Numa altura em que grava sketch’s para o programa ‘Camada de Nervos’ do Canal Q, Manuel fala ao Zapping dos seus últimos trabalhos em TV.
Depois de um período de afastamento, em que apostou na formação, Manuel vai regressar em breve à televisão e aproveitou a nossa entrevista para deixar um “abraço a todos os fãs” do seu trabalho.
É Manuel Sá Pessoa em Raio Z!
Zapping: Em televisão tem feito vários personagens na área da comédia. É neste registo que se sente como “peixe na água”?
Manuel Sá Pessoa: Peixe só de signo! Tudo o resto implica trabalho. A comédia é, de facto, um género onde me sinto à vontade e é dos mais difíceis, mas gosto de convencer os realizadores e produtores de televisão que sou bem capaz de me enquadrar em registos diferentes, como as personagens que fiz em cinema, por exemplo.
Z: Integrou o elenco da série ‘Aqui não há quem viva”. Como foi dar vida ao Pedro?
MSP: Foi uma personagem que me deu muito prazer, em especial porque era muito ridículo. Eu gosto de desafios, de arriscar, de não ter que parecer bonito na televisão e as personagens secundárias, regra geral, têm mais margem para criar.
Z: A SIC voltou a apostar na série, desta vez para as manhãs. Na sua opinião, as repetições gastam a imagem dos atores ou são uma forma de mostrar aos produtores o vosso trabalho?
MSP: Nem uma coisa nem outra, se uma série repete é porque é boa.
Z: Faria sentido gravar-se agora uma nova temporada de ‘Aqui não há quem viva’?
MSP: Se houver quem esteja interessado em dar seguimento à série, não vejo porque não. Em Espanha foi o maior sucesso e teve várias temporadas seguidas no ar.
Z: Vários colegas seus têm referido que Portugal precisa de rir e que o humor é algo absolutamente necessário na televisão portuguesa. Partilha desta opinião?
MSP: Os programas de humor sempre tiveram o seu lugar na televisão portuguesa. Na minha opinião, o que falta é arriscar no conteúdo e quem esteja disposto a produzir. A piada fácil tem o seu espaço, mas é pouco interessante.
Z: Fez uma participação em ‘Bem-Vindo a Beirais’. Como correu esta experiência?
MSP: Foi o reencontro com alguns colegas e técnicos que já não via há algum tempo. Mas foi uma participação curta.
Z: Hoje em dia, a RTP, SIC e TVI estão a produzir ficção. Em que sentido é que esta situação é uma vantagem para os atores?
MSP: É maravilhoso que se aposte no produto nacional, nos nossos realizadores, argumentistas, produtores, técnicos e atores. Que se fale dos problemas e das conquistas da nossa sociedade e não copiar fórmulas desenquadradas da nossa realidade.
Z: Já não o vemos no elenco fixo de uma produção há algum tempo. É uma opção sua?
MSP: Em 2010 foi-me concedida uma bolsa da GDA para um curso em Berlim, onde acabei por ficar 3 anos a viver. Fui fazendo umas participações esporádicas em televisão quando cá vinha, pois estava a trabalhar na peça de teatro ‘O Grande Salão’, de Martim Pedroso.
Regressei no final do ano passado e só me estabeleci no princípio deste ano, daí o meu afastamento, mas não tarda estou de volta aos ecrãs!
Z: Sente que a ficção em TV precisa de uma “reviravolta”?
MSP: Acho que a ficção está no bom caminho.
Z: Poderemos ver brevemente o Manuel na televisão?
MSP: Se tudo correr como previsto, sim!
Z: Perguntas Rápidas:
Maior Vício… Surf.
Livro/Filme/Música/Série Favoritos… Livro: ‘E os hipopótamos cozeram nos seus tanques’, de William S. Burroughs e Jack Kerouac ; Filme: ‘Tabu’, de Miguel Gomes; Música: Nicolas Jaar ; Série: ‘Breaking Bad’.
Na TV não dispenso… o telejornal.
A pessoa que mais admiro é… a que mais luta pelos seus ideais e convicções.
Não vivo sem… o coração a bater.
Não saio de casa sem… passar a porta.
Um dia corre bem quando… tudo corre bem.
Z: Pergunta Final:
A sua vida dava uma novela? Porquê?
MSP: Sim. Porque todas as vidas davam uma novela.
Entrevista de Ricardo Neto
Revisão de Inês Silva