[Raio Z] Entrevista a Luís Ganito: “Tenho a sorte de fazer o que gosto e não deixo de ser quem sou só por ser reconhecido”

 

Ele foi um dos prodígios da série ‘Conta-me como Foi’ e hoje brilha em ‘O Beijo do Escorpião’. Luís Ganito fala-nos da sua carreira e objetivos.
Fique a conhecer melhor este, pequeno, grande ator em mais um Raio Z!

Zapping: A série ‘Conta-me como Foi’ foi reconhecida como a melhor ficção de sempre na gala Prémios Lumen da RTP. Como encarou este reconhecimento?
Luís Ganito: Foi sem dúvida uma grande aposta da RTP. Foi muito bom ver reconhecida a série que me trouxe ao pequeno ecrã. Foram uns anos muito bem passados junto da família do ‘Conta-me Como Foi’. Foram todos excecionais comigo. Foi o fruto do trabalho de uma grande equipa, que trabalhou como uma verdadeira família.

Z: Construir uma criança numa série de época foi um desafio?
LG: Foi um grande desafio, ainda para mais era o meu primeiro trabalho na TV e eu tinha apenas 9 anos, mas tive ao meu lado ajudas preciosas, que me ensinaram e me ajudaram imenso.

Z: Contracenou com atores com Rita Blanco, Miguel Guilherme ou Catarina Avelar. Que conselhos recebeu ao longo da série?
LG: Ao longo da série, todos os atores me ajudaram bastante, mas principalmente os que referiu. Trabalhávamos juntos, quase todos os dias, e éramos muito chegados. Deram-me vários conselhos muito importantes, um deles foi que não mudasse a minha maneira de ser só por ser ator, ensinaram-me que a vida de ator é difícil, porque num dia tens trabalho e no outro não tens, e que é necessário muito trabalho para conseguir os nossos objetivos.

Z: Como chegou ao elenco de ‘Conta-me como Foi’?
LG: Cheguei ao elenco do ‘Conta-me como Foi’ após 3 castings, conduzidos pela Patrícia Vasconcelos.

Z: A série foi renovada de temporada em temporada. Acha que faria sentido a série ter continuado por mais alguns anos?
LG: Foi uma excelente série que teve um êxito estrondoso. Poder-se-ia ter feito mais uma temporada ligada ao 25 de Abril, mas continuar durante anos… Não me parece… Brilhou quando tinha de brilhar.

Z: Está atualmente no elenco da novela ‘O Beijo do Escorpião’. O que podemos esperar mais da sua personagem?
LG: O Duarte é um miúdo introvertido, parece desligado do mundo, mas começa a demonstrar que está muito atento ao que o rodeia. Gosta muito do seu mundo e não abre mão do seu bem-estar. É um miúdo que não se deixa enganar facilmente.

Z: O Duarte foge das outras personagens que já fez. Dá-lhe mais gozo interpretar este tipo de personagens?
LG: Por ser um rapaz diferente de mim dá-me imenso gozo interpretar esta personagem, mas ao mesmo tempo tem no seu interior coisas nas quais eu me revejo.

Z: Apesar de estar neste momento na TVI, sente que a RTP ainda é a sua “casa”?
LG: A RTP foi o meu início, deu-me grandes oportunidades, pelas quais agradecerei sempre.

Z: Ao longo dos anos temos acompanhado o seu crescimento. Como lida com a fama?
LG: Continuo a ser a pessoa que sempre fui, tenho a sorte de fazer o que gosto e não deixo de ser quem sou só por ser reconhecido. Sou eu próprio.

Z: Além da novela, está envolvido noutros projetos?
LG: Neste momento contínuo noutra área da qual sou fã: a dobragem de vozes. Dá-me imenso gozo encarnar personagens de desenhos animados.

Z: Perguntas Rápidas:
Maior Vício: Basquetebol, sem qualquer dúvida. Paixão mesmo!
Livro: ‘A Última Testemunha de Auschwitz’
Filme: ‘Pearl Harbour’
Música: Oiço de tudo um pouco, música mais comercial, por aí.
Série: ‘Walking Dead’, cativou- me logo do início e não perco um único episódio.
Na TV não dispenso: ui, as notícias do desporto (sou fanático por desporto, adoro actividade física, não dispenso) e quando começam tem que haver silêncio onde estiver.
A pessoa que mais admiro é: não é uma, mas sim duas. Os meus avós são as pessoas que mais admiro, são os meus ídolos.
Não vivo sem: a minha família. Podem ser eles que me “partem a cabeça”, mas eu sei lá no fundo que querem o melhor para mim e que me apoiam em tudo o que é importante para mim.
Não saio de casa sem: o telemóvel, terrível vício.
Um dia corre bem quando: quando durmo até tarde, mas não muito tarde, senão não aproveito o dia. Tenho um bom dia de trabalho, fico satisfeito com a minha prestação nas cenas. Passear com a namorada. Almoçar em casa dos meus avós, seja qual for a comida, é sempre divinal. Não podia faltar um bom treino de basquetebol no grande Glorioso em que no final diga “fogo correu mesmo bem”. Estar no treino é também estar com mais uma família: a minha equipa. Para acabar o dia um jantar em família, brincar com a minha irmã e passarmos um tempo em família. Falamos de tudo. Somos uma família muito unida e tenho muito orgulho.

Z: Pergunta Final: A sua vida dava uma novela porquê?
LG: Sou demasiado novo para poder dizer que a minha vida daria uma novela. Posso já ter passado e vivido muita coisa, vivido em muitos ambientes diferentes, que raro é o miúdo da minha idade que tenha vivido, mas sei e admito que sou imaturo, sou muito criança ainda, tenho tanto para crescer, tenho tanto que viver ainda. Mas se desse para uma novela seria uma novela muito corrida, porque a minha vida é sempre a “abrir”!

Entrevista de Ricardo Neto
Revisão de Inês Silva