António Esteves Martins sai da RTP em rota de colisão com a direção

António Esteves Martins, um dos mais conhecidos correspondentes da RTP, bateu com a porta e saiu da estação pública em diferendo com a direção de informação.

O jornalista colocou um ponto final depois de 25 anos na ininterruptos na estação pública. Há anos que era correspondente da RTP em Bruxelas.

António Esteves Martins deixa a estação, onde está desde 1991, já a partir do próximo mês de Julho. A informação foi avançada pelo jornal Observador, que adianta que a decisão já foi comunicada ao presidente do Conselho de Administração.

O profissional vai, no entanto, manter-se em Bruxelas e vai assumir, a partir de Julho funções, como assessor da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia. Esteves Martins será porta-voz para a imprensa e informação.

O jornalista falou em «desconforto» perante a atual situação da RTP para justificar a saída. A decisão apanhou de surpresa a administração que foi confrontada com um telefonema do jornalista para Gonçalo Reis, presidente da RTP.

Na origem da decisão estarão desentendimentos com a direção de informação, liderada por Paulo Dentinho. António Esteves Martins referiu que «há mais de um ano que se sentia persona non grata» na RTP.

O ponto de rutura terá acontecido a 6 de abril quando, no programa “A Voz do Cidadão”, o provedor do telespectador, Jaime Fernandes, acusou a RTP de ter falhado na cobertura dos atentados de Bruxelas, de 22 de março, criticando António Esteves Martins por não estar na capital belga na ocasião. O correspondente considerou a acusação «inaceitável», justificando que «estava de férias em Londres» e que «tinha o espaço aéreo fechado».

O correspondente em Bruxelas demissionário afirmou ainda que «a RTP é uma boa casa, mal frequentada».