Conversa Rápida: Rui Melo fala de “Os Nossos Dias”

Rui Melo

A gravar a nova novela da RTP1, Rui Melo é o novo convidado da nossa rubrica. Fique a conhecer um pouco da personagem do ator e da temática.

Rui Melo está em “Conversa Rápida” convosco hoje, leiam a entrevista em baixo:

1. Está neste momento a gravar “Os Nossos Dias”. A próxima novela da RTP. É um projeto inovador?
Na temática sim. É uma novela que fala da vida dos portugueses em tempo de crise e de como lidar com as dificuldades.

2. Estão previstos mais de 300 episódios, é compensador ter um projeto tanto tempo no ar?
Da perspectiva de um actor sim, uma vez que isso significa mais tempo de trabalho o que, nesta profissão, vai rareando.

3. A sua personagem é um taxista, que preparação fez?
A preparação foi no sentido de perceber como era a personagem independentemente da profissão. Construir a sua história, o seu passado, o que o trouxe até aos dias de hoje, ou se preferir, aos “nossos dias”.

4. Já pode revelar algo à cerca do seu Paulo?
É um “bom tipo”, divorciado e com um filho. Taxista de profissão e treinador de futebol por paixão. Não é muito ambicioso e tem sempre uma forma positiva de encarar a vida.

5. Gravar para a RTP é diferente de gravar um novela da noite da SIC ou TVI?
Não. A produtora é a mesma.

6. Participou em vários trabalhos da SIC, no elenco fixo, em algum momento se sentiu posto de parte?
Nunca. Felizmente Portugal tem muitos e bons actores, parece-me perfeitamente lógico que se procurem novas caras a cada novo projecto.

7. O Rui esteve no elenco fixo de uma das novelas mais polémicas dos últimos anos: Jura. Falhou algo neste projeto?
Não creio. Foi uma novela/serie com características especiais. Era um produto menos “main stream”, mais virado para as classes A e B e julgo que cumpriu plenamente os seus objectivos. A prova disso mesmo é que, sete anos depois, aqui estamos a falar dela.

8. Deu vida a Amaral em “Laços de Sangue”, vencedora de um emmy, sente que o prémio também é um pouco seu?
Não. O que eu sinto é que me diverti muito a fazer essa personagem, sinto que tive imensa sorte em entrar nesse projecto e que fui muito bem recebido por uma equipa que já “navegava a todo o vapor”. Espero ter contribuído para que as pessoas se divertissem em casa, tudo o resto é irrelevante. Os prémios são efémeros e, consequentemente, pouco relevantes. Se tentarmos lembrar-nos quem venceu o Oscar de melhor actor há dois anos atrás, percebermos facilmente que a atribuição de um Emmy serve mais para vender revistas do que para qualquer outra coisa.

9. Qual foi o personagem mais dificil até hoje de compor, para TV?
Todas elas foram difíceis, cada uma de forma diferente. Tudo o que é fácil não me estimula. Para todas elas parti com enormes duvidas.

10. E qual a maior exigência que já lhe fizeram?
Trabalhar o mesmo por menos dinheiro.

11. Por fim, quem é o Rui para lá da TV?
Sou um tipo com igual medida de defeitos e virtudes. Um alentejano “alisboetado”, que tem a sorte fazer o que gosta, que se sente desconfortável com entrevistas e que detesta falar de si mesmo na terceira pessoa do singular.