Ao CM, Luís Castro desmente Nuno Santos

Ex-membro da direção de Nuno Santos, Castro desmente o ex-diretor

Luís Castro, ex-subdiretor de informação da RTP garante que foi informado por Nuno Santos, na noite de 14 de Novembro, data dos confrontos em frente à Assembleia da República, de que a polícia ia visitar a empresa no dia seguinte, escreve o Correio da Manhã desta segunda-feira.

«O Nuno Santos sentou-se a meu lado na redação e disse: ‘A polícia vem à RTP visionar as imagens’», revela Luís Castro ao CM. O ex-responsável tinha-se mantido em silêncio, mas não tem dúvidas sobre o que se passou: «Foi o diretor de Informação que deu autorização para visionar e entrar nas instalações da RTP».

Nuno Santos, também contactado pelo Correio da Manhã, rejeita «liminarmente estas acusações» e mantém a sua posição, dizendo que não deu «nem autorização nem instrução para o visionamento e cedência das imagens à PSP».

Já Luís Castro, questionado sobre o seu envolvimento no caso, reconhece que ofereceu o seu gabinete «para que as imagens fossem visionadas». E acrescenta: «Perguntei [a Nuno Santos] onde iam ver as imagens e ofereci o meu gabinete porque ia estar em reuniões fora da redação». Mas adverque que «Não fui eu quem deu autorização para que as imagens fossem visionadas, para que os polícias entrassem na RTP e não estive no visionamento».

«Na parte final deste processo fui convidado para fazer parte de uma narrativa, a qual recusei», acrescenta ainda, revelando que o que afirma pode ser provado por uma troca de mensagens de telemóvel (28 SMS já certificadas por um notário e entregues à comissão de inquérito da RTP) com o ex-diretor.

Já Nuno Santos não se pronuncia sobre estas mensagens por considerar que «é uma grosseira violação da privacidade sobre correspondência trocada». «Sei os SMS que enviei e as razões porque o fiz. Toda a gente sabe na redação da RTP, e mesmo em gabinetes governamentais, quem tem relações privilegiadas com a PSP, outras polícias e mesmo com os serviços secretos», atacou.