[Raio Z] Entrevista a Rui Paula: “As minhas decisões (no Masterchef) foram sempre baseadas na honestidade.”

Rui Paula é um dos maiores Chef’s a nível nacional, conhecido pelos seus famosos restaurantes DOC e DOP, ficou conhecido do público como um dos jurados do programa MasterChef da TVI.
Aceitou o nosso desafio e hoje está em Raio Z!

Zapping: Quem é o Rui Paula, por trás do Chef?
RP: O Rui Paula é uma pessoa normal. Prezo a simplicidade, a honestidade e a humildade. Adoro estar com a família e conviver com amigos. Gosto muito de comer bem e apreciar sabores diferentes. Gosto de viajar, conhecer coisas novas, diferentes e empolgantes.

Z: Como surgiu a oportunidade de se tornar jurado do MasterChef?
RP: Este convite foi-me feito pela Shine Ibéria.

Z: Que balanço faz deste programa?
RP: Foi um programa que teve um balanço bastante positivo, foi gratificante fazer uma produção desta dimensão, com uma grande equipa. E isso reflecte se nas audiências.

Z: Teve uma boa relação com os outros jurados? E com os concorrentes?
RP: Com os jurados houve logo uma grande empatia e à-vontade. Quanto aos concorrentes, foi uma relação que foi evoluindo e tornando-se cada vez mais forte. Pois, passamos dias e dias juntos.

Z: Hoje, meses passados das gravações, alterava alguma decisão enquanto júri?
RP: Talvez uma ou outra, pouca coisa. Contudo, as minhas decisões foram sempre baseadas na honestidade.

Z: Lidou bem com este novo mundo, o da televisão?
RP: Sim, já havia feito alguns programas, mas não desta dimensão. Sou uma pessoa muito sociável e genuína, logo adaptei-me com muita facilidade.

Z: Acompanha os comentários do público sobre o programa? Como reage ao ver opiniões diferentes sobre os concorrentes e sobre o trabalho do júri?
RP: Naturalmente o público terá as suas opiniões, pois trata-se de um programa de televisão. O que interessa é eu ter a minha consciência tranquila por ter desempenhado bem o meu papel.

Z: Fala-se na possibilidade de uma nova temporada do MasterChef Portugal. Gostava de continuar a fazer parte do programa?
RP: A seu tempo tudo se decidirá. Mas não vejo qualquer entrave em voltar a faze-lo.

Z: É proprietário e chefe executivo dos restaurantes DOC e DOP, sendo estes grandes sucessos. Pode-nos falar destes seus projectos? E qual é a chave para o sucesso?
RP: São dois projectos distintos, mas que tem em comum estarem situados em dois patrimónios. Um deles o douro vinhateiro e o outro num património histórico. Hoje as comidas são totalmente diferentes do que há uns anos. No DOC existe uma linha de comida tradicional e outra mais elaborada, ou seja encontram menus de degustação associados a bons vinhos do Douro. Já o DOP tem como lema “Comida com Memória” pratos com cariz bastante tradicional, mas sempre com boa apresentação. Possui também uma carta de vinhos muito boa.
O sucesso dá bastante trabalho, tem de haver muito espírito de sacrifício, paixão e amor pelo que se faz. Se é que tenho um segredo para tal, esse é saber formar boas equipas. Sem uma boa equipa nunca terá sucesso.

Z: É conhecido pelo seu perfeccionismo. Quem trabalha em cozinha tem que trabalhar com muita perfeição?
RP: Evidentemente, e já agora sempre com muito amor, muita paixão e muito espírito de sacrifício.

Z: O nome Rui Paula chegou à maioria dos Portugueses apenas com o MasterChef. Pode contar-nos um pouco do seu percurso profissional?
RP: Depois de terminar os meus estudos, frequentei o primeiro ano de marketing, decidi trabalhar em algumas áreas, como por exemplo vendedor de automóveis, de máquinas automáticas, etc. Mas, não era algo que me fizesse feliz. Então aos 26 anos abri o meu primeiro restaurante em Alijó “Cêpa Torta”, aqui ainda não me via como um chef.
A partir do quinto ano do “Cêpa Torta” decidi mesmo abraçar esta profissão, estagiando com diversos chefs em diversas cozinhas. Depois é como já todos sabem abri o DOC, a seguir o DOP, o do Recife, e agora o “Boa Nova” em Leça da Palmeira, sendo que também desempenho o cargo de chefe executivo do hotel Vidago Palace.

Z: Foi Director’s Table da Sodexho e Chefe Patron no London’s Allium. Gostou destas experiências?
RP: Claro que sim, foram estas e outras que fazem parte do meu crescimento profissional.

Z: Em 2011 assumiu funções como Chefe Consultor do Hotel Vidago Palace. Está a gostar desta experiência?
RP: Sim, aqui também tenho uma equipa de cozinha minha e acredito num trabalho bem feito.

Z: Recentemente, em Outubro, abriu um novo restaurante no Brasil, o Rui Paula Recife. Como está a correr este negócio?
RP: Bem, apesar de no Recife ser um pouco difícil encontrar a qualidade de produtos com os quais estamos habituados a trabalhar. Mas com muito trabalho e pesquisa e, mais uma vez, uma equipa de portugueses que estão comigo tudo se consegue.

Z: Espera um dia, receber uma estrela Michelin?
RP: Eu trabalho para os meus clientes, mas não digo que não gostaria.

Z: Se pudesse descrever-se com um prato, qual seria?
RP: Arroz de polvo com filetes do mesmo e uma couve penca salteada em azeite e terminada com farinha e vinagre.

Z: Perguntas Rápidas:
Vicio… provar com os dedos.
Livro/filme/música/série favoritos… Equador/O Caçador/As tábuas do meu caixão/CSI – Miami.
Na TV não dispenso… notícias.
A pessoa que mais admiro… a minha família.
Não vivo sem… o meu IPhone.
Um dia corre bem quando… acordo e vejo o sol.

Z: A sua vida dava uma novela? Porquê?
RP: Sim, a minha vida já dava uma boa história, pois ela está repleta de emoções… Mas não sei se a escreveria.

Entrevista de: Nuno Costa
Revisão de: Margarida Costa