‘Caso CAEM’: «A TVI está disponível para conversar» Luís Cunha Velho quebra o silêncio

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Luís Cunha Velho fala do atual braço-de-ferro que opõe a TVI à CAEM

Luís Cunha Velho, director da TVI disse ao Diário Económico que não está contra o mercado e que não conhece a posição dos restantes operadores dentro da CAEM (Comissão de Análise de Estudos de Meios).

Só a validação do painel de medição de audiência pela PricewaterhouseCoopers (PwC) pode ditar o regresso da TVI à CAEM. «A TVI pediu a exoneração da CAEM por achar que, a direcção anterior não representava o mercado, nem a auto-regulação. Isto porque a TVI solicitou uma validação externa, que não foi aceite pela direcção da CAEM, quando a própria GfK não se opunha. A TVI e a RTP consideram que, para a transparência e lisura do mercado, é imprescindível fazer esta validação, neste caso pela PWC, porque foi quem fez a primeira auditoria, onde se detectaram algumas anomalias. O que levaria a TVI a equacionar qualquer hipótese futura era estarem preenchidos estes requisitos», disse o responsável de Queluz de Baixo ao Diário Económico.

O patrão da TVI afirma que ainda não se reuniu com a nova direção e conta que com a anterior direção (presidida por Luís Marques) não havia quaisquer laços: «Desde dezembro que ninguém contactou a TVI, por isso é falso que tenha havido tentativas de consenso. A TVI está sem o contacto da direção cessante há seis meses, parece-me que alguma coisa não está correta. Se houvesse vontade de resolver a questão, teria havido contactos nesse sentido».

Embora afirme que com a anterior direção não havia comunicação, com a nova estrutura, Luís Cunha Velho já não dá tantas certezas «Não posso confirmar, não estou dentro desse assunto».

Quando questionado se a SIC usou a presidência da CAEM a seu favor, o responsável diz não querer «entrar por aí» e afirma que não compreende «é que dois dos três principais players de televisão em sinal aberto tenham solicitado uma validação e ela não tenha sido entendida na direção da CAEM».

Em relação à nova estrutura da CAEM, Luís Cunha Velho diz que «A TVI está disponível para conversar, se a quiserem ouvir. Os indicadores que temos é que há abertura…».

As perdas de 2012 para 2013 rondam os oito milhões de euros, mas o responsável não atribui diretamente aos números GfK esta queda abruta até porque precisa, primeiro, «de saber se este painel representa a população portuguesa, segundo os censos de 2011, em todas as vertentes».

Cunha Velho acha ainda «muito estranho que se diga que a TVI está contra o mercado, quando a direção da CAEM não tomou nenhuma iniciativa para conversar com a TVI». A verdade é que o painel ainda não foi formalmente validado e só aí a TVI tomará a decisão de reentrar ou não: «Que se valide o painel. Não compreendo como se diz que a TVI não aceita ou não está com o mercado quando há 6 meses que não é convocada pela CAEM para discutir seja o que for».

A TVI não pagou ainda à GfK porque usa dados Marktest, embora venda ao mercado dados GfK. Luís Cunha Velho admite vir a pagar à empresa alemã, pois está obrigado a usá-los: «A TVI cumpre todos os seus compromissos e obrigações, neste momento entendemos que o serviço não está bem prestado, a seu tempo assumirá todos os compromissos», termina ao Diário Económico.