ESC2013 – A Crítica [2ª Semi-Final] (Antevisão)

Por João Leite e Tiago Vale
Por João Leite e Tiago Vale

Na próxima Quinta-feira, dia 16 de Maio, terá lugar a 2ª Semi-final do Festival Eurovisão da Canção de 2013, onde mais 17 concorrentes irão aproveitar os 3 minutos em palco da melhor forma para mostrarem o que valem e, quem sabe, levarem a sua bandeira para a Grande Final, no Sábado. Se ainda não teve oportunidade e quiser ler a análise à 1ª Semi-final, redigida por João Leite, clique aqui.

Esta crítica vai consistir numa pequena antevisão do que será a segunda gala eurovisiva, em que eu vou comentar as prestações dos artistas, tendo como base os seus ensaios, disponíveis no canal oficial da Eurovisão no Youtube, para quem quiser matar o bicho da curiosidade.

Como disse, são 17 os países que lutam para serem dos 10 finalistas com passaporte para a Grande Final: a Letónia, São Marino, a Macedónia, a Finlândia, Malta, a Bulgária, a Islândia, a Grécia, Israel, a Arménia, a Hungria, a Noruega, a Albânia, a Geórgia, a Suíça e a Roménia (por esta ordem de apresentação). Dada a alteração do sistema de voto, como já foi referido por João Leite, é de facto difícil prever quem serão os afortunados. Uma curiosidade macabra: temos a presença, na mesma semi-final, de dois países antagonistas: Arménia e Azerbaijão. Mas deixemos de pormenores, a passemos a apresentação dos candidatos:

  • Letónia – Nunca foi um país que me atraísse com as suas propostas, e este ano não é excepção. É um estilo musical que simplesmente não vai de encontro aos meus gostos. Contudo, é notável a boa energia que este duo transmite, e com certeza poderá ser um bom início de noite. A indumentária é a mesma apresentada na final nacional. Terá com certeza o apoio da camada mais jovem que assiste ao festival, fãs de dubstep, entre outros. Classificar-se à final? Don’t think so.
  • São Marino – uma das grandes surpresas este ano, se tivermos em consideração o ridículo do ano passado. Não sei com que substâncias ilícitas o compositor estava sob influência no ano passado, uma vez que é o mesmo que produz este ano a Crisalide. Eu, pessoalmente, gosto muito, e é uma combinação eficaz entre uma balada e um instrumental a puxar para o pop-dance no final. Infelizmente, estamos a referir-nos a São Marino, um país pequeno e que terá dificuldade em passar à final.
  • Macedónia – Uma combinação de timbres que custa a assimilar. São pouco consensuais as opiniões acerca da canção da Macedónia. O seu resultado é uma incógnita.
  • Azerbaijão – Um país que aposta sempre forte no festival. É a primeira vez que o Azerbaijão envia um homem a solo para representar o país. Os ensaios foram interessantes e gostei de ver a performance, a coreografia, o homem a imitar uma sombra do Farid. Contudo, às vezes parece que o Farid está apaixonado pelo bailarino. Não terá sido melhor pensado se fosse uma bailarina?
  • Malta – É uma canção simpática e bem-disposta, que precisa de cor e luzes que dê vida à actuação. Contudo, acho que este ano a Malta terá sérias dificuldades em classificar-se à final.
  • Bulgária – E está de volta a dupla que já é conhecida pelo público eurovisivo, por ter concedido à Bulgária um 5º lugar no ESC2007, com Water. Contudo, desta vez, Samo Shampioni é uma confusão de uma ponta à outra, o que não é nada bom para quem ouve as músicas pela primeira vez. Mais uma vez, Bulgária, ficarás pela semi-final.
  • Islândia – Uma balada tipicamente islandesa, com uma voz bastante doce e quente. Poderá ter chances de se classificar, caso o júri apoie o suficiente (o que eu acredito).
  • Grécia – Uma aposta diferente e arriscada vinda da Grécia. Eu gosto, é um guilty pleasure para mim. Os sons gregos encaixam bastante bem na composição. É pena é o velhote não ter a mesma pedalada que o grupo que o acompanha.
  • Israel – É uma balada lindíssima, cantada na língua nacional. É pena o vestido não assentar nada bem na intérprete. Moran defende a sua música com muita emoção. Uns bons planos de câmara farão milagres. Acredito que Israel integrará o elenco dos 10 finalistas desta semi-final.
  • Arménia – A canção não me transmite nada de bom, considero ser uma composição de pouca qualidade, para ser politicamente correcto. Mas o vocalista dos Dorian parece ter aparado as sobrancelhas, menos mal.
  • Hungria – Uma canção fofinha, que derrete os corações mais sensíveis. A Hungria foi esperta em escolher o videoclip da canção como plano de fundo na actuação. Poderá ser um dos black horses desta edição, embora eu não aprecie muito o estilo. Acho que o rapaz sussurra do início ao fim, e o seu visual não é do mais convidativo.
  • Noruega – e aqui temos uma candidata a vencedora desta edição de 2013. Uma canção electro muito bem produzida, que quebra com os standards pela sua irreverência. Eu gosto da forma como o instrumental, negro e pesado, conjuga tão bem com a voz suave da Margaret, e a sua imagem de anjo e, ao mesmo tempo, de uma b*tch. Simplesmente adoro. Passa confortavelmente à final.
  • Albânia – Mais uma proposta amadora, para fazer par com Arménia. Ficará igualmente pela semi-final.
  • Geórgia – A Geórgia a seguir os passos do seu vizinho Azerbaijão. Pelo ensaio, isto vai ser uma cópia fiel à actuação de ‘Running Scared’, canção azeri de 2011. O efeito de chuva, a falsa química do casal, o inglês péssimo. Querem mais? Ainda assim, a juntar ao facto de ser produzido por um dos compositores mais conceituados do mundo eurovisivo, passará destacadamente para a final.
  • Suíça – o destino dos Heilsarmee (ups, Takasa) não será muito feliz. Já não bastava estarem associados ao nazismo alemão, ainda lhes servem de bandeja um fundo muito escuro, pouco apropriado a uma canção destas. Eu gosto da música, mas acho que ficará esquecida.
  • Roménia – E chegámos, por fim, ao último concorrente na fileira, com uma proposta muito sui generis. É uma proposta arriscada, e ou se gosta, ou se odeia. Eu integro o grupo que gosta de facto, desta canção. A roupa que Cezar trás vestida é deveras azeiteira. O uso de pirotecnia foi uma manobra perspicaz.

Depois de analisadas uma a uma as canções, as minhas prospectivas:

Passam, de certeza: Noruega, Azerbaijão, Geórgia, Israel e Islândia.

Em dúvida: São Marino, Hungria, Roménia, Finlândia e Grécia.

Não passam: Letónia, Macedónia, Malta, Bulgária, Arménia, Albânia e Suíça.

  • Quem está em Portugal e quer assistir em directo pode sintonizar o canal BNT ou TVRi na ZON e/ou Meo dia 16 pelas 20h ou vêr no computador no stream oficial do ESC, no site da Eurovisão. A RTP1 vai emitir a semifinal em diferido pelas 22h45.