Avenida Brasil
 
 

Há 13 anos…

Avenida Brasil, escrita por João Emanuel Carneiro e com direção de núcleo de Ricardo Waddington, narra a trajetória de Rita (Mel Maia), uma menina órfã que vê o seu mundo desmoronar com a morte do pai. O triste acontecimento lhe rouba a infância, pois Rita é apenas uma criança quando Genésio (Tony Ramos) sofre o grande golpe que culminou no fim de sua vida.

Se a história fosse pausada neste exato momento, o destino de Rita já seria, no mínimo, comovente. Mas a vida então lhe prega uma peça e coloca em seu caminho Carminha (Adriana Esteves), a segunda esposa de Genésio. E ela não chega sozinha… Carmen Lúcia Moreira de Souza entra em cena na companhia de Max (Marcelo Novaes), seu amante e parceiro em golpes e armações ao longo de anos.

A trama tem início na década de 90. Carminha, uma mulher sedutora e esperta, nunca dá ponto sem nó. Casou-se com o honesto Genésio de olho em vantagens que poderia conseguir no relacionamento com esse homem simples e boa gente. Na primeira brecha que encontra, ela planeja uma armadilha que tem por objetivo roubar uma grande bolada do marido.

Tudo vai bem até que Rita descobre quem é, de verdade, a sua madrasta. Ela revela a Genésio tudo o que descobriu, especialmente o roubo do dinheiro da venda da casa onde moram, ou seja, a sua única herança. Pai e filha, juntos, resolvem deter Carminha. É quando a sorte sorri para esta fria e ardilosa personagem, uma loba em pele de linda e dissimulada mulher.

Uma sorte chamada Tufão

Carminha (Adriana Esteves), sem fazer esforço, consegue tirar Genésio de seu caminho. Ele sofre um acidente fatal. Com isso ela evita que a sua verdadeira faceta venha à tona. Além de não estar mais na mira do ex-marido, a vilã desta história tem a seu favor uma manobra incrível do destino.

Quando ela menos espera, surge em seu caminho um jogador de futebol em ascensão, nascido e criado no bairro do Divino, bairro fictício do subúrbio carioca. Bom de bola e carismático, logo sai dos campos da região para conquistar uma vaga no Clube de Regatas do Flamengo. E numa final de campeonato, destaca-se como o herói da partida. Em pouco tempo, Tufão sai de vez do anonimato para o universo dos flashes, do dinheiro farto e do assédio.

Como Carminha não tem nada de inocente, ela vê em Tufão a chance de agarrar a vida que sempre sonhou. Nada pode atrapalhar o seu momento de triunfo. É quando ela resolve mandar para longe, sem dó nem piedade, aquela que representa o único empecilho para um futuro rico e promissor: Rita (Mel Maia). Sempre ao lado de Max (Marcelo Novaes), Carminha dá aquela que seria mais uma grande cartada e envia a enteada a um depósito de lixo para viver sob o controle intimidador de Nilo (José Abreu).

O paradeiro de Rita

E a vida não para. No depósito de lixo onde Rita (Mel Maia) é deixada, os seus primeiros dias são piores do que qualquer pesadelo que ela jamais imaginou ter. Em meio a um ambiente sujo e hostil, Nilo (José de Abreu) dita as regras para o funcionamento da casa que abriga outras tantas pobres crianças. E não é nada fácil sobreviver por lá.

Bem ali ao lado, vive Lucinda (Vera Holtz), conhecida como a Mãe do Lixão. Ela tem o dom de transformar o lixo em lúdico e de oferecer, em escalas mínimas, claro, esperanças para a criançada que abriga. Ao contrário da casa de Nilo, Lucinda construiu um lar com criatividade e amor, também na medida do possível. A casa foi erguida com objetos e materiais encontrados em meio à sucata e ao lixo. O resultado agrada aos moradores, que vivem à margem de escolhas mais dignas e humanas.

É na casa de Lucinda onde mora Batata (Eduardo Simões), menino de 11 anos que, apesar das condições que o rodeiam, é carismático e tem bom caráter. É ele quem ampara Rita ao vê-la enfrentar a dura rotina na casa de Nilo. Mesmo desagradando Nilo e desobedecendo Lucinda, ele convence a Mãe do Lixão a abrigar a menina. Vale lembrar que existe uma regra de “boa vizinhança” entre Lucinda e Nilo. Os grupos de crianças são intocáveis. Um não mexe com o outro, aconteça o que acontecer…

Um amor chamado Batata

A amizade entre Rita (Mel Maia) e Batata (Eduardo Simões) começa com ares de cumplicidade em busca de sobrevivência. Com o tempo, nasce um inocente primeiro amor. Esse sentimento se apresenta em forma de brincadeiras e, aos poucos, toma forma como algo mais forte, intenso, uma ligação que o tempo terá dificuldades em apagar.

Quando Rita começa a se sentir em “casa”, cercada por pessoas que aprendeu a gostar, Lucinda (Vera Holtz) muda o rumo dos acontecimentos. Uma família adotiva chega ao depósito de lixo para levar Rita para fora do país. A Mãe do Lixão quer protegê-la, mas a menina custa a entender a motivação para tal atitude.

Batata não se conforma em perder Rita. Ele tenta evitar que a sua grande parceira deixe o depósito, mas Lucinda o impede de continuar tentando e lutando para ter Rita ao seu lado. Para Lucinda, ambos não sabem do risco que correm caso continuem a viver por lá. E, assim, tempos depois, Batata também ganha uma nova família e deixa o depósito.

Rita e Batata seguem por caminhos distintos, sem notícias um do outro. Eles passam a viver apenas nas lembranças daqueles que os conheceram. Os dois deixam para trás suas identidades e o passado na casa da Mãe do Lixão.

Rita se torna Nina (Débora Falabella) e Batata passa a ser conhecido como Jorginho (Cauã Reymond).

Nina começa a escrever uma nova história

Rita (Mel Maia) é levada para a Argentina por uma família disposta a adotá-la com amor e recursos financeiros. Martín (Jean Pierre Noher) é um pai carinhoso e sabe bem dividir o seu carinho entre Rita e suas duas filhas biológicas.

Rita passa a ser chamada de Nina (Débora Falabella) e, torna-se uma mulher bem-sucedida no trabalho e, aparentemente, no amor. Chef de cozinha, Nina tem o seu próprio restaurante, onde parece estar realizada. Hector (Daniel Kuzniecka) é seu namorado e parceiro, um amigo conquistado na Argentina.

Mas a morte de Martín traz à tona a verdadeira Nina, uma jovem mulher que nunca se livrou do passado. Ao longo dos anos, ela não consegue perder de vista, mesmo à distância, seu algoz, Carminha (Adriana Esteves). Ela sabe de cada passo dado pela ex-madrasta, especialmente do casamento com Tufão (Murilo Benício) e de sua ascensão econômica. Nina conhece, até mesmo, a nova casa de Carminha, informação conseguida em revistas de celebridades para as quais a vilã concedeu entrevistas.

Logo após o enterro de seu pai adotivo, Nina resolve voltar para o Brasil. Begônia (Carol Abras) e Betânia (Bianca Comparato) tentam impedir que a irmã dê início a seu acerto de contas. Mas Nina é irredutível. Ela abre mão de tudo o que conquistou em solo argentino, o que inclui o restaurante, a família adotiva e até mesmo o namorado.

Nina está firme em seu propósito de impedir os abusos de Carminha. Ela não quer que a ex-mulher de seu falecido pai continue a fazer vítimas em prol de vantagens próprias. No fundo, Nina quer tentar resgatar um pouco da vida que lhe foi roubada. E a sua primeira decisão é entrar na casa de sua inimiga e conquistá-la como uma empregada perfeita de forno e fogão, amável e prestativa. Um sonho para qualquer dona de casa e a oportunidade perfeita para quem quer fazer a sua própria justiça.