ALICE MACEDO

Catarina Rebelo

Alice e o irmão gémeo Frederico são inseparáveis. A relação quase doentia que mantinham um com o outro, a vida protegida de realidades sociais diferentes das suas, e o facto de Alice ter sido expulsa do colégio de freiras onde tinham andado nos primeiros anos de ensino, levaram Gonçalo a querer inscrevê-los numa escola secundária pública, a Escola Secundária de Monsanto.

Frederico ficou nesta escola, adaptou-se melhor do que o esperado e fez amizade com Nicolau mas Alice, tendo chumbado nos exames do 9º ano, acabou por ir para outra escola privada, só de raparigas, onde parece sentir-se feliz.

Alice adora o pai, mas convive mal com o negócio de família que acha criminoso: assume-se como eco feminista, anseia chegar aos 18 anos para ser vegan, não suporta qualquer tipo de crueldade contra os animais e, a partir do momento em que se separa de Frederico na escola, cria um universo de relações só suas que evitará a todo o custo partilhar com ele.

Alice é uma adolescente perturbada, sozinha, com má relação com a mãe. Raquel tarda a perceber que Alice trava uma luta interna de afirmação da sua orientação sexual.

Alice embirra desde o primeiro dia com Nicolau, o filho dos Oliveira, que se torna o melhor amigo de Frederico, e que tem uma paixão avassaladora por ela que não consegue disfarçar. A relação de conflito permanente e provocação sexual em que vivem acabará por dar os seus resultados.

De qualquer forma, Alice embirra com os Oliveira desde que os conheceu, tal como a avó, Alice liga bastante ao “pedrigree” social, que é coisa que os Oliveira não têm mas também não vai ser isso que a vai impedir de olhar com segundas intenções para Catarina… ou Nicolau.

FREDERICO MACEDO

Gonçalo Norton

É, essencialmente, bom rapaz. Cresceu à sombra da irmã gémea, que era mais extrovertida do que ele, mas o facto de se terem separado a partir do 9º ano, deu-lhe asas para cultivar as suas próprias amizades.

Muito amigo de Nicolau, com quem partilha o gosto pela música, Frederico descobrirá da pior forma que o pai, a quem tanto admirava, não era a pessoa que ele sempre quis imitar, e não aceitará naturalmente o novo rumo que a mãe quer dar à sua vida, depois do acidente de Gonçalo.

Frederico despertar-se-á para o sexo tardiamente face aos padrões atuais, facto que Nicolau lhe aponta várias vezes quase como defeito, mas o destino fá-lo-á cumprir uma espécie de tradição varonil da família: só amará verdadeiramente uma mulher cultural, social e economicamente muito abaixo do seu universo.

CATARINA OLIVEIRA

Carolina Frias

É aquilo a que tradicionalmente se chama uma “boa filha”. Atenta com os pais e com os irmãos, no entanto, não lida muito bem com o autoritarismo do pai em relação a si. Sente que ele a trata de forma diferente da que trata o irmão Nicolau, por ser rapaz, a quem dá mais liberdade, apesar dele ser mais novo. Augusto vê com maus olhos o namoro de Catarina com João, com quem embirra.

A morte de Marina obrigá-lo-á a encarar os relacionamentos dos filhos de outra forma e, contrariamente ao expectável, Augusto vai apoiar o namoro da filha com um cadastrado em detrimento de João, rico, e filho de boas famílias. Por morte da mãe, Catarina terá de assumir o papel de dona de casa e de mãe do irmão mais novo, Gabriel.

O maior sonho de Catarina é ser livre, mas os acontecimentos com a mãe e com Gonçalo retirar-lhe-ão essa possibilidade. Para ajudar em casa, Catarina também irá trabalhar para a empresa de Gonçalo e André que, sempre que puder, far-lhe-á a vida num inferno.

NICOLAU OLIVEIRA

Bernardo Lobo Faria

Desde que conheceu Frederico, Nicolau passou a ser o seu melhor amigo. Partilham tudo mas Nicolau nunca lhe revelará as suspeitas que tem em relação às atividades extraconjugais da mãe.

Gonçalo e Marina usarão muitas vezes a amizade de Nicolau e Frederico para se encontrarem, ou para se desculparem em encontros menos oportunos mas, se Frederico demora a perceber, Nicolau será mais rápido, apesar de se manter discreto.

Depois da morte da mãe, para ajudar em casa, e também para escapar àquele ambiente sombrio em que passam a viver, Nicolau vai trabalhar como paquete para o escritório de uma advogada em ascensão, Aline, que não hesitará em trocar os seus serviços como defensora de Augusto pela exploração sexual de Nicolau que, impulsivo, parece ter um “dedo para a asneira”.

Por outro lado, é um pessoal leal, tão leal que é incapaz de abandonar um amigo que precise. Gosta perdidamente de Alice mas o caminho até ela será sempre crivado de obstáculos.

JOÃO PAULO NUNES

Diogo Lopes

Namora com Catarina desde os 18 anos dela. Gosta muito dela, ela gosta dele mas não aguenta a sua possessividade. Como acontece em muitos namoros violentos, João faz-lhe cenas de ciúmes constantes, vigia-lhe o telemóvel, está mais atento às suas necessidades sexuais do que às dela mas, quando a coisa descamba, corre para junto dela pedindo desculpa e jurando que nada daquilo volta a acontecer.

João Paulo anda à procura de emprego, e espera que assim que ela acabe o curso se possam casar mas Catarina, marcada pela experiência da mãe – que adiou tantos sonhos por ter casado tão cedo – e por ter que a substituir em casa desde que ela morreu, vai-se desinteressando dele. Para ela, mais do que tudo, passa a contar a independência e a liberdade e João não fica incluído nesses planos.