Crítica X – A Final

A Crítica X chega hoje ao fim. Já sabemos quem venceu o Factor X, nesta sua segunda edição e agora vamos ter a crónica habitual dos nossos dois foristas, a quem agradeço, por terem tornado este projeto possivel.

Sem Título-2SAMUEL ROCHA | Pronto, terminou a segunda edição do “Factor X”. Muito mais haveria para dizer se o vencedor tivesse sido outro, de forma inesperada. Mas não, venceu a meu ver quem deveria ter vencido, a Kika.

Desde as audições que a Kika se diferenciou dos demais concorrentes, tanto pelo seu vozeirão como pela sua postura, bastante madura por sinal. E era óbvio para a maioria dos telespectadores que iria ser ela a vencer a edição. No início acreditava que a Marta Carvalho poderia dar-lhe alguma luta, mas sendo que foi eliminada muito cedo, apenas o Rúben tinha alguma influência. Acabou por não ser suficiente, como se veio a verificar.

No geral, foi uma edição razoável. Penso que alguns dos concorrentes não deveriam ter passado à fase das galas, mas apesar disso, houve de facto concorrentes bastante distintos entre si: Jorge, Kika, Júnior, Mimi, entre outros.

Como aspetos negativos, penso que a Cláudia Vieira provou mais uma vez que é melhor a representar. Já o Manzarra esteve muito à vontade, sem estar constantemente preso ao teleponto.

Para terminar, espero que a SIC tenha a decência de fazer uma pausa para repensar a estratégia que pretende ter no que toca aos talent shows. A qualidade dos mesmos tem vindo a descer ao longo dos anos, a meu ver, não tanto pelos talentos em si, mas pela produção, realização e tudo mais.

HUGO BENTO | Chegou ao fim mais uma edição do “Factor X” e é tempo de balanços.

– Apresentadores
No seu currículo João Manzarra já conta com alguns talent-shows e a verdade é que sabe fazê-los bem. Este não foi excepção, mas a formalidade é demasiada para um formato destes, até porque é notório que sai-se ainda melhor quando tem uma postura mais informal.
Nas galas Manzarra teve a companhia de Cláudia Vieira. E foi pena. É que Cláudia Vieira não nasceu para isto. Não se dá bem com o teleponto, atrapalha-se várias vezes, não consegue improvisar diante de momentos mais confusos, tem dificuldade em conduzir uma pequena entrevista, etc. No fundo não devia ser apresentadora. O Manzarra bastava neste programa.

– Mentores
Paulo Junqueiro, Paulo Ventura e Sónia Tavares mantiveram-se nesta segunda edição. A eles juntou-se Miguel Guedes. Não sabia o que esperar do vocalista dos Blind Zero enquanto mentor, mas surpreendeu-me pela positiva. Opiniões interessantes, comentários fundamentados e boas decisões maioritariamente tomadas. Revelou-se um bom mentor. Talvez até o melhor dos 4.

– Galas
Lá fora o X Factor é muito bom nas fases de audições e quando chega às galas mantem o nível. Cá consegue ser bom nas primeiras fases mas depois cai bastante de qualidade nas galas. Foi assim na primeira edição e, mesmo tendo em conta audiências e críticas dos espectadores, voltaram a cometer os mesmos erros.
Acima de tudo não há investimento. As actuações são encaradas como uma coisa pequena: um concorrente vai ao palco normal, com as luzes normais, com uma realização fraca, com um instrumental muitas vezes manhoso, pega num microfone, canta o que tem a cantar e acaba. Ou seja, fazem uma actuação de karaoke.
O que deviam fazer era olhar para os formatos estrangeiros e fazer à nossa medida, isto é, olhar para a actuação como um espectáculo: planos de realização diferentes, um jogo de luzes adequado, adereços cénicos, bailarinos, bons instrumentais, etc. Isso sim.

– Concorrentes
Nas fases das audições considerei que o programa não estava a ter candidatos tão fortes como na 1ª edição. Houve muitos que foram eliminados cedo demais e que ajudariam a formar um grupo de finalistas melhor. TOP3 à parte, acho que dos restantes finalistas apenas se destacaram os Babel, a Mimi, as P.Y.T. e a Isabela.

– Vencedor
Como tinha referido antes da final, seria uma tremenda injustiça caso a Kika não vencesse. Sempre esteve passos à frente dos colegas no que toca à qualidade, com uma diferença ainda maior que o Berg teve para os restantes na primeira edição. Acabou por vencer e muito bem.

Em jeito de conclusão, considero que esta edição foi inferior à primeira.
Se eu gosto do formato X Factor? Sim. Se acho que a SIC devia voltar a fazer outra edição? Não, porque ficou visto que não fará melhor.