Atriz e professora, Elsa Valentim é também responsável por alguns dos melhores atores da nova geração. À frente da escola de atores Act, a atriz está atualmente no ar na novela ‘Os Nossos Dias’ e na repetição de ‘Feitiço de Amor’.
Com um vasto currículo em televisão, Elsa revela-se hoje ao Raio Z!
Zapping: Recentemente a TVI passava a reposição da novela ‘Doce Fugitiva’ nas suas tardes. Chegou a espreitar este antigo projeto?
Elsa Valentim: Sim, um dia estava a jantar com os meus colegas, entre eles o Jorge Silva que contracenava comigo na ‘Doce Fugitiva’, e estava a passar na televisão… Foi muito divertido! Nunca tinha visto aquela cena.
Z: A Vicky é, para muitos dos nossos leitores, o seu papel mais marcante. Sente que foi o seu “grande papel” em televisão?
EV: A sério? Para mim é uma surpresa! Acho que o meu “grande papel” em televisão foi a Helena da ‘Roseira Brava’.
Z: A Vicky pertencia ao núcleo cómico da novela. Fazer comédia é mais fácil?
EV: Acho que fazer comédia é dificílimo. Deixei-me levar pelo ambiente das cenas, sem pensar se era ou não comédia e contracenar com a Maria João Luis é mesmo muito divertido!
Z: A Elsa integrou também o elenco de ‘Os Nossos Dias’. Aceitaria voltar a participar na segunda temporada?
EV: Se fosse conciliável com os outros projetos e compromissos que já tenho, sim. Acho que a personagem Alice tem potencial para ser mais explorada.
Z: Sente que a sua personagem era o estereótipo do que são hoje em dia as sogras?
EV: Acho que era mais o de mãe do que o de sogra. Quando ela aparece, a filha já está em rotura com o marido e ela toma a defesa da filha incondicionalmente.
Z: O que trouxe de novo esta novela comparado com as restantes?
EV: Cada trabalho é único e diferente dos anteriores. Adorei conhecer e trabalhar com a Dina Felix e com o Carlos Mendes e foi muito emocionante trabalhar com o Nuno Pardal, que foi meu aluno na primeira turma da Act Escola de Atores, da qual sou fundadora.
Z: Estar no elenco adicional retira o entusiasmo aos atores?
EV: Acho que não, a mim não, pelo contrário pode até ser mais estimulante, porque nunca nos instalamos na rotina.
Z: Faz parte do elenco do filme ‘Os Gatos Não Têm Vertigens’. O que pode dizer sobre esta longa-metragem e sobre a sua personagem?
EV: Sobre o guião posso dizer que me emocionou várias vezes quando o li. É uma história muito comovente, muito bem contada e o António-Pedro Vasconcelos é um realizador que gosta de atores. O elenco é maravilhoso. Ainda não vi o resultado final, mas estou muito expectante. A minha personagem é muito pequena, não tem grande história, é amiga da protagonista interpretada por Maria do Céu Guerra e está com ela num momento difícil….
Z: Além de atriz é também professora. O que pretende transmitir aos seus alunos?
EV: Antes de mais uma ética, tento criar neles a consciência de que a nossa profissão é mais do que um trabalho, tem algo de sacerdócio de missão. E depois tento passar-lhes uma técnica onde se possam apoiar para poderem expressar livremente a sua arte, o seu talento, a sua visão do mundo.
Z: Perguntas Rápidas:
Maior Vício… batatas fritas;
Livro/Filme/Música/Série Favoritos… Livro: ‘O meu pé de Laranja Lima’ de José Mauro de Vasconcelos, Filme: ‘Da Vida Das Marionetas’ de Ingmar Bergman, Música: Sagração da Primavera de Stravinski, Série: não vejo;
Na TV não dispenso… ups, não tenho televisão;
A pessoa que mais admiro é… Nelson Mandela;
Não vivo sem… os meus amigos;
Não saio de casa sem… um agasalho – verão ou inverno!;
Um dia corre bem quando… me troca as voltas e consigo soltar uma sonora gargalhada.
Z: Pergunta Final:
A sua vida dava uma novela? Porquê?
EV: Dava mais um filme de aventuras! Ou um épico. Costumo dizer que os Deuses me têm dado muito mais do que aquilo que lhes peço. Quis ser atriz porque queria viver outras vidas mais interessantes do que a minha, mas a partir de certa altura a minha vida passou a ser bem mais interessante do que a das minhas personagens, sinto-me abençoada por todas as experiências e emoções que tenho podido experimentar. Talvez um dia escreva um guião…
Entrevista de Ricardo Neto
Revisão de Inês Silva