a TVI começou a subir de repente, tendo passado para a frente já na era pós-“Big Brother”. Luís Marques não acha que sempre que há uma mudança profunda, há um novo líder: «Isso não quer dizer nada. A CAEM, a CAEM, a direção da CAEM, não tem rigorosamente nenhuma possibilidade de influenciar o trabalho da GfK. Não tem, não quer nem pode», termina, à Notícias TV..