No final do ano, a BBC pretende estrear o doc-reality “Britain’s Biggest Grafter“. Embora ainda não tenha arrancado as gravações, o programa já gerou uma onde de críticas, onde acusam de «exploração e degradação da pobreza» e de ser uma «adaptação polémica de Os Jogos da Fome [filme]».
O formato, que se encontra em fase de recrutamento de concorrentes, irá colocar em competição direta desempregados e trabalhadores que auferem o salário mínimo no Reino Unidos. Os vinte e cinco participantes terão que enfrentar os mais variados desafios, em cenários de trabalho exigentes como em minas ou na construção civil. A cada semana, «o trabalhador menos eficaz» é eliminado e no final, o vencedor levará para casa o prémio de 20 mil euros, considerado o salário mínimo anual no Reino Unido (com a exceção de Londres).
Em poucos dias, uma petição online que exige o cancelamento do programa da estação pública inglesa já foi assinada por mais de 25 mil pessoas: «Este é mais um exemplo da tendência perturbadora de tornar a exploração da pobreza em algo popular na TV. Já tinha acontecido antes com Benefits Street [série documental exibida no ano passado sobre as vidas de uma comunidade em que os seus habitantes vivem em fracas condições e com base em subsídios]. O desemprego e a pobreza são problemas sociais graves e não deveriam servir de mote para uma competição televisiva de mau gosto e que foi desenhado para explorar alguns dos britânicos mais empobrecidos pelo simples propósito do entretenimento duvidoso. Nem os formatos mais pirosos e de má qualidade do cabo e satélite chegaram a este nível. A exigência com a programação da BBC deve ser maior, é uma estação pública financiada por nós», lê-se na petição em questão.
Curiosamente, mesmo com as centenas de críticas, uma fonte próxima de “Britain’s Biggest Grafter” contou ao site britânico Radio Times que o número de inscrições no programa aumentou significativamente a partir do momento em que foi criada a polémica.