Norberto, mesmo debilitado, corre para o seu carro. Luís Miguel segue-o, escondido. E o primeiro susto acontece ao entrarem no veículo. Uma mulher em tudo semelhante à enfermeira está degolada no banco de trás do carro. Ambos temem pelo pior, mas não é Mara. Nisto, o telefone do empresário toca.
– Qual destas será a verdadeira? Onde está a Mara? Volta a desobedecer-me mais uma vez – diz, referindo-se à presença de Luís Miguel no carro – e está tudo acabado. Não há mais jogo. Dentro em breve chegam mais pistas.
Mas Luís Miguel é mais rápido. Com a ajuda de Kizua, localizam o local onde pensam esta estar retida.
Quando chegam, vêem dois homens a arrastá-la. Atrás dela um rasto de sangue. Mas, após esmurrarem os capangas de Mina, apanham apenas mais uma sósia…
No meio de toda esta confusão, Pilar sente-se posta de lado. Foi convidada apenas por cortesia para o casamento e está em pânico por Luís Miguel, embora não esteja verdadeiramente preocupada com Mara. Está sozinha. Sabe os erros que cometeu, mas parece pouco arrependida.
E, apesar de continuar a apontar Luís Miguel como seu filho, sabe que ele é, de facto, de Dulce (Julie Sergeant), pois trocou-o na maternidade. Teme que Mina o mate, a qualquer momento.
Está irritada e dá ordens, sem nexo. Jorge lembra-a que ela já destruiu a família vezes demais, por pensar apenas no que deseja.
– Tens razão. E altura de recomeçar, confessa, entre lágrimas.
Subitamente, Yolanda traz-lhe um rapaz. Pilar arrepia-se. Relembra o dia que o deu para adoção – ele é o resultado de ter sido violada por um africano, ainda adolescente – e como foi seguindo o seu crescimento através da sua irmã, Dulce, que o criou.
Moisés (Milton Lopes) está ali para lhe pedir desculpa. O rapaz foi aliado de Mina e pede perdão por ter escolhido o lado errado para a magoar – ele ajudou no rapto inicial de Luís Miguel.
Pilar começa a chorar. Jorge assiste impávido. Ela abraça o filho.
– Tu não tens que pedir desculpa. Eu é que tenho, por tudo o que te fiz passar.
O telefone de Luís Miguel é o que toca desta vez. A pista leva-o a um novo armazém. Lá, estão duas mulheres idênticas, amarradas, em duas zonas separadas do barracão. Nada parece diferenciá-las.
Ao telefone Mina diz que, se ele errar, Mara morrerá.
– Altura de escolher, grita a vilã.
Entretanto, e sem que ele se aperceba, uma figura vai-se aproximando, cada vez mais, com uma espingarda.
– Preciso de uma pista, pede ele, desesperado, perante as gargalhadas de uma mulher louca. Mas o amor fala mais alto.
Subitamente, ele reconhece o olhar de Mara. Corre na direção dela sem se aperceber de que vai ser morto.
Mas, antes que o pior aconteça, das sombras sai Sara, mais uma vez, que atira a matar sobre o snipper… que era, na realidade, Mina. Esta jaz morta, com um tiro na cabeça, mas não sem antes acertar em Luís Miguel, que se colocou entre a arma e a amada, para a salvar.
Sara grita, de raiva, por não ter impedido a tragédia. Mara chora. Luís Miguel está morto!
Pilar, que minutos antes, ao lado de Norberto, havia festejado por terem descoberto o paradeiro de Mara, fica em choque ao ouvir, pelo telefone, a filha a gritar, desesperada. Não espera para saber mais.
O que a segurava ali desapareceu. Foge ao lado de Julieta (Marina Albuquerque) e Moisés. Todos procuram os diamantes que a irmã, Dulce, supostamente enterrou e que apenas o jovem sabe onde estão. Decide que chegou a altura de começar uma nova vida, longe de tragédia e da dor…
Meses depois…
Mara está com as filhas, Luedji e Rosarinho, Joana (Maria Arrais) e Kandimba (Bruno Semedo) no musseque. Há uma grande festa.
Norberto, Selma (Karla Muga), Neuza (Mina Andala) e Arsénio (Alberto Magassela) assistem. Nota-se que Norberto está às portas da morte. O sol começa a pôr-se. A festa vai aumentando de tom.
Ramiro (João Catarré) e Leila (Marta Melro) juntam-se a eles. Falta Luís Miguel, que, afinal, está vivo.
O ferimento foi menos grave do que todos tinham suposto. O jovem ainda tem algumas mazelas, mas vê-se que está feliz. Tira de dentro de um cesto copos de champanhe. Distribui-os pelos restantes convivas. Todos festejam.
E o final perfeito: Mara e o engenheiro beijam-se, apaixonadamente. Ao longe, uma figura assiste a
tudo. Pilar sorri.
– Isto só acaba quando eu disser que acaba.