Protagonista de “Louco Amor”, Nicolau Breyner está feliz com a sua personagem. Numa grande entrevista dada à Notícias TV, o pai das novelas portuguesas, revela que «a novela enquanto género tem de ser repensada.»
“Louco Amor” estreou em maio, mas ao longo dos seus seis meses de exibição foi perdendo audiência. A grava-la até ao final do ano, Nicolau Breyner desdramatiza a situação.
«Nós, atores, andamos na rua e ouvimos as pessoas a falar da história e, digo-lhe, sabem contar a história de Louco Amor com pormenor. Há qualquer coisa que… não é exatamente assim.», conta o ator
Para o consagrado ator «as audiências valem o que valem (…) Sabemos perfeitamente que as audiências são falíveis, mas não estou a dizer que são manipuláveis… Neste momento, a SIC, segundo dizem as audiências, lidera o mercado» e avisa «que é altura de a TVI puxar pelos galões e liderar novamente»
Se muita gente acha “Dancin’ Days” a grande culpada pela queda das novelas da TVI, Nicolau Breyner considera que tudo se tornou mais complicado com «uma novela chamada Gabriela. É um produto com nome feito, visto por várias gerações. Tudo isto conta, trata-se de uma política que empurra as coisas para cima.» No entanto, considera que «estamos a ser colonizados pelas novelas brasileiras.»
Para solucionar a ficção da TVI, o Carlos de “Louco Amor” apela para que a TVI pare para pensar e afirma que o segredo está em tentar «perceber o que as pessoas querem e dá-lo de forma apelativa. A realidade tem de ser filtrada, adoçada, para que as pessoas achem a novela apelativa.»
Há muito que se fala que a novela estava acabada, mas na verdade «a ficção nacional continua a estar no top das audiências. A base de sustentação de uma estação de televisão é a ficção». O importante é saber «adaptá-la aos tempos, aos gostos do público», finaliza.