AURORA JUSTO

Sofia Nicholson

O seu título oficial é o de assessora da administração mas, na verdade, Aurora é a única pessoa que sabe tudo o que se passa na empresa e que assegura a sua plena laboração seja em que circunstâncias for. Gosta verdadeiramente de Gonçalo e não gosta de André. Mas, obrigada a conviver diariamente com ele, aprende a equilibrar o seu posicionamento dentro da empresa, para poder movimentar-se sempre com grande à vontade. Matilde não a aprecia particularmente e, sempre que possível, Aurora escapa ao seu encontro.

VICENTE BARRIGOTO

Dinarte Branco

O irmão mais velho de Marina, Vicente, é um homem rude, violento, de mau vinho e bastante infeliz. O pouco jeito para a escola determinou que a sua vida se fizesse no campo e que sobrevivesse dos pequenos terrenos que tinha e das jornas que fazia para os grandes latifundiários da zona.

Vicente continua a viver perto de Montemor onde nasceu, tal como Marina, mas o seu carácter e o alcoolismo estragaram-lhe o casamento com Luísa, a quem batia frequentemente. Acusado de violência doméstica, e com uma pena suspensa a que acresce a impossibilidade de se aproximar dela mais do que uma centena de metros, Vicente isolou-se da aldeia onde Luísa ainda vive com o filho de ambos, Sandro, e deixou de conviver seja com quem for.

Só vai à aldeia fazer compras – sobretudo vinho – e é olhado de lado por todos que sabem, inclusivamente, que ele usa pulseira eletrónica para não se poder aproximar de Luísa. Mas o facto de viver isolado, fora dos caminhos mais frequentados, fê-lo ver coisas que os outros não conseguiram ver.

Nomeadamente, no que diz respeito ao relacionamento da irmã com Gonçalo. Depois do divórcio de Vicente e Luísa, Marina perdeu o contacto com o irmão, mantendo-se, apesar de tudo, presente na vida de Luísa. Mas nunca mais regressou à sua aldeia, e só o fará no contexto do seu novo e secreto amor. Usará o irmão como desculpa para se afastar de Lisboa. E Vicente vai querer tirar dividendos disso.

LUÍSA BARRIGOTO

Isabel Figueira

Luísa, também natural da mesma aldeia de Vicente, apaixonou-se por ele muito cedo e o casamento entre ambos aconteceu de forma natural. Ela já lhe conhecia a apetência pelo álcool mas quis acreditar que quando estivessem juntos, numa relação satisfatória, as coisas poderiam melhorar.

Mas, como é sabido, isso raramente acontece e Luísa começou a ser vítima de violência doméstica praticamente desde o primeiro dia do casamento. Envergonhada e sentindo-se culpabilizada pela infelicidade do casamento, Luísa levou alguns anos até conseguir fazer queixa de Vicente. Fugiu com o filho, esteve numa casa abrigo até ele ser condenado e proibido de se aproximar dela e do filho e, só aí, regressou à sua terra.

Não lhe perdeu o medo, mas tem seguido a sua vida normalmente porque nunca se afasta do aparelho de teleassistência que pode acionar sempre que sentir o marido por perto. Sendo o estabelecimento dos correios numa via bastante central da aldeia, Luísa sabe tudo o que se passa nas redondezas e será ela que ajudará Augusto a refazer os últimos passos e os três últimos anos de vida de Marina – com Gonçalo.