RTP2 faz homenagem a Herberto Helder

A RTP2 presta esta noite homenagem a um dos maiores poetas portugueses da segunda metade do século XX com o documentário: “Herberto Helder – Meu Deus faz com que eu seja sempre um poeta obscuro”.

Herberto Helder nasceu na Madeira em 1930 e virou costas à ilha para partir à aventura pela Europa. Passou pela Universidade de Coimbra mas desistiu por achar que isso não acrescentava nada à sua formação.

Andou à deriva por vários países da Europa onde teve profissões tão variadas como guia de marinheiros em bairros de prostitutas, cortador de legumes, empregado de restaurante, empacotador de aparas de papel e estivador.

Deu largas à sua imaginação nas retretes privadas de Paris. Viveu momentos de precariedade e chegou a passar fome. Regressou a Lisboa, passando a viver da própria escrita.

Reconhecido como um dos maiores poetas portugueses contemporâneos, Herberto Helder é mesmo apontado como uma referência na poesia portuguesa depois de Fernando Pessoa.

O universo enigmático e metafórico da a sua poesia leva-nos  a uma dimensão cósmica que se aproxima das grandes leis que regem os movimentos da natureza.

Mas Herberto Helder não é só um poeta. Os livros que escreveu em prosa também marcaram a diferença, sobretudo pela linguagem ousada e sem preconceitos.

É em obras como “Os Passos em Volta” e “Photomaton & Vox” que podemos encontrar um maior número de referências autobiográficas.

Tal como a sua poesia, Herberto Helder foi sempre para o público uma personalidade enigmática. Recusou o Prémio Pessoa e com ele mais de 35 mil euros.

Foi proposto pelo Pen Clube de Portugal como português candidato ao Prémio Nobel da Literatura. Mas ninguém duvida que, caso viesse a ganhar o mais alto galardão internacional da literatura, Herberto Helder seria mais um autor a recusar o prémio, tal como fez Jean-Paul Sartre.

“Herberto Helder – Meu Deus faz com que eu seja sempre um poeta obscuro”, hoje às 23h32 na RTP2.

Realização: António José de Almeida

Autoria e Argumento: Anabela Almeida

Produção: Panavideo