Morreu o humorista e escritor Jô Soares. O comediante de 84 anos estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
A notícia foi confirmada pela ex-mulher, Flávia Pedras, na rede social Instagram. Desconhecem-se, para já, as causas da morte do humorista.
«Faleceu há alguns minutos o ator, humorista, diretor e escritor Jô Soares. Nos deixou no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, cercado de amor e cuidado», pode ler-se na publicação, que acrescenta que o funeral «será apenas para família e amigos próximos».
«Assim, aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida», sublinha.
Flávia fala de Jô Soares como um «cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver» para o «tentar transformar, através do riso, num lugar melhor».
«Viva você meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você», lê-se na publicação na qual a ex-mulher agradece «aos senhores Tempo e Espaço» por lhe terem dado «a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem».
«Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo. Obrigada para sempre, pelas alegrias e também pelos sofrimentos que nos causamos. Até esses nos fizeram mais e melhores. Amor eterno, sua, Bitika», termina.
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José Eugénio Soares, conhecido por Jô Soares, nasceu a 17 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro. Estreou-se no cinema e na televisão no final dos anos de 1950, como argumentista e ator, nomeadamente no Grande Teatro da TV-Tupi, atingindo sucesso maior cerca de dez anos depois quando chegou à TV Globo com o programa “Faça Humor Não Faça Guerra”, de que era ator e autor.
Portugal descobriu o autor de “O Xangô de Baker Street” em 1981, quando a RTP passou a transmitir o seu programa de humor “Viva o Gordo!”. Um sucesso estrondoso na época.
Na última publicação na sua página oficial na rede Twitter, datada de quinta-feira, Jô Soares escreveu: «Não é necessário mostrar beleza aos cegos, nem dizer verdade aos surdos. Mas não minta para quem te escuta e nem decepcione os olhos de quem te admira».
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, despede-se de Jô Soares com uma nota no site da Presidência, assinalando que o comediante «saiu de cena, mas não dos nossos corações, nem das nossas memórias». «Os seus sketches ficaram famosos, algumas expressões entraram mesmo na linguagem corrente, fez-nos rir e pensar durante anos», escreve o chefe de Estado português, apresentando também as «sinceras condolências à família e aos amigos».