[Edição 112] “Avaliação Contínua”, rubrica do Zapping

Logotipo avaliacao continuaBem-vindos a mais uma Avaliação Contínua, a rubrica do Zapping que avalia os principais temas da atualidade televisiva portuguesa.

Estes são os temas desta semana:

Desta vez, dois dos temas obtiveram nota negativa. Saiba porquê:

  • JESUS:

Diretor de programas da TVI ataca “The Voice Portugal”
Nota: 15/20
É perfeitamente legítimo. O homem perde uma hegemonia de há 1000 anos. Os argumentos são perfeitamente plausíveis, embora ache que já façam parte do ADN da própria conceção universal do The Voice, e de praticamente todos os talent-shows – um bocadinho drama para a típica ”pena” do próximo.

SIC com menos investimento em 2016
Nota: 1/20
”Então diga-me, quais são as novidades?” É pena, uma estação que raramente faz 20 de share, excluindo quando transmite futebol (1 vez por semana), não querer apostar na sua grelha…a maior parte dos produtos estão desajustados na grelha – veja-se o exemplo das novelas da Globo em exibição (limitam os 15 de share, impensável há uns anos). A única coisa que salva mesmo Carnaxide, é o cinema. São bem escolhidos.

Júlia Pinheiro justifica baixas audiências de “A Quinta”
Nota: 16/20
”Que lata!” é este o primeiro pensamento que vem à cabeça. Mas no fundo, apesar de estar mergulhada num universo de flopanços monumentais, tem razão nos argumentos. Como telespectador comum, concordo perfeitamente com ela.

“Mulheres” perde Emmy Internacional para “Império”
Nota: 12/20
Já esperava. Apesar de ter gostado bastante de Mulheres, e de achar que foi das mais brilhantemente produzidas novelas tugas (e com um elenco com prestações fabulosas), Império superou no resto, tanto no investimento financeiro (que pesa certamente para eleger o vencedor), como em termos da ação e ritmo da sua história. Para o ano, certamente lá estaremos com mais uma nomeação, e quem sabe, uma vitória. Tem de ser!

  • AFONSO:

Diretor de programas da TVI ataca “The Voice Portugal”
Nota: 2/20
Mais comentários infelizes deste senhor. Já começa a chatear. Ele é péssimo no trabalho que faz (basta ver a salganhada que está a TVI, apesar de já ter melhorado um pouco) e ainda manda postas de pescada para a concorrência? E o mais engraçado é que, se calhar, o programa da RTP1 até lidera por más decisões deste senhor Bruno Santos. Afinal, ele também acaba por ser responsável por “A Quinta”. A SIC também coloca dramatismo no seu programa, só que como não lidera, o que importa para este senhor é ir atacar o programa da RTP1, descredibilizando o seu mérito.

SIC com menos investimento em 2016
Nota: 7/20
Nada que me surpreenda. A grelha da SIC já é o buraco que é, com conteúdos de extrema fraca qualidade e de reduzido investimento. Agora, até nem no horário nobre vence, claro que o investimento ainda vai ser mais pobre. Para o ano, vamos ver a SIC à tona dos 15% de share diários… tenho dito.

Júlia Pinheiro justifica baixas audiências de “A Quinta”
Nota: 4/20
Esta acordou da toca. Bom era que ela justificasse as audiências fracas dos seus próprios programas e os soubesse retificar. E diga-se de passagem, 98% da programação da SIC precisa de sérias retificações. Claro que o que ela diz não deixa de ser verdadeiro, mas se também pensa que um reality-show “ingénuo e romântico” funcionava hoje, então ainda bem que a SIC não decidiu fazer reality-shows… havia de ter uma surpresa muito “boa”.

“Mulheres” perde Emmy Internacional para “Império”
Nota: 12/20
O prémio ou era para a Globo, ou era para a Semba, sejamos sinceros. A Globo foi nomeada com uma novela das 21h, de alto investimento e com uma história de princípio, meio e fim. A Semba ou ganhava por ter a novela dos “pretos”, ou para fortalecer ligações entre os continentes. Daqui, não havia saída. Pelo menos, foi para a Globo, menos mal. Mas é o que dá, fazem seleções do mais ridícula que existe: quem no seu perfeito juízo vai pôr estas novelas contra a novela da TVI, vinda da meia-noite, com investimento de meio tostão e uma história sem intensidade (apesar de rica, não tinha drama, mortes, expulsões, nem mistérios)? Por muita qualidade que a novela da TVI tivesse (e tinha), os produtos eram completamente distintos. Era como se um miúdo de metro e meio quisesse ganhar um campeonato de basquetebol contra um de dois metros. Estava-se mesmo a ver (e era obrigação dela) que a Globo ia ganhar com “Império”, tinha muito mais fator “uau”. Tivesse ido “O Beijo do Escorpião” e a conversa seria diferente, assim sim já seriam produtos feitos na mesma linha.

Boa semana, repleta de televisão!