23º Episódio
Eduardo tenta justificar o facto de ter ocultado que é compatível com Teresa e o único familiar que lhe pode doar um rim. Margarida acusa o irmão de ter um comportamento inqualificável, enquanto Dulce e Teresa estão incrédulas. Laura critica o filho e é inflexível, reafirmando que o quer imediatamente fora de casa. Andreia está cabisbaixa, pois foi ela quem revelou o segredo do marido. Eduardo percebe que está perdido e levanta-se da mesa para ir embora. Teresa observa-o, magoada com a sua atitude.
Eduardo telefona a Benedita e fica impaciente porque ela demora a atender. A secretária tem a irmã ao pé de si e deixa o telemóvel tocar repetidamente. Isabel mostra-se irritada com a situação e obriga-a a colocar o aparelho no silêncio. Eduardo insiste e quando finalmente é atendido, diz em tom de ordem a Benedita que se arranje, porque vão jantar fora. Ela manda-o convidar a mulher, mas Eduardo afirma que não está a fazer um convite mas a dar uma ordem. Benedita desliga a chamada, determinada a não ceder ao amante. Isabel, que tinha ido ao quarto colocar umas peças de roupa que esteve a passar, mostra-se curiosa e pergunta com quem é que Benedita estava a falar, pois há muito que desconfia que ela anda com alguém. A irmã manda-a meter-se na sua vida e diz que se ela arranjasse um homem, não se metia na vida dos outros. Isabel fica muito irritada com o comentário de Benedita.
Beatriz fica nervosa quando Sofia lhe conta que Joana confessou que foi ao cemitério para por flores na campa do pai e que insiste em conhecer mais sobre ele e o seu lado da família. Adelino e Sofia dizem que é tempo de desfazer a mentira e contar a Joana que o pai não é quem ela pensa. Beatriz teme que a filha não aceite que ela lhe tivesse mentido durante tanto tempo. Joana entra em casa nesse instante e fica desconfiada porque a mãe a tia e o avô se calam de repente. Adelino disfarça e afirma que não estavam a falar dela mas sim da mãe, que ainda não tem emprego. Sofia sussurra ao ouvido da irmã que deve pensar em contar a verdade à filha. Beatriz pede a Sofia que não a pressione.
Laura tenta disfarçar a grande perturbação que está a sentir, depois de saber que Eduardo escondeu ser compatível com Teresa. Esta, apesar de desiludida com o irmão, reconhece que ele não é obrigado a doar-lhe um rim. Laura assegura que tão cedo não o quer ver e que dificilmente lhe perdoará o que fez.
Simão dá a entender a Nuno que está com ciúmes da cumplicidade que ele tem com Henrique, o seu empregado na loja de flores. Nuno garante que essa desconfiança do namorado não faz qualquer sentido e começa a empurrá-lo num gesto conciliador e brincalhão. Simão fica mais aliviado e corresponde à brincadeira do companheiro.
Vasco confessa a Rosa e Horácio que fica constrangido quando por qualquer circunstância tem de falar na escola sobre a mãe. Os avós entreolham-se, num misto de preocupação e pena, mas tentam desvalorizar a questão. Rosa afirma que Ana há-de voltar um dia e esclarecer porque foi embora. Horácio afirma que ela só tem de dizer que vive com o pai ou não dizer mesmo nada. Manel chega nesse instante para ir buscar o filho e Vasco informa-o logo que Rosa lhe fez o jantar para ele levar para casa. Manel agradece à sogra e vai para casa com o filho. Rosa, por sua vez, conta a Horácio que também fez comida para levarem a Lurdes e Jacinto, desafiando o marido para ir com ela levar-lhes a refeição, para ajudar os amigos, que estão ambos desempregados. Horácio defende que é melhor irem outro dia.
Lurdes deita contas à vida e diz ao filho e ao marido que vão ter de poupar ainda mais nas despesas, mandando desligar a internet e os canais da televisão, ficando apenas com os quatro de sinal aberto. Jacinto protesta, argumentando que a televisão tem de manter-se, sob pena de endoidecerem, sem nada que os distraia, agora que estão desempregados. Artur avisa que o seu negócio depende da internet e a mãe responde-lhe que terá então de ser ele a suportar essa mensalidade. Artur diz que vai ver o que pode fazer e informa os pais que vai ter com Concha. De saída, quase esbarra em Isabel que decidiu ir visitá-los. A operária conta a Lurdes que já arranjaram uma substituta para ela na fábrica e quando Jacinto volta a culpar Horácio pelo despedimento da mulher, Isabel defende o encarregado e atesta que ele fez tudo para que Lurdes não fosse despedida e que a grande responsável pela situação foi Rita.
Aproveitando a ausência de Isabel, Eduardo força a entrada em casa dela e de Benedita e seduz a secretária com a oferta de um anel. Benedita esforça-se por não demonstrar que ficou satisfeita com o presente e garante que só aquilo não chega, exigindo-lhe que deixe a mulher, se quiser ficar consigo. Eduardo assegura que acabou de sair de casa e que tem a mala no carro. Ao mesmo tempo desaperta o robe de Benedita e beija-a com paixão, começando a fazer amor ali mesmo, na sala.
Manel surpreende Vasco a ver um DVD em que a mãe aparece e percebe que tem de conversar com ele sobre Ana. Denunciando as saudades que sente da mãe, Vasco confessa a sua desilusão pelo facto de ela mãe nunca o ter procurado depois de ter saído de casa e interroga-se se a reconheceria se a visse agora. Manel mima o filho e pergunta se ele se sente sozinho. Vasco diz que não e abraça o pai.
Sofia conta a Beatriz que já conseguiu falar com Raul e que ele está a ajudá-la a trasladar o corpo de Álvaro para Portugal. Joana interrompe a conversa e diz que vai sair. Perante a repreensão da mãe, argumenta que já não é criança e recomenda-lhe que arranje um namorado para se entreter. Sofia sente pena da irmã e desafia-a para saírem juntas, já que não tem amigas desocupadas. Beatriz acaba por confessar que ainda não ultrapassou o facto de ser violada e que não consegue, por isso, voltar a partilhar a vida com um homem. Desabafa com mágoa que Joana foi a única coisa boa que lhe aconteceu na vida. Sofia insiste para que Beatriz conte à filha que sofreu uma violação, certa de que Joana compreenderá a situação. A irmã diz que não se quer expor à filha.
Isabel entra em casa e encontra roupa espalhada pelo chão. Murmura para si que a irmã já fez asneira, quando Eduardo lhe aparece à frente, em tronco nu. Isabel fica boquiaberta e Benedita que surge entretanto, também não esconde o seu constrangimento. Eduardo ameaça Isabel e assevera que se ela contar o que viu nunca mais entra na fábrica. Isabel vai para o seu quarto, muito nervosa. Benedita censura Eduardo por ter feito aquela ameaça mas ele acha que foi a maneira mais eficaz de garantir que Isabel não contará que os surpreendeu juntos.
Carlos está na cama com Fátima e ela começa a fazer perguntas sobre a família dele. Mantendo a sua mentira, Carlos conta que é o irmão mais velho de Salvador, Margarida, Teresa, Simão e Eduardo. Para sustentar ainda melhor a sua farsa, acrescenta que foi ele que tomou conta deles quando o pai morreu. Crédula, Fátima mostra vontade de que ele também conheça a sua família, dizendo que o ama e assegurando que ele será um óptimo pai dos filhos que tiverem. Carlos disfarça o incómodo e acaba a conversa dando-lhe um beijo.
Mariano rói as unhas, temendo que o avô descubra que ele desistiu do curso de direito e abriu uma livraria com o seu dinheiro. Célia, para o tranquilizar, assegura que Lé sabe o que faz e que não permitirá que o avô dele se aperceba do logro. Lúcia acha que Mariano está a exagerar e olha para o relógio, resmungando que o ex-marido nunca mais entrega os filhos. Mais cedo falasse, mais cedo se cumpria a sua vontade. Vicente entra no palacete com Matias e Violeta, que estão eufóricos com a viagem que fizeram ao parque temático em Espanha. Lúcia espera que os filhos a deixam sozinha com o ex-marido e dá-lhe um raspanete, por ele ter levado os filhos para o estrangeiro sem a sua autorização. Vicente encara-a com grande descontracção, o que ainda deixa Lúcia mais furiosa.
Muito acabrunhado, Artur conta a Concha que comprou o tablet que lhe ofereceu a prestações e que não consegue continuar a pagá-lo, agora que os pais estão ambos desempregados. A namorada assume o pagamento do equipamento, pois já não passa sem ele, mas mostra-se muito desagradada com o procedimento de Artur. Concha ironiza, dizendo que da próxima vez que ele lhe oferecer um presente, é melhor pensar duas vezes em aceitá-lo.
Fábio irrompe pela sala das máquinas na fábrica e conta em grande euforia que vai candidatar-se à vaga que abriu no departamento de marketing. Rita troça dele e afirma que ele nem sequer acabou o liceu. Isabel e Célia encorajam-no a ir à entrevista e Fábio convida Célia a ajudá-lo a comprar uma camisa para se apresentar bem. Rita nem deixa a outra responder e aconselha-o a ir arrumar o que tem para arrumar no armazém, para não perder o único trabalho que ainda tem capacidade para fazer.
Teresa não atende os telefonemas do hospital, sem paciência para retomar a hemodiálise que tem de fazer. Andreia pede desculpa por ter contado de forma precipitada que Eduardo estava a esconder que é compatível com ela e que lhe pode doar o rim. Teresa tranquiliza a cunhada e assegura que não foi ela que a magoou, mas sim o irmão. Andreia confessa ainda que está receosa, depois de Laura ter expulso Eduardo de casa, pois pode suceder-lhe a mesma coisa. Teresa acha que ela não se deve preocupar com isso. Andreia também diz que não está com espírito para acompanhar Teresa aos tratamentos e ela aproveita para sugerir que façam uma viagem, assumindo que não quer saber da diálise para nada. Andreia tenta chamar a cunhada à razão.
Manel sai de casa com Vasco para levar o filho à escola e são seguidos por outro carro.
Rosa protesta por Manel não a ter deixado levar Vasco à escola, pois é habitual as crianças serem acompanhadas pelas mães. Horácio mostra-se desagradado e ao olhar para uma fotografia onde está Ana, pergunta-se onde erraram na educação dos filhos. Ela abandonou o lar e Nuno é homossexual. Rosa fica incomodada com a conversa e já nem quer tomar o pequeno-almoço em casa.
Manel e Vasco encontram-se na escola com Lúcia, que também foi levar Matias e Violeta para o primeiro dia de aulas. Ao longe, são observados por uma mulher bem vestida e bem a arranjada. Ana olha para Manel e Vasco, cinco anos depois de os ter abandonado.