Sinditatos pedem demissão de Paulo Ferreira, diretor de informação da RTP

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Os Sindicatos da RTP pediram ontem a demissão do diretor de informação, Paulo Ferreira, devido a declarações que entenderam violar «o código de ética» sobre o processo de rescisões voluntárias no operador de televisão estatal.

Em comunicado, os Sindicatos dos Meios Audiovisuais (SMAV), Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações (STT), Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicação (SITIC) e Sindicato das Comunicações de Portugal (Sicomp) referem que Paulo Ferreira «não agiu com urbanidade».

Em declarações reproduzidas no “Dinheiro Vivo”, na quarta-feira, Paulo Ferreira aludiu que os trabalhadores da RTP que rescindiram voluntariamente eram as pessoas «mais talentosas», enquanto as que ficam «acabam por ser, muitas vezes, as menos capazes».

Afirmou também o responsável da RTP que «vão ser dispensadas mais 300 pessoas do departamento de produção, que deixará de existir, passando esta função a ser comprada a empresas terceiras».

Acrescentaram os sindicatos que as afirmações de Paulo Ferreira na entrega de prémios Melhores Gestores de Pessoas 2013 não dispensam «respeito e cooperação para com os seus colegas», além de o acusarem de não «contribuir para a criação e manutenção de um bom ambiente de trabalho e espírito de equipa».

«Repudiamos que um diretor da televisão pública, com responsabilidades de gestão e com obrigações no cumprimento de normas internas e de conduta específica, faça considerações públicas sobre a vida interna da empresa [RTP], que tem a obrigação de defender e, em vez disso, decida vir a público denegrir profissionalmente os seus colegas e a empresa», sustentaram.

Entendem os sindicatos que «os profissionais da RTP, no ativo, demonstram, diariamente, a sua competência e excelência, mesmo vivendo a pior fase laboral das suas vidas».

«Estes profissionais não precisam de ver, publicamente, as suas carreiras devassadas e postas em sobressalto por um quadro dirigente que, recentemente, perdeu credibilidade por parte dos seus próprios pares e que, de novo, se vê envolto em declarações que consideramos manifestamente inconvenientes, despropositadas, inoportunas, irresponsáveis e vergonhosas”» lê-se no comunicado.

Por isso, estranha o conjunto de sindicatos que «o presidente do Conselho de Administração [Alberto da Ponte] permita que um quadro faça declarações públicas desta natureza, proibidas por regulamentação interna».

«Paulo Ferreira violou o código de ética, ao desrespeitar um princípio a que todos os trabalhadores estão obrigados: a lealdade. As declarações não salvaguardam a credibilidade e a imagem da RTP e promovem o seu desprestígio», dizem os sindicatos.

Contactado pela Lusa, Paulo Ferreira considerou não entender «esta polémica artificial nem a sustentação das acusações» que lhe são dirigidas, porque, esclareceu, «sobre a questão das saídas voluntárias», fez posteriormente «chegar ao Dinheiro Vivo uma nota sobre o teor das declarações».

Com Lusa