28º Episódio
Margarida fica muito enervada por ter de ir depor na polícia por causa do roube de Guerreiro mas o inspector da judiciária diz que não tem de se preocupar, pois trata-se de um procedimento normal. Antes de acompanhar os agentes, Margarida troca um olhar de pânico com Luís.
Teresa conversa com Simão e garante que já se sente bem melhor depois de ter ido parar ao hospital. O irmão conta, por seu lado, que a sua relação com Nuno não podia estar melhor mas mostra-se desiludido por não ter trabalho como ilustrador, apesar do livro infantil em que colaborou ter publicação garantida em França. Teresa sugere-lhe que fale com a mãe, procurando que Laura o ajude a encontrar mais trabalhos na sua área. Simão responde taxativamente que não. Dulce interrompe a conversa quando entra muito nervosa na sala e conta que Margarida foi levada pela polícia Judiciária para prestar declarações sobre o roubo do cavalo Guerreiro. Teresa agarra no telefone e liga para a mãe.
Laura despede-se do detective que acaba de contratar para investigar a vida de Salvador em Londres e atende a chamada de Teresa. Ao saber que Margarida foi levada para prestar depoimento na esquadra, sai do gabinete em passo acelerado para ir ter com a filha. Informa Benedita de que já não deve voltar à empresa nesse dia e ignora Fábio que aguarda pela entrevista que vai ter para apresentar a sua candidatura ao departamento de marketing. Eduardo sai do gabinete e despede-se de um outro candidato e suspira quando Benedita lhe diz que ainda há outra pessoa para entrevistar. Ao ver que se trata de Fábio, Eduardo comenta com a secretária de que esta entrevista vai ser rápida. Fábio entra confiante mas, pouco a pouco, vai ficando nervoso, sem conseguir responder com objectividade às questões que o patrão lhe coloca. Eduardo começa a ficar saturado e conclui a entrevista, cortando a palavra ao candidato e dizendo que depois será contactado. Fábio fica erradamente convencido de que tem possibilidades de conseguir a vaga mas já de saída, deixa cair no chão todos os papéis que levava na pasta, tal o estado de nervos em que se encontra.
Matilde entra em casa e sente o aroma do jantar que Salvador está a cozinhar. Fica ainda mais animada por constatar o avanço que ele deu na arrumação e decoração da casa, elogiando que ele é o melhor namorado que podia desejar. Ele conta que ainda não teve resposta das empresas que contactou para arranjar emprego e Matilde queixa-se na brincadeira de que quando isso acontecer vai perder as mordomias de que está a usufruir. Salvador faz-lhe cócegas e diz que talvez seja ela que anda a impedir que ele consiga trabalho.
Margarida responde às questões do inspector da Judiciária e afirma que nunca assistiu a qualquer movimentação estranha na quinta que pudesse indiciar o roubo do cavalo. Quando lhe é perguntado se defenderia Luís se soubesse que ele estava envolvido, Margarida afirma que não, garantindo que gosta demais dos cavalos para pactuar com tal crime, acrescentando que o seu treinador tem igual paixão e não seria capaz de se envolver num esquema daqueles. O inspector liberta Margarida e fica frustrado por não conseguir avançar mais na investigação. Laura espera pela filha na recepção da PJ e depois se perceber que ela está bem, manda-a ir ter com Carlos que as aguarda junto do carro. Depois de a filha sair, Laura pergunta ao inspector porque é que decidiram interrogar Margarida sem a consultar. A empresária fica estupefacta quando ele conta que descobriram que a rapariga foi vista por funcionários da quinta aos beijos com o treinador e que agora suspeitam que Luís esteve envolvido no roubo do cavalo. Laura endurece a expressão, ao mesmo tempo que tenta refazer-se do choque que sofreu.
Carlos, muito divertido, comenta com Margarida que deve ser terrível prestar depoimento na polícia, por causa das técnicas utilizadas nos interrogatórios, que fazem com que até os inocentes confessem crimes que não cometeram. Ela não responde e mantém-se muito nervosa. Laura entra no carro e fica e deixa a filha ainda mais apreensiva, mostrando-se distante e dizendo que falarão em casa.
Beatriz desabafa com Sofia e conta que apesar de ter conseguido trabalho, está descontente por não ser gerente da loja, como era na outra de que foi despedida. Sofia dá esperança à irmã e diz que pode ser promovida em breve. Ela assume que quer lutar por isso e pergunta quando é que Sofia começa o trabalho comunitário. Ela responde que será no dia seguinte, mas que ainda não sabe o que vai fazer. Joana mete-se na conversa, arriscando que ela ainda vai limpar o lixo ou arranjar jardins. A tia atira que não será por isso que quem desempenha essas tarefas para sobreviver, perde a dignidade. Para mudar de assunto, conta que o corpo de Álvaro está quase a chegar a Portugal, segundo informação que Raul lhe prestou. Joana comenta que Matilde sofreu muito por não poder ir à campa do pai e assume que muitas vezes ela própria sente essa necessidade. Beatriz começa a ficar muito incomodada com o rumo da conversa e quando a filha decide ir para o quarto, Sofia diz à irmã que tem de contar a verdade à filha, sobre o pai que ela não conheceu. Beatriz reafirma que não tem coragem de contar a Joana que ela não nasceu de um acto de amor, mas sim de uma violação.
Ao chegar a casa, Laura exige a Margarida que lhe explique o que se está a passar, depois de ter sido levada a depor na PJ. Margarida responde que não há nada para explicar e vai embora a pretexto de ir tomar banho. Teresa e Andreia surgem na sala nesse momento e Teresa pergunta à mãe porque levaram a irmã para a interrogarem. Laura mente, dizendo que pretenderam que ela visse as fotos dos suspeitos pelo roubo de Guerreiro, para ver se conhecia algum. A empresária diz que vai para o escritório, deixando a ideia de que está muito abalada. Teresa confirma que a mãe tem sido sujeita a uma grande pressão e Andreia comenta que Eduardo podia ajudar mais. Teresa desculpa o irmão mas a cunhada não fica convencida.
Isabel fica furiosa ao constatar que Benedita começou a comer sozinha o que ela tinha comprado para jantar. A irmã acusa-a de fazer o mesmo, o que ainda a enfurece mais, por tratar-se de uma mentira. Benedita ainda acrescenta que quem está mal, muda-se. Isabel responde que vai sair, antes que perca a cabeça. A outra murmura que ela não tem modos.
Fátima prepara-se para se ir encontrar com carlos e auto-elogia a forma espampanante como está vestida. Lé diz que está bem para o seu estilo, enquanto Concha ironiza, concordando que ela está realmente uma bomba pronta a rebentar. Fátima conta que vai mandar mensagens ao namorado para abrir o apetite, enquanto espera por ele. Mariano aparece entretanto e diz que está muito desolado por ver que o avô está todo entusiasmado com o sucesso que ele atingiu como advogado, quando afinal decidiu seguir o sonho de ter uma livraria. Concha reprova o amigo, dizendo que ele não devia ter mentido ao avô. Mariano não dá relevância ao comentário e Lé pede-lhe ajuda para o ajudar a encontrar uma expressão alternativa a sustentabilidade, para o curso sobre poupança que está a organizar.
Depois do jantar, Teresa confessa a Margarida que ficou preocupada quando soube que ela tinha sido levada para depor na polícia. A irmã desvaloriza o incidente e afirma que a PJ quis apenas encerrar a investigação. Eduardo valoriza o facto de terem encontrado o cavalo e Andreia diz que se vai deitar porque está cansada. O marido provoca e dispara que Teresa é que está doente e que ela é que passa a vida a dormir. Depois de Andreia subir ao quarto, Teresa critica o irmão e lembra-lhe que se a mulher perdeu o bebé a culpa foi dele que lhe bateu. Laura põe fim à discussão e afirma não perceber porque é que Eduardo está tão incomodado com o comportamento da mulher, se ela sempre foi assim. Margarida aproveita a ocasião para manifestar cansaço e dizer que se vai deitar mas Laura pede para falar com ela na biblioteca.
Laura pretende que Margarida lhe diga desde quando namora com Luís, uma vez que foram vistos juntos, como namorados. A filha desmente que tenha qualquer relacionamento com ele, afirmando que Luís é apenas o seu treinador e que quem inventou essa mentira deve ser despedido. Laura garante que alguém vai ser mesmo despedido. Ou Luís, ou quem mentiu. Margarida engole em seco e insiste que seja o que for que lhe contaram é mentira. Laura reforça que se descobrir que ela lhe está a mentir, ficará muito desiludida e promete que vai estar muito atenta. No entanto, Laura fica sem saber de que lado está a razão.
Carlos prepara-se para ir sair com Fátima e Dulce nota à distancia que ele está muito perfumado, reconhecendo que o aroma é igual ao que Eduardo usa. Carlos assume que se serviu de três gotas do perfume do patrão, mas a mãe deixa passar o deslize. Carlos recebe mensagens de rajada e conta que pertencem a Fátima, que tem tanta energia com o telemóvel como em tudo o resto. O motorista distrai-se por momentos e só depois repara que está a falar com a mãe, dizendo que Dulce não vai querer ouvir o que ele ia dizer a seguir.
Lúcia agradece a Célia por ter passado no bar para levar Matias e Violeta para o palacete. Célia conta que está a pensar passar no bar com as amigas, depois do jantar que vão oferecer a Lurdes. Lúcia fica agradada e propõe fazer uns shots especiais. Artur e Fábio aproximam-se porque não têm mesa disponível e Célia fica muito nervosa e começa a limpar o balcão em grande ritmo. Fábio mostra-se convencido de que vai conseguir o lugar no departamento de marketing da Boheme e agradece a ajuda que Célia lhe ofereceu. Ela, envergonhada, convida-o para aparecer na noite seguinte, explicando que vai estar no bar com umas amigas. Fábio assume que está sempre pronto para festarolas e Célia fica satisfeita.
Lurdes responde a Isabel que não está com disposição para festas mas acaba por aceitar sair com as amigas, depois de saber que elas pretendem homenageá-la, oferecendo-lhe o jantar. Jacinto conta a Isabel que já tem artigos em pele que cheguem para montar uma banca e ele, por querer ajudar, acaba por comprar duas peças. Lurdes e Jacinto entreolham-se com agrado por estarem a fazer algum dinheiro.
Adelino transporta Sofia no táxi e deixa a filha junto à carrinha de transporte do serviço comunitário, encorajando-a para a tarefa que terá pela frente. O supervisor chama-lhe à atenção por estar atrasada e entrega-lhe a roupa adequada para fazer a limpeza de grafitis.
Matilde desabafa com Salvador, sentindo-se culpada por estar tão feliz, enquanto a mãe passa por tantas dificuldades. O namorado afirma que ela está assim por terem discutido mas assegura que vão acabar por fazer as pazes. Mariano sai da livraria em pânico e conta que o avô ligou a pedir-lhe que tome conta de um processo que quer interpor contra um vizinho. Matilde cita o filósofo Sófocles e lembra que “nenhuma mentira sobrevive até chegar a velha”.
Isabel confessa a Célia que não foi fácil convencer Lurdes a aceitar jantar com as amigas da fábrica. Rita aproxima-se e elas disfarçam, fingindo rir de uma piada. A chefe fica intrigada e pergunta a Lídia se sabe o que se passa. Esta afirma que elas se afastaram dela depois do despedimento de Lurdes mas Rita não desarma e assegura que tem outra forma de saber o que se passa.
Teresa fica frustrada por não ter conseguido arranjar emprego a Manel, depois de ter feito uns telefonemas. Margarida está de saída para as aulas e volta a mentir a Teresa quando a irmã procura saber a verdadeira razão pela qual a polícia a quis interrogar. Margarida finta a questão, insistindo que se trata de um procedimento habitual para mostrar serviço. Para acabar com a conversa diz que já está atrasada para ir ter com Inês e vai embora. Andreia chega nesse momento ao pé da cunhada que lhe conta que está a tentar arranjar emprego a um amigo, dispondo-se a contar-lhe a história se ela lhe fizer companhia. Andreia senta-se, curiosa para ouvir.
Manel vai a casa de Rosa buscar o livro de Vasco e não disfarça algum desconforto pela insistência da ex-sogra em estar mais presente na vida dele e do filho, encarando, aqui e além essa, esse desejo como uma intromissão na sua vida. Manel fica mesmo melindrado quando Rosa se oferece para pagar as aulas de surf do neto.
Sofia fica naturalmente incomodada quando percebe que o edifício que vai limpar é, nem mais nem, menos do que a Boheme. O encarregado do serviço cívico ignora a sua insatisfação e ordena-lhe que se despache.
A caminho da empresa, no carro que é conduzido por Carlos, Eduardo pergunta à mãe porque é que quer fazer uma auditoria interna na empresa. Laura explica que os prejuízos do último ano foram demasiado grandes e que tem de perceber onde deve cortar, para equilibrar as contas.
Depois de chegar à empresa, Eduardo repara que Sofia está equipada como mulher de limpeza e Laura dispara triunfante que quem suja, limpa. Sem hesitar, sai do carro dizendo a Eduardo que não pode perder esta oportunidade e dirige-se a Sofia para a humilhar, vincando que finalmente arranjou um trabalho que tem a ver com ela. Sofia responde que o trabalho que faz não retira a dignidade aos que o fazem para sobreviver. A rival não se contenta e comenta que deve ser estranho para ela estar a limpar uma empresa de que já foi dona. Sofia arrisca que talvez volte a ser. Laura endurece o discurso e lembra-lhe que já perdeu a Boheme, perdeu o marido e está na hora de perder também a filha. Sofia grita-lhe que não se atreva mas Laura acrescenta que não pretende fazer mal a Matilde mas sim tornar-se na sua grande amiga, acreditando que a filha deixará de lhe falar. Sofia fica muito nervosa e angustiada com aquela ameaça.