Celeste (Natalina José)
60 e tal anos, mãe de Armando. Como tem muito tempo livre, ocupa-se em querer saber da vida dos outros. Não suporta ver o filho divorciado com as suas muitas namoradas, tal como não se incomoda em mostrar a sua presença para as afastar dele. Está quase sempre contra tudo, contra todos, e com cara de poucos amigos. Só alinha nalguma coisa quando se trata de espiar a vida de alguém, ou para jogar às cartas a dinheiro com as vizinhas da mesma geração, as irmãs Conceição e Palmira. Também é proprietária do apartamento onde vivem as amigas Sofia e Luísa. Trata as raparigas abaixo de cão, ameaçando-as permanentemente de que se não pagam o aluguer a tempo e horas as expulsa imediatamente. É indelicada para o Administrador do Condomínio que vê como um incompetente.
Armando (Pêpê Rapazote)
40 anos, divorciado. Vive com a mãe Celeste desde que se separou. Viciado em engate, suposta razão do seu divórcio. Os seus problemas existenciais consistem em: ‘será que a minha mãe e o meu filho já estão a dormir para eu levar a nova namorada para casa?‘. Dá-se bem com a maior parte dos vizinhos. Com ele vão viver, alternadamente, os filhos Rodrigo e Rebeca, que passam o resto do tempo com a mãe.
Conceição (Rosa Lobato de Faria)
Está na casa dos 60 e vive com a irmã Palmira. Encerra o cúmulo da ingenuidade. Solteira, virgem, inocentemente inoportuna, timidamente cusca. Otimista, doce e excelente Relações Públicas. Adora tratar e manter as suas plantas e é meticulosa com a decoração da casa. É o oposto da irmã. Nunca teve nenhum relacionamento amoroso e custa-lhe perceber algumas modernices. No entanto, fica feliz com a felicidade dos outros e é uma pessoa querida por toda a gente. Mas há alturas em que até a própria irmã se sente tentada a tirar proveito da sua ingenuidade.
Palmira (Linda Silva)
Também tem 60 e tantos anos. Separada recentemente do marido que a abandonou sem dar qualquer satisfação. Decidiu refazer a sua vida junto da irmã Conceição, mas apenas pelos laços de sangue, porque em tudo são opostas, com a exceção do gosto pelo jogo. Em casa das duas há verdadeiros campeonatos de sueca, póquer e todo o tipo de jogos de cartas. Fumadora convicta, não quer saber o que os outros pensam dela. Gosta de bagaço e por vezes bebe mais do que a conta. Irónica, qualquer deixa de outro personagem é motivo de chalaça. Acha que tem muita graça. Tem sempre resposta na ponta da língua. Vive em constante conflito doméstico e existencial, mas no fim a importância que dá a qualquer problema é nula.