Maria Vieira reage ao ‘Caso Diogo Morgado’ e perdoa «o baixo nível dos espectadores» do “Vale Tudo”

Depois de Maria Vieira ter criticado a participação de Diogo Morgado no “Vale Tudo” e o próprio programa e depois dos capitães de equipa de do próprio visado se terem pronunciado, a atriz voltou a usar da palavra.

Num longo texto que transcrevemos mais abaixo na íntegra, Maria Vieira mantém a sua «opinião, emitida num Estado de Direito Democrático, valendo tanto como as restantes e merecendo exactamente o mesmo tipo de respeito sem que tenha de ser sujeita a verborreias idiotas, a ordinarices vulgares e a insultos energúmenos!».

A atriz continua ainda a lamentar a participação de Morgado no “Vale Tudo”, programa ao qual « jamais aceitaria associar a imagem».

Na mesma publicação, em nome próprio, Parrachita aproveita para alfinetar os espectadores do formato da SIC, que considera «de baixo nível».

Leia na íntegra o comentário de Maria Vieira:

No seguimento de um texto que publiquei na minha página de Facebook, criticando um programa de televisão e a participação de um respeitável colega de profissão no mesmo, e com o intuito de esclarecer, definitivamente, a lamentável polémica levada a cabo por alguns órgãos de comunicação social, venho, desta forma e depois de me ter recusado a responder aos numerosos telefonemas de revistas e afins, no sentido de alimentar caixotes do lixo mediáticos, esclarecer esta inequívoca tentativa de colocar pessoas públicas umas contra as outras. Antes de mais, devo afirmar, perentoriamente, que tenho o maior respeito e a maior estima pelo meu colega Diogo Morgado que, apesar de não fazer parte do meu círculo de amigos pessoais, sempre tive em conta como uma pessoa afável, cordial, simpática e talentosa. O comentário que postei no passado Domingo era, essencialmente, uma crítica à evidente imbecilidade do programa “Vale Tudo” e à participação do Diogo num conteúdo televisivo que acho de todo inapropriado para qualquer actor, sobretudo para alguém que, à semelhança do próprio acumula responsabilidades artísticas a nível internacional. Convenhamos que, quando, ao ligar a televisão, deparamos com a imagem de um actor consagrado e respeitado, a escorregar, arrastando-se pelo solo, até embater violentamente contra uma parede, possamos ficar, no mínimo, ligeiramente incomodados; eu, pelo menos, fiquei, e por isso, revoltada com aquilo que vi, resolvi partilhar a minha opinião na minha página do Facebook, com os meus amigos virtuais. Acontece que algum desses supostos “amigos” resolveu subtrair o meu texto, acrescentar um título provocatório, mentiroso e polémico e passo a cita-lo – “Maria Vieira Arrasa Diogo Morgado” – e publica-lo num órgão de comunicação social na óbvia esperança de vender mais alguns rolos de papel mergulhado em cretina coscuvilhice!

Lamento profundamente o chorrilho de insultos e ordinarices que essa pseudo-notícia entretanto despoletou, mas, tendo em conta o público alvo do programa em causa, sou levada a entender e a perdoar o baixo nível dos mesmos.

Segundo o meu ponto de vista, e vivendo nós numa sociedade democrática, eu tenho, à semelhança de toda a gente, o direito a emitir a minha opinião, desde que preserve o devido respeito pelos visados nas minhas críticas e pelo seu respectivo bom nome. Faço notar que, ao longo da minha extensa carreira reconheço ter feito coisas menos boas em termos profissionais, mas todas elas terão sido efectuadas sob a proteção de um personagem (essa é, de resto, a função primordial do actor) e não na qualidade da cidadã Maria Vieira e isso, definitivamente, marca toda a diferença… Não sou (como sabem todos aqueles que me conhecem pessoalmente e que fazem o favor de ser meus amigos) nem presunçosa, nem arrogante, nem invejosa como alguns pretendem insinuar e muito menos teria a veleidade de invejar os meus colegas que participam ou participaram num programa a que jamais aceitaria associar a minha imagem. Acresce dizer que me entristece e me preocupa substancialmente estar assistindo a esta desmesurada propagação de programa televisivos onde se vulgariza a profissão de actor, aliciando ou coagindo profissionais do ramo a escorregarem sobre planos inclinados, a fazerem mímica pendurados no tecto, a integrarem “Reality-Shows” e “Game-Shows”, a mergulharem em piscinas, a serem “apanhados” e outras preciosidades do género

O actor é um agente cultural dedicado á nobre arte de representar, é alguém que dá voz e corpo à cultura de um povo, não é seguramente, uma ferramenta ao serviço de programas televisivos cujo conteúdo roça a imbecilidade e a pobreza de espírito. O actor deve integrar elencos de séries ficcionais, comédias televisivas, teatro, cinema e performances culturais, essa é a função para a qual foi talhado.

Eis a minha opinião, emitida num Estado de Direito Democrático, valendo tanto como as restantes e merecendo exactamente o mesmo tipo de respeito sem que tenha de ser sujeita a verborreias idiotas, a ordinarices vulgares e a insultos energúmenos!

Posto isto, e agora com o meu conhecimento, os senhores da imprensa mais colorida podem (ainda que eu duvide que agora o façam) publicar nas suas páginas esta minha já longa dissertação que, lamento, mas decerto não renderá tanto papel como “Maria Vieira Arrasa Diogo Morgado” ou “Guerra Entre Actores”…