Nuno Santos, antigo diretor de programas da SIC, comenta resultados de “Poderosas”

Poderoosas

Nuno Santos, um dos impulsionadores da nova ficção portuguesa da SIC, deu especial atenção à novela “Poderosas” que estreou recentemente na estação de Carnaxide, na sua crónica do Jornal de Noticias.

Para o responsável, um dos principais fatores para o insucesso da trama deve-se a “Jardins Proibidos”.

Leia a crónica na integra:

Poderosas mas pouco…Duas semanas depois da estreia já se pode concluir que a SIC tem um problema para enfrentar com a segunda linha de ficção em português (de Portugal) criada para o horário nobre.A nova novela Poderosas, que também já está em exibição na SIC Internacional, arrancou com quase um milhão e 300 mil espectadores mas no final da semana situava-se abaixo dos 800 mil, um valor que é preocupante em função do investimento feito. A queda tem sido continuada e esse fator também não é um detalhe.Vendo de fora é ainda cedo para falar da história e, como sempre acontece, a autora da novela, a equipa de guionistas e os responsáveis da SIC e da SP Televisão estarão a analisar os dados que têm em cima da mesa para verificar as razões deste desempenho.Um dado é certo: o canal não pode, com um produto de produção própria e em que é feito um investimento mais avultado, atingir resultados mais baixos do que aqueles que tinha com a exibição de uma novela brasileira da Globo. Será o chamado mau negócio.Mas uma novela é sempre uma corrida de fundo e o mau desempenho da SIC tem pelo menos uma razão: o bom desempenho da TVI no horário com um produto, Jardins Proibidos, que começou mal, sofreu inúmeras alterações pelo caminho e que estando agora a chegar ao episódio 130 atingiu, enfim, o agrado de mais de1,1 milhões de espectadores todas as noites.Jardins Proibidos, a história contada 14 anos depois de uma das novelas mais bem-sucedidas de sempre teve um arranque penoso e os responsáveis da TVI viram-se na contingência de a transformar quase de alto a baixo.”Mataram” personagens, introduziram novos núcleos, criaram outros protagonistas e mudaram inclusivamente a equipa de escrita. Todos esses movimentos foram arriscados.Incapaz de fazer frente a Mar Salgado, a TVI defendeu a faixa das 22.30, muito importante na receita comercial, e preparou-se para fazer frente à investida da SIC. Conseguiu.Provavelmente – o tempo o dirá – a SIC também vai precisar de mexer por dentro na sua nova novela. A vida na televisão generalista é assim.