«Neste momento, as pessoas estão mais ligadas à SIC do que à TVI», Manuel Luís Goucha

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Manuel Luís Goucha

Manuel Luís Goucha está numa fase serena da carreira. O veterano não se deixa intimidar pela mudança de paradigma nas audiências.

A SIC é líder de audiências desde fevereiro e dificilmente o deixará de ser nas contas finais de 2019. A liderança de Paço de Arcos começou a ser construída em outubro de 2018 com “Casados à Primeira Vista”, “Gabriela” e “Júlia”, nas tardes.

Já em janeiro de 2019 alastrou para as manhãs com a estreia de “O Programa da Cristina” e, com formatos como “Golpe de Sorte” ou “Quem Quer Namorar Com o Agricultor?” alastrou para todos os horários.

Ciente do que terá de enfrentar nos próximos meses, Manuel Luís Goucha sabe que a tarefa da TVI não é fácil. «Neste momento, as pessoas estão mais ligadas à SIC do que à TVI. Compete à TVI conquistar, com inteligência, as pessoas», referiu em entrevista à revista Maria.

O apresentador também não se furtou a comentar a antecipação da data de estreia de “Masterchef”. O programa estreou logo no primeiro dia de setembro, antes da chamada rentrée televisiva.

«Não sei porquê. Mas acho que o “Masterchef” ser colocado agora em antena é uma ideia inteligente da Felipa Garnel [nova Diretora de Programas da TVI], para se avançar com um produto antes das estreias da concorrência e que se adivinha ganhador (…) O “Masterchef” é um grande produto de televisão, mas será que vai ganhar? Acho inteligente antecipar-se a estreia. É um produto muito bem produzido em televisão e que pode fidelizar o público».

Recorde-se que nas duas primeiras edições já emitidas (aqui e aqui) o programa perdeu para a concorrência nas noites de domingo.

Estar longe da liderança não é um drama para Goucha. «Encaro isso com naturalidade. Em televisão passa-se de bestial a besta muito depressa. Já ganhei, já perdi…  Não me deixo melindrar com esse tipo de coisas, ora se perde ora de ganha. O que seria se alguém perdesse sempre?», referiu.

«É muito tranquilo, não deixo de fazer televisão com o mesmo empenho e felicidade, com a mesma alegria de sempre. O problema é sempre a solução, temos é de tentar equilibrar. Durante 14 anos ganhámos. Durante oito anos a Júlia (Pinheiro) não ganhou uma única manhã… alguém a viu sem garra? E lá estava ela, haveria dias com o programa melhor do que o nosso. É natural em televisão. Temos é de ir luta e tentar reverter com criatividade. Estou muito esperançado com 2020. Não digo que seja a reviravolta, mas há programas muito interessantes» disse ainda o apresentador de “Você na TV!”.

Três meses é o prazo mínimo, na opinião de Manuel Luís Goucha, para a nova direção de programas poder mostrar serviço. «Não se pode esperar que uma direção entre e que mude o canal em 15 dias, leva três meses no mínimo. Acredito muito na Felipa. Atenção, agradeço muito a anterior direção. O Bruno Santos confiou em mim…», referiu.