[Edição 104] “Avaliação Contínua”, rubrica do Zapping

Logotipo avaliacao continuaBem-vindos a mais uma Avaliação Contínua, a rubrica do Zapping que avalia os principais temas da atualidade televisiva portuguesa.

Estes são os temas desta semana:

Temas Leandro Bruno Média
“A Praça” é o novo programa da RTP1 4 11 7,5
SIC e TVI em 16:9 a partir de outubro 20 20 20
Luciana Abreu abandona apresentação de “Grande Tarde” 11 17 14
“Santa Bárbara” estreia dia 28 na TVI 14 15 14,5

Um dos temas em particular recebeu nota negativa. Mas o voto não foi consensual, saiba porquê:

  • LEANDRO:

“A Praça” é o novo programa da RTP1
Nota: 4/20
Não gostei. Foi um claro retrocesso regressar a este formato da “Praça da Alegria” quando o “Agora Nós” vinha a fazer um percurso positivo, tanto em conteúdo como em audiências. O cenário é fraco e o programa simplesmente não me prendeu. É mais do mesmo.

SIC e TVI em 16:9 a partir de outubro
Nota: 20/20
Não há muito a dizer aqui. Eu não percebo muito de imagem e formatos de imagem, mas sei que o 16:9 já existe lá fora há imenso tempo e é uma vergonha que só tenha sido adotado agora pelos canais portugueses. Mas é como se diz, mais vale tarde do que nunca.

Luciana Abreu abandona apresentação de “Grande Tarde”
Nota: 11/20
Eu até gosto dela, mas acho que é melhor assim. O programa não precisa de três apresentadores e a Andreia e a Luciana só se andavam a estorvar uma à outra. Em contrapartida, o Daniel Oliveira tem apresentado algumas emissões especiais com a Andreia e nota-se que têm uma grande química. Poderá ser uma dupla interessante para ser aposta da estação no futuro.

“Santa Bárbara” estreia dia 28 na TVI
Nota: 14/20
No geral, gostei. A novela é boa, tem boas personagens com personalidades distintas, tem diversos núcleos (fiquei curioso com as personagens do asilo) e uma imagem excelente. Acredito que tem potencial para vários episódios com qualidade, embora o plot principal seja um pouco clichê. A Benedita Pereira tem aqui um papel interessante (uma mãe mineira) e a São José Correia tem tudo para ser uma vilã marcante na ficção portuguesa, embora tenha achado a sua história (viúva assassina de maridos) e a sua postura fria e cruel demasiado à ‘novela mexicana’. Ultimamente tenho preferência pelas chamadas ‘vilãs humanas’, são mais reais e andam muitas por aí. De negativo destaco a gestão da TVI que colocou um intervalo de 3 minutos totalmente desnecessário, a péssima banda sonora que parecia desenquadrada das cenas em si e a primeira parte da estreia que foi um pouco parada.

  • BRUNO:

“A Praça” é o novo programa da RTP1
Nota: 11/20
Tendo acompanhado esta primeira semana, considero que o estúdio está para lá de péssimo, a empatia dos apresentadores podia ser melhor e os conteúdos estão ligeiramente melhorados e menos uniformes, quando comparados com os dos outros talk-show, principalmente os concorrentes diretos da TVI e SIC: Você na TV! e Queridas Manhãs.
Quanto à iluminação e produção, são aspectos a melhorar. De salientar que a estrutura cénica, hiperbolizando, parece um barraco. Todavia, mesmo tendo em consideração todos estes senão, gostei que A Praça voltasse às suas raízes: nos estúdios de Vila Nova Gaia, mais precisamente no Monte da Virgem, onde se situa, também a central de produção da 2.

SIC e TVI em 16:9 a partir de outubro
Nota: 20/20
A TVI já esteve em 16:9, num tempo em que ninguém (ou quase) tinha televisores nessa definição. Na altura, em 1993, nascera, entre as generalistas, o PalPlus. Com a mudança estrutural dos acionistas da TVI, o canal foi alterando, progressivamente, o 16:9 até abandoná-lo de vez. E só em 2015 reestabeleceu-o. Tarde demais na minha opinião. No entanto, mais vale tarde que nunca (já dizia o programa que a Belinha e o Eiró tinham).
A SIC começou a efectuar testes para a mudança efetiva ainda no início do ano. Passado 9 meses, lá viria a surpreender e a efectuar a mudança na primeira novela de prime time portuguesa a emitir neste formato, mudança essa que se tem vindo a estender a outros programas e que acabará por abranger toda a programação. Também foi uma mudança tardia. Ambos os canais já tinham os recursos para mudar ainda na década passada. Aliás, em 2008, a SIC e TVI emitiram alguns jogos de futebol em 16:9 HD no cabo, ora na MEO, ora na ZON.
Bem, finalmente temos o 16:9, quase universal entre os telespectadores, em todos os canais generalistas!

Luciana Abreu abandona apresentação de “Grande Tarde”
Nota: 17/20
A Lucy estava a evoluir na apresentação. No entanto, sou da opinião que a mesma está melhor a cantar. Definitivamente, as praias que ela visita não podem ser as da apresentação e representação. Nesta a representar está fenomenal, apenas razoável.
Para a Lucy, se reservaria o mundo das cantorias. Infelizmente, a própria quis estender o seu currículo a outras áreas sem êxito, de maior.
Portanto, a saída da Lucy foi um ponto a favor do programa e da sua sobrevivência.

“Santa Bárbara” estreia dia 28 na TVI
Nota: 15/20
Devo dizer que gosto da estreia. No entanto, achei-a pouco ritmada. O ritmo só acelerou mais para o fim. A estreia colidiu com Coração de Ouro e, muito sinceramente, fez um resultado mau, muito por causa da ineficácia da promoção, que foi, também, parca. A TVI “cagou-se” para a novela. O guionista é um dos melhores do panorama televisivo e isso refletiu-se nos textos, soberbas. O enredo é clichê, mas muito complexo. Quanto aos aspectos técnicos nada a apontar, excetuando a exacerbada iluminação que a mesma possui. Um dos seus pilares é, sem dúvida, a mineira e a vilã São José Correia, ou melhor, o seu papel Antónia. O manicómio é também um dos pontos forte da telenovela, que me convenceu. Luísa Cruz esteve fenomenal numa das primeiras cenas. Todavia, a BSO da trama é bastante desatualizada. As músicas não são más, mas não são nada, mesmo nada recentes, bem pelo contrário! Temos uma boa produção para suceder os Jardins Desabitados.

Boa semana, repleta de televisão!